Acordei no dia seguinte sem vontade de fazer nada, só queria ficar em casa o dia todo, a dormir e a ver séries ou a ler, coisa que já não acontecia muitas vezes devido ao facto de Luke estar sempre comigo.
O seu braco estava à volta da minha cintura e a sua cabeça estava no meu peito, como se ele estivesse agarrado a um peluche, comecei a mexer-lhe no cabelo para o acordar, ele mexeu-se um pouco mas não acordou. Ao olhar as horas percebi que se não me despachasse a acordá-lo iria chegar atrasada à aula. Comecei a mexer-me, mas ele apenas me agarrou mais de modo a que parasse.
“Luke!” disse bastante alto, o que o fez mexer, comecei a abaná-lo. Finalmente ele abriu um olho a muito custo.
“O que é que foi?”
“Temos de ir para a escola, vamos chegar atrasados”
“Já devias saber que eu não quero saber, vou mas é voltar a dormir, dorme também babe” suspirei, não podia dormir, se não ia ter falta e não podia dar-me a esse luxo “não te preocupes, eu trato da tua falta”
Olhei para ele questionando-me de como ele tinha adivinhado o que estava a pensar. Ele riu-se ao ver a minha cara de confusão e deu-me um beijo, voltando a dormir. Eu não consegui adormecer, por isso liguei a televisão que tinha no quarto e fiquei a fazer zapping com o som desligado para não o acordar e ter de lidar com o seu mau humor depois.
Não estava a dar nada de interessante então deixei no canal onde estava e fiquei a mexer no telemóvel, olhando de vez em quando para o que estava a passar na televisão. Isto durou um pouco até aparecer uma notícia que me chamou a atenção, pus o som ligado mas baixo e tentei perceber o que se tinha passado.
Aparentemente, tinha havido um homicídio na minha cidade, o que era estranho, nunca havia mortes aqui, era tudo muito calmo. Continuei a ver com atenção até referirem o nome do jovem que tinha sido espancado até à morte, tinha sido o Jace, o rapaz que tinha tentado levar-me para a cama no dia em que eu e o Luke nos tinhamos conhecido. Apesar de não me dar com ele e de não gostar muito dele, eu conhecia-o, tinhamos feito trabalhos juntos na escola e portanto fiquei um pouco afetada com a sua morte, que, pelo que estavam a dizer não tinha sido das melhores já que tinha sido espancado até morrer.
De repente o comando foi arrancado das minhas mãos e o ecrã ficou todo preto, mas ainda consegui ver uma imagem dele deitado no chão, morto. A roupa que ele usava era-me familiar. Era a roupa que o homem que me tinha tentado violar no dia anterior usava. Juntei as peças e percebi tudo, olhei para Luke.
“Tu mataste-o, Luke?”
“Não”
“Não me mintas eu sei que foste tu!”
“Sim fui, e agora? Vais fazer o quê?” o seu olhar era frio e o riso sarcástico que ele soltou no final fizeran um arrepio passar no meu corpo, ele tinha mataddo uma pessoa, sabe-se lá quantas mais já tinha morto antes.
Levantei-me da cama a tremer, ele não tirou o olhat de mim, não lhe fazia confusão o facto de ter medo dele, dava-lhe prazer, ele gostava de saber que eu tinha medo dele.
“É para todos saberem que não te podem tocar. Nunca” disse tão sério que ainda tremi mais, sentia-me a ficar sem força nas pernas.
“És um assassino, Luke, vão-te prender”
“Não vão, eles têm demasiado medo de mim para me prenderem. Agora volta para aqui”
“Não”
“Volta para aqui”
“Summer, não vou voltar a repetir”
“Tu matas-te uma pessoa”
“Ele tentou violar-te, só devias era estar agradecida”
Ri-me sarcasticamente, revirando os olhos.
“Uau, Luke, que lindo gesto de amor. Mataste uma pessoa, obrigada nem sei o que faria sem ti” disse sarcástica, o olhar dele escureceu e eu soube que tinha passado dos limites.
“Se não fosse eu tinhas sido violada, era isso que querias?”
“Sou violada todos os dias por ti!”
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Yours | l.h. ✓
FanfictionPara muitos, o som da campainha a tocar significava liberdade, ao fim de mais um dia de escola iam para casa e sair daquela prisão, para mim, apenas significava sair de uma prisão e ir para outra, da qual não havia escapatória. "Eu sou o único que p...