Luz Azul [TRADUÇÃO PT-BR]

9 - Azul Celeste

Esse sem dúvida era o melhor verão que já havia vivido. O clima era fresco e aconchegante, o sol iluminava com raios dourados o quarto por entre as cortinas, e ele deixava que o aroma de baunilha e sabão enchessem seus sentidos.

Jongin dormia com Kyungsoo e Baekhyun entre os dois, seu pequeno namorado tinha os olhos fechados de maneira leve e mantinha um de seus braços abraçando o pequeno corpo do bebê, ele apenas olhava tudo com encanto e alegria. Essa era a sua pequena família.

Os dias se passavam lentamente e ele desfrutava de cada segundo, de cada instante em que Baekhyun chorava, do momento que o segurava em seus braços e o balançava até fazê-lo dormir. Adorava em ver Kyungsoo brincando com o pequeno na cama, cobrindo e depois mostrando seus olhos para fazê-lo rir.

Jongin adorava também o humor de Kyungsoo, suas depressões repentinas ou sua euforia, tudo consequência do parto, pelo o que parece. Kyungsoo, às vezes, se olhava no espelho e enxergava olheiras que não existiam e isso fazia com que ele ficasse deprimido e a ponto de chorar, mas Jongin estava ali para beijar suas pálpebras e lembrá-lo o quão bonito era e o tanto que o amaria mesmo que tivesse bolsas roxas embaixo de seus lindos olhos.

Em outros dias, o menor levantaria sua camisa e mostraria a Jongin como estava gordo, sua pele flácida depois da gravidez e começaria a se queixar e dizer como estava horrível e que certamente ele já não iria lhe querer se não perdesse peso, que logo não iria caber os dois na mesma cama pois a cada dia que passava engordava mais, antes de ser agarrado pelos braços de Jongin e receber um beijo rude e forte, apaixonado como chamaria o maior e logo escutaria suaves sussurros de "eu gosto de você desse jeito e melhor... Tem mais o quê beijar e acariciar".

No natal daquele ano, o pequeno Baekhyun já estava grande. Era um bebê saudável e risonho. O ambiente frio criava mais união na casa de Jongin e fazia de suas vidas algo mais quente e tranquilo.

Jongin e Kyungsoo estavam na grande cama do quarto principal e Baekhyun dormia tranquilo em seu berço, sendo ninado por suaves melodias de Mozart que era reproduzido no pequeno gravador perto do berço.

— Jongin... — Ah não... esse tom significava apenas uma coisa. — Você acha que eu estou gordo? — Insegurança. Kyungsoo continuava um pouco deprimido pois sentia que seus quadris eram como os de um elefante e suas pernas pareciam muito gordas, e que tinha o tamanho de um grande toldo de circo.

Jongin sorriu, já estava acostumado a lidar com aquilo e a verdade era... Que adorava.

— Amor... — Com sua mão, trouxe-o para mais perto do seu corpo enquanto olhava em seus grandes olhos e deixava que sua outra mão se deslizasse por baixo do tecido azul da blusa do seu pijama. Quando sua palma fez contato com a pele da barriga de Kyungsoo, o menor fechou os olhos. — Você está perfeito. — Sussurrou antes de beijá-lo suavemente e passear sua mão por sua barriga e peito e logo por suas costas, lentamente, com paciência, adorando cada pedaço de pele.

— Jongin... — Esse tom, no entanto, era muitas coisas, menos preocupante.

— Eu te amo, Kyungsoo.

Desejo.

💙

CINCO ANOS DEPOIS

— Não, não, não!

— Vamos Baekkie... Essa camisa é linda!

— Não! Appa é mau com o Baekkie e quer fazer com que ele vista essa camisa feia!

— Não é feia! Pororo é lindo!

— Não! Pinguim feio!

— Vamos, amor...

— Baekhyun não quer!

— Pare de correr! Você vai cair!

— Não quer- — E o pequeno caiu de bruços no chão.

— Appa te disse, céus... Você não deve correr dentro de casa. — Jongin havia alcançado o pequeno e o levantou do chão, e sentando-se em um lugar livre com Baek em seu colo.

— Sinto muito... — O pequeno nunca foi de chorar muito e com o passar do tempo apenas se tornava mais e mais tranquilo, mas não tanto assim. Baekhyun sempre brigava por tudo, não quero isso, não gosto daquilo, appa é mau e a melhor de todas: odeio o Pororo!

— Sabe de uma coisa? Umma ficaria muito feliz se você vestisse a camisa do Pororo.

Mas Jongin sabia como solucionar tudo.

— Verdade? — Seus olhinhos estavam esbugalhados e o encaravam com surpresa e esperança. Jongin sorriu e beijou a ponta de seu nariz, Baekhyun riu em resposta porque — Appa, isso faz cócegas!

— Vamos... Está na hora de colocar roupa nesse corpinho, pequeno! — Disse antes de fazê-lo cócegas e logo a sala se encheu de riso e alegria.

— Mas... O que demônios aconteceu nesse lugar...? — Foi o sussurro que Kyungsoo soltou ao chegar da doceria e ver a sua casa em semelhante estado.

Havia pacotes de doces e frituras em todo o chão, alguns livros fora do lugar, os móveis estavam fora do lugar e havia roupas de Baekhyun em todas as partes.

O menor tinha muita paciência, mas francamente, Jongin era um desastre e quando se juntava com Baekhyun tudo se tornava pior. Ambos poderiam ser como uma espécie de furacão selvagem e era ele quem deveria recolher os destroços.

Todavia, não tinha muito mais o que fazer além de sorrir ao chegar no quarto do seu pequeno, os encontrando dormindo tranquilamente sobre a cama, Jongin com seu braço ao redor de Baekhyun e o menor encostado em seu peito.

A televisão estava ligada onde passava um episódio de Pororo e mesmo que Kyungsoo soubesse que Baekhyun odiava esse pinguim, também sabia que Jongin o convencia para assistir esse desenho com o filho, dizendo "Umma adora o Pororo".

O quarto de Baekhyun também era um desastre, tudo estava fora do lugar, os lençóis estavam embolados no chão, as pelúcias jogadas por aqui e por ali, há cores e giz em todo o lugar e tudo é um caos, mas algo chamava a atenção de Kyungsoo.

Junto à cama de Baekhyun, há uma folha branca de papel e nela, há um desenho de três pessoas de mãos dadas, no meio dos dois homens existe um homenzinho menor e em cima da cabeça de cada um está escrito uma palavra em uma caligrafia um pouco bagunçada.

Appa... Baekkie... Umma... Kyungsoo lê de maneira lenta e logo lê a pequena palavra escrita no canto inferior esquerdo.

Saranghae...

E a bagunça não é mais do que um complemento para se ter uma vida perfeita.