|Capítulo 7|

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Limpei as lágrimas que escorriam como cascatas pela minha cara, e enquanto tentava controlar a minha respiração, sentia o meu coração bater como nunca tinha batido. Sentei-me no chão ao perceber que era impossível acalmar-me assim do nada, ia demorar algum tempo a controlar todas as emoções que se tinham apoderado de mim.
Por uns segundos não tinha sido violada, uns meros segundos, se ninguém tivesse aparecido… nem queria imaginar. Olhei para o rpaaz que me tinha salvo, inconscientemente sabia que era o Luke mas queria ter uma confirmação disso. Estava a olhar para mim confuso, não devia saber o que fazer, normalmente ele nunca me via chorar, não lhe dava esse prazer, agora que ele me estava a ver assim não sabia como reagir.
“Obrigada” consegui dizer num tom de voz baixo. Ele baixou-se ficando à mesma altura que eu limpando-me as lágrimas com os polegares, manteve as mãos nos dois lados da minha cara, nunca desviando o olhar dos meus olhos.
“Nunca vou deixar ninguém tocar-te, podes ter a certeza disso. És minha”
Foi a primeira vez que, ao ouvi-lo dizer isto senti uma certa segurança, senti que ele se preocupava e não dizia que era dele apenas como uma posse, mas sim como alguém que ele amava e com quem se preocupava.
Senti os seus lábios na minha testa, onde ficaram o tempo suficiente para eu me acalmar, o meu coração abrandou, mas não tanto pois o efeito que ele tinha em mim, apesar de com quase um ano de namoro, ainda era como da primeira vez, nada tinha mudado.
Depois afastou-se, como se nada fosse e pegou no homem que estava inconsciente no chão, não tinha reparado que assim estava, depois de o ver a cair tinha desligado completamente. Observei-o enquanto se ia embora, deixando-me ali, como se nada tivesse acontecido, sabia que não ia durar muito esta sua repentina preocupação comigo.
Depois de ganhar forças decidi ir para minha casa, tinha ainda imensas coisas para fazer e queria ligar aos meus pais e saber como eles estavam e quando voltavam.
Cheguei e pousei tudo no meu quarto, decidi ir tomar banho, tentando tirar a sensação das mãos do homem em mim, e pôr-me confortável, duvidava que o Luke ainda viesse. Depois disto, sentei-me na cozinha, liguei a televisão e liguei-lhe.
Estou?”
“Olá, mãe, como estão as coisas por aí? Nunca mais têm ligado…” enquanto dizzia isto ouvi a porta da entrada abrir e fechar, sabia que devia ser o Luke porque ele tinha as chaves, ignorei e esperei que ele me encontrasse.
“Não temos tido tempo quase nenhum, querida. Estamos sempre ocupados”
“Eu sei… mas podiam ao menos tentar ligar” senti o Luke sentar-se ao meu lado e fazer-me festinhas na perna. “Sabem quando vêm para cá?”
“Vamos tentar ir passar o próximo fim de semana contigo”
“A sério?” fiquei entusiasmada, nos fins de semana raramente estava com o Luke porque ele estava a treinar e tinha lutas então podia descansar.
“Vamos tentar, dizemos-te ao certo mais perto está bem?”
“Sim, mãe”
Depois de nos despedirmos ela desligou, o Luke ficou a olhar para mim à espera que lhe contasse a minha conversa com a minha mãe. Ela adorava-o, claro, era difícil não adorá-lo à primeira vista. Depois de lhe contar ele negou com a cabeça.
“Próximo fim de semana vais estar comigo. Vou a uma luta importante noutra cidade”
“Mas, Luke… são os meus pais”
“Não quero saber, vens e pronto”
Suspirei. Sabia que não havia nada a fazer. Se ele queria que eu fosse então eu tinha de ir. Era assim que funcionavam as coisas, só ainda não tinha percebido é como numa hora está tudo bem e do nada ele parece que se torna uma pessoa completamente diferente.

Yours | l.h. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora