|Capítulo 2|

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Saí da escola rápido, não podia atrasar-me muito. Mas, quando estava a pôr um pé fora do portão, alguém me tocou no ombro, olhei para fora da escola vendo Luke com os seus amigos a fumar e a ouvir música alta enquanto falavam e riam. Luke destacava-se dos seus amigos, parecia mais poderoso e mais assustador, as pessoas passavam sempre por ele com a cabeça baixa, ninguém se atrevia a olhá-lo nos olhos ou a falar com ele a não ser que ele lhes dirigisse a palavra. Tinha sido sempre assim, não havia uma única pessoa que não tivesse medo de Luke Hemmings. Eu não era exceção, depois de o conhecer apenas comecei a ganhar mais medo e respeito ao rapaz loiro por quem me tinha apaixonado, pois, apesar de o amar ele por vezes fazia certas coisas que me deixavam com medo dele mas ele sempre me garantia que nunca me faria nada de mal.
Ao ver que ele estava distraído, pensei que não ia notar que estava a falar com alguém e a fazê-lo esperar, coisa que ele odiava, virei-me para a pessoa que me tinha tocado no ombro e dei de caras com Ashton, não era boa ideia falar com ele enquanto o Luke estava apenas a uns metros de nós, não iria achar piada nenhuma ao ver-me com o meu ex e provavelmente iria ter de responder a umas perguntas depois.
“Sim, Ashton?”
“Hum… queria saber se podemos falar, tentar resolver as coisas” Eu e o Ashton tínhamos namorado ainda antes de conhecer o Luke mas não tinha dado certo pois ainda nenhum de nós tinha a maturidade para assumir uma relação séria. Tínhamos decidido ficar amigos, o que durante um tempo funcionou mas quando comecei a estar com o Luke, afastamo-nos e deixamos nesmo de falar. O Ashton em tempos tinha sido o meu melhor amigo e adorava voltar a falar com ele como de antes mas as circunstâncias eram outras e eu não podia arriscar e deixar o Ashton sair magoado pois, se o Luke descobrisse não havia nada que eu pudesse fazer para o impedir de magoar o meu amigo.
“Não é boa ideia agora, tenho mesmo de ir ter com o Luke”
“Por favor, é rápido”
“Ashton, é melhor não. Falamos amanhã”
Ele suspirou e olhou para baixo, olhei para trás e o Luke já olhava para nós, suspirei derrotada sabendo que o pior estava para vir.
“Está bem, falamos amanhã” aproximou-se para me beijar a bochecha mas afastei-me rápido, não o deixando tocar-me, fui depois para o pé de Luke de cabeça baixa, como um cão se aproxima do dono depois de lhe roer os sapatos preferidos. Quando cheguei, os amigos dele riram-se, provavelmente sabendo o quão irritado ele ficava com estas coisas, agarrou-me no pulso com alguma força, puxando-me para ele.
“Luke, desculpa, eu…” antes que pudesse explicar ele interrompeu-me e começou a andar comigo para o carro dele.
“Não quero saber de desculpas. Vamos”
Abriu a porta do carro e meteu-me lá dentro, não me podia queixar, por isso não o fiz, mantive-me calada até ele começar a falar.
“E precisso dizer-te quantas vezes que não quero que te atrases?”
“Desculpa… não volta a acontecer”
“Dizes sempre isso, Summer! Ainda por cima estavas a falar com um rapaz. Fizeste-me esperar por causa de outro rapaz?” O tom da voz dele começou a ficar demasiado elevado para eu me sentir confortável num espaço tão pequeno com ele. Mexi-me um pouco no assento do carro, ele pareceu notar e pôs mão na minha perna, um pouco mais acima do que eu acharia minimamente confortável numa situação destas.
“Luke… tem calma por favor… peço desculpa a sério”
Ele respirou fundo, o que me fez suspirar de alívio, por agora parecia estar segura, ele estava mais calmo e em silêncio. Decidi correr o risco e pousar a minha mão em cima da dele na minha perna. Chegamos a casa dele, eu tinha de ir para a minha casa, tinha imensas coisas para estudar, mas não lhe podia dizer que não pois ia apenas piorar a situação. Saímos do carro depois dele estacionar e entramos em casa, não estava ninguém, o que era normal pois ele vivia sozinho.
Entrei na cozinha e comecei a fazer o jantar para ambos, já sabia que ia provavelmente jantar lá e ficar lá a noite. Normalmente não me importaria, eu adorava estar com ele, ele era tudo o que eu mais amava e vê-lo sorrir nem que por milésimos de segundo, ou adormecer nos braços dele e acordar com o homem que mais amava ao meu lado eram coisas que me faziam logo esquecer de tudo o que ele fazia ou me impedia de fazer. Apesar de por vezes ele ser um pouco possessivo e agressivo, eu amava-o e sentia que ele me amava também, apenas não o sabia mostrar da melhor forma. No entanto, em dias como estes, em que ele estava de mau humor, vir para casa dele significava sempre que ele não estava contente e de alguma forma me ia fazer perceber isso.
Enquanto fazia a comida ele apareceu atrás de mim pondo as mãos na minha cintura e a cara no meu pescoço respirando fundo, parei de me mexer por completo, tinha medo do que ia acontecer a seguir, às vezes quanto mais calmo ele estava, pior ia ser. Deixou uma linha de beijos no meu pescoço, mordendo levemente e deixando marcas que sabia que no dia seguinte ia ter de esconder com maquilhagem.
“Quem era aquele?” perguntou ele sussurrando ao meu ouvido, ele sabia que assim não conseguia mentir-lhe, mal conseguia pensar. Não sabia se tentava inventar algo ou apenas dizia a verdade.
“Hum… o Ashton”
“O que é que ele queria?” voltou a espalhar beijos pelo meu pescoço, descendo para os ombros e movendo as mãos para a minha barriga baixando-as lentamente depois. Não sabia o que dizer, se dissesse a verdade ele ia acabar por magoar o Ashton mas se lhe mentisse ele ia saber.
“Nada de especial, não era importante”
“Foi por isso que te tentou beijar?” A minha respiração ficou presa na garganta, não sabia o que responder de todo. Ao perceber que eu não respondia, empurrou-me contra a bancada da cozinha, deixando-me sem saída possível. As mãos dele dirigiram-se para as minhas calças, uma manteve-me no sítio e a outra entrou dentro das minhas calças.
“Luke… para. Desculpa… eu afastei-me dele e disse-lhe que não falasse comigo”
“Não devias ter falado com ele sequer. Eu sou o único que pode falar contigo, que pode olhar para ti, que te pode tocar” senti-o penetrar um dedo e a começar a fazer movimentos lentos, a sua outra mão abandonou a minha barriga mas rapidamente a senti no meu cabelo ser puxando com força e falando alto ao meu ouvido “preferias que fosse ele a fazer-te sentir como te faço sentir? Ele faria melhor?”
Neguei com a cabeça sem arranjar forças para falar, sabia que a minha voz me ia trair e não queria dar parte fraca agora. Senti-o puxar mais o meu cabelo e adicionar mais um dedo, tentei manter-me calada, desta vez não lhe ia dar o que queria.
“Responde-me!” Gritou ele ao meu ouvido. Abri a boca para falar, ficando orgulhosa por conseguir suprimir os sons que queriam sair.
“Ao menos ele nunca me magoou como tu estás a fazer”
Ele parou de repente afastando-se de mim e pegando-me pelo cotovelo arrastando-me até ao quarto e trancando a porta depois de entrar. Não devia ter aberto a boca.

Yours | l.h. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora