8 - Branco

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O suor banhava sua testa e fazia com que a roupa ficasse grudada em seu corpo, contudo, seus pés não paravam, ele estava perto, apenas algumas ruas, muito perto.

Seus olhos tinham aquele brilho característico da emoção e um sorriso bobo desenhado nos lábios, todo cheio de dentes brancos e alegria. Alguns metros atrás, preso no tráfego e buzinando como um louco, vinha Sehun em seu carro.

Jongin havia tido uma manhã tranquila, suas aulas iam bem, não tinha derramado café em sua roupa, Sehun não o havia criticado por estar sorrindo como um idiota ou pelos suspiros que dava algumas vezes quando olhava para o nada, nada em particular ainda que sua mente estivesse cheia de pensamentos sobre pele branca e sorrisos bonitos. Às vezes, também, havia olhos brilhantes e a sensação quase tangível de chutes na palma de sua mão. Tudo estava suspeitosamente bem, normal e tranquilo, até aquela ligação há alguns minutos antes de começar a sua aula de dança, a última do dia.

A prática de sua coreografia foi para o segundo plano e logo depois de encerrar a chamada e jogar as chaves de seu carro na cabeça de um surpreso Sehun, simplesmente pegou as suas coisas e saiu correndo para fora do salão, não sem antes gritar um "Vou ser pai!" com tanto orgulho na voz, que seu amigo saiu atrás dele logo depois de uma rápida reverência ao professor, que estava muito atônito para responder qualquer coisa.

Isso nos traz de volta a um agitado Jongin que entra como louco no hospital com Sehun seguindo de perto seus passos, logo depois de escapar de alguma forma do tráfego e estacionar o carro há poucos metros dali. Com passo rápido e sem tirar o sorriso do rosto, chegaram ao lugar onde dois homens o esperavam, os três começando a dar pulinhos ridículos, infantis e alegres, muito alegres.

— Onde ele está? Como vai tudo? — Pergunta alguns minutos depois, quando já está um pouco mais calmo, e enquanto recupera o fôlego e senta ao lado de Luhan, ele não para de sorrir. Sehun pede licença para ir comprar algo para beber.

— Bom... O mais certo é que-

— Familiares de Do Kyungsoo — Uma voz grossa e baixa soa se elevando pelo lugar e o coração de Jongin para de repente, seu olhar alcança o homem vestido todo de azul, com uma touca e uma máscara presas em suas orelhas.

— Somos nós! — Minseok grita em resposta e o homem sorri enquanto eles se aproximam lentamente. Sehun chega nesse exato momento e corre para perto de seus amigos com os braços segurando várias garrafas.

— Bem... Quem é o pai? — Pergunta sem tirar o sorriso do rosto e todos viram-se para olhar para Jongin, que não está mais pálido do que o normal, todo seu corpo treme e ele parece mais uma lebre a ponto de ser devorada, do que um ser humano. — Parabéns. — Diz o médico e Jongin volta a si enquanto um enorme sorriso ilumina o seu rosto.

Sim, ele está feliz.

O quarto é grande, num tom branco intenso e a cama que está no centro tem os lençóis brancos, uma manta azul céu cobre o pequeno corpo de Kyungsoo e...

— Baekhyun... — Jongin diz num sussurro e sente como se suas pernas se tornassem gelatinas, como seu coração bate com força em seu peito, e ele avança com curtos passos que parecem muito lentos, desfrutando de cada segundo que demora em chegar na cama, e, ao fazê-lo sente como seus olhos começam a picar com um ardor muito prazeroso. Baekhyun.

Kyungsoo está dormindo, nota-se que ele está esgotado, mas de alguma maneira sua expressão é tranquila e feliz, suas bochechas estão levemente avermelhadas e seus olhos estão inchados. Quem sabe tenha chorado durante o parto. Ele está deitado de lado no centro da cama e em seus braços, agarrando contra seu peito há um pequeno embrulho rosa, apenas pela abertura que tem na manta dá para ver um rosto pequeno de feições suaves, pele clara e cabelo escuro.

Jongin não sabe o que fazer, não sabe se quer chorar mais ou se quer sorrir ou rir, ou fazer tudo ao mesmo tempo e também quer beijar Kyungsoo, quer dizer como ele é forte e que o ama, que seu filho é lindo e Deus, quer dizer e fazer tantas coisas exatamente agora...

— Soo... — Sussurra e acaricia o ombro do pequeno, o acaricia sentindo-se um lixo por acordá-lo do seu sonho. — Meu pequeno... — Volta a dizer, dessa vez mais alto e Kyungsoo abre os seus olhos com lentidão, com pesar e tratando de focar bem a visão e quando já está mais desperto, olha para o seu filho que dorme tranquilo, em seguida olha para Jongin e sorri, ele sorri largo e começa a chorar.

— Jongin... — Kyungsoo sussurra e chora sem parar de sorrir, sem parar de olhá-lo, ele desvia o seu olhar para Baekhyun e logo para Jongin novamente. — Ele finalmente está aqui...

Jongin chora também e sorri. Depois de pensar bem no que deve fazer, ele se inclina sobre os dois e beija Kyungsoo, beija-o de maneira lenta e casta e olha em seus olhos.

— Ele é perfeito... — Murmura e acaricia o bebê, suas bochechas gordinhas e seu pequeno nariz: entre seu sonho, o pequeno sorri antes de abrir seus olhos e ah... É muito lindo, muito pequeno e lindo. — É perfeito Soo... Como você... — Jongin sussurra e olha o bebê e logo para Kyungsoo. Tudo é perfeito.

O quarto não demorou para se encher de cor. Alguns balões por ali, algumas pelúcias por ali, cestas com fraldas e talco, várias bolsas de presentes, algumas caixas envoltas de papel colorido e muitas risadas, sorrisos e felicitações enchiam o ar.

Os pais de Kyungsoo falam animadamente com os pais de Jongin, Luhan e Minseok não param de tirar selfies com o bebê, com Kyungsoo, com os dois e também de vez em quando vão atrás de Jongin e o encurralam, tiram uma foto em que os dois lhe beijam as bochechas, um de cada lado e Jongin não pode se envergonhar mais. Kyungsoo por pouco não se parte ao meio de tanto rir, Baekhyun chora um pouco e sorri também. Sehun traz várias bebidas com a ajuda de um amigo de Luhan, Yixing, com quem seu amigo está se dando muito bem.

Tudo é muito perfeito, pensa Jongin quando consegue escapar do casal de namorados que agora perseguem Sehun porque ele também é fodidamente bonito, segundo ouviu Minseok dizer.

Jongin se aproxima da cama e enquanto vê Kyungsoo balançando o bebê entre os seus braços, se orgulha de tudo o que tem e do que terá e do quão perfeita sua vida agora é.

Luz Azul [TRADUÇÃO PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora