Depois disto nada mais aconteceu, ele comeu o que lhe tinha feito e eu continuei na bancada a olhar para ele sem saber bem o que fazer, ele devia querer que eu continuasse na cozinha por isso fiquei ao pé dele, mas só queria ir para o quarto e acabar o que ele não se tinha dado ao trabalho de acabar.
“Estás a pensar no quê?” perguntou ele olhando para mim atentamente quando acabou. Não lhe respondi, não podia dizer exatamente o que estava a pensar mas não conseguia pensar noutra coisa suficientemente credível.
“Nada” olhei para as minhas mãos como se de repente fossem a cosia mais interessante do mundo. Ele não pareceu convencido, soltou uma gargalhada sarcástica e levantou-se, pondo os pratos sujos no lavatório. Depois ficou parado à minha frente pondo a mão no meu queixo e fazendo-me olhar oara ele.
“Já devias saber que as coisas não funcionam assim” disse ele olhando-me diretamente nos olhos, encolhi-me um pouco com medo. Já sentia saudades do Luke encharcado que tinha encontrado à minha porta nem à duas horas atrás.
“Não funcionavam quando namorávamos, agora posso fazer o que me apetecer” ele pareceu achar genuinamente piada ao que eu tinha dito, como se lhe tivesse contado a melhor anedota do mundo, quando finalmente se acalmou passou o polegar pelo meu lábio inferior.
“És tão ingénua, amor. Não importa o que sejamos. És minha aconteça o que acontecer”
Fiquei a olhar para ele, não sabia se achar querido, ou se achar assustador. Decidi ir pela segunda opção, aprendi a nunca esperar nada de querido vindo de Luke.
Precisamente quando ele se inclinou para me beijar, o meu telemóvel começa a tocar, rezei para que não fosse o Ashton, ia-me levantar e ir buscá-lo mas Luke foi mais rápido e pela cara que fez percebi que era realmente o Ashton e, para piorar ainda mais a situação, ele atendeu.
“Estou?... Sim, é o Luke… Porque é que estás a ligar para a minha namorada?... Sim… Ah, queres falar com ela” ele estendeu-me o telemóvel que eu relutantemente encostei ao ouvido. Luke seguiu todos os meusm movimentos sem descolar os olhos de mim.
“Estou, Ashton? Passasse alguma coisa?”
”Sim, eu falei com a minha irmã e ela adorou a ideia, quer que vás lá amanhã”
“Hum… amanhã?” evitei a todo o custo olhar para o Luke. Era difícil pois ele não deixava de procurar os meus olhos.
”Sim amanhã se puderes… eu mando-te a morada por mensagem”
“Está bem, lá estarei. Obrigada”
Desliguei a chamada e olhei para Luke que me olhava com olhos zangados mas também curiosos, ele queria saber tudo o que tinha sido dito naquela conversa.
“Então… falaram do quê?”
“É complicado” ri-me nervosamente, ele não pareceu o mínimo divertido com a situação, o que me fez aclarar a garganta “Hum… convidaram-me para entrar numa agência de modelos e amanha vou lá”
“Isso é que era bom. Nem penses que vais”
“Mas Luke…”
“Já disse que não, Summer! É preciso repetir?”
“Não” olhei para baixo, uma lágrima escorreu pela minha bochecha, era o meu sonho e por mais que pedisse a Luke, ele não ia deixar, mas decidi tentar “deixas-me só desta vez? Por favor… vens comigo e ficas lá a ver tudo”
Ele olhou para mim em silêncio como que a pensar, estava à espera de um não, mas não deixei a esperança abandonar-me completamente.
“Depois desistes dessa ideia?”
“Sim…”
“Então podes, mas só amanhã e eu tenho de estar lá”
“Está bem! Obrigada!” Abracei-o com força escondendo a cara no seu pescoço, ele riu-se e enrolou os braços à minha volta, levantando-me da bancada e andando até ao meu quarto. Pousou-me na cama e despiu-me, fazendo o mesmo ele, deitou-se ao meu lado e abraçou-me. Tinha tido saudades de sentir o calor dos seus braços à minha volta e de adormecer encostada a ele, como se, por umas horas apenas, fossemos um casal normal.
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Yours | l.h. ✓
FanfictionPara muitos, o som da campainha a tocar significava liberdade, ao fim de mais um dia de escola iam para casa e sair daquela prisão, para mim, apenas significava sair de uma prisão e ir para outra, da qual não havia escapatória. "Eu sou o único que p...