|Capítulo 25|

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Já tínhamos comido na feira por isso quando chegamos ao carro ele começou logo a conduzir, levando-nos para algum sitio que ainda era desconhecido, provavelmente para os dois. Ele acabou por parar numa falésia, estava escuro e as estrelas brilhavam imenso pois não havia nenhuma luz artificial, o que, ao princípio me deixou um pouco insegura e com medo mas o simples facto de ele aqui estar comigo acalmava-me e dava-me uma sensação de segurança que à muito não sentia.
Saímos do carro e fomos para a parte de trás que Luke tinha deixado virada para a falésia, deitamo-nos num monte de mantas e almofadas que ele tinha lá e ficamos a ver as estrelas. Fazíamos isto muitas vezes e estávamos sempre a tentar encontrar formas e constelações o que acabava sempre em ataques de riso.
“Aquelas parecem um coelho a comer uma cenoura em cima de uma pedra enquanto faz malabarismo” disse eu apontando para um conjunto de estrelas. Quando ele percebeu de qual estava a falar, ficou ofendido.
“Não me digas uma coisa dessas! Parece um dragão a fumar”
“Que disparate, Luke! Os dragões não fumam”
“Bem… os coelhos não fazem malabarismo”
Rimo-nos e ficamos a observar as estrelas em silêncio, não num silêncio desconfortável e constrangedor, era na verdade um silêncio que me fazia querer ficar ali para sempre, ao pé dele.
“As estrelas são tão bonitas…” disse ainda a olhar para o céu.
“Não tão bonitas como tu” disse ele olhando para mim com um sorriso gigante. Ri-me envergonhada e corei, tapando a cara depois, o que o levou a, gentilmente, tirar as mãos da minha cara “Não escondas uma carinha bonita como a tua”
Ri-me e senti os seus lábios na minha testa, quando os tirou, voltei a olhar para as estrelas encontrando uma que se parecia exatamente com um macaco vestido de bailarina a saltar à corda, virei-me para ele para lhe dizer mas antes que pudesse abrir sequer a boca, os seus lábios estavam nos meus.
Demorei um bocado a processar tudo aquilo mas assim que senti a sua mão na minha bochecha, passando o polegar gentilmente, comecei a mover os meus lábios em sincronia com os dele. Com a minha mão no seu cabelo, e a sua agora na minha cintura, ficamos assim até já não termos ar, acabando por nos termos de afastar tentando controlar a respiração acelerada com que ambos estávamos.
Antes, sempre que ele me beijava, era agressivo, sem cuidado nem carinho. Este beijo… este beijo tinha sido diferente de todos os que tínhamos partilhado, e tinha um pressentimento que ele também tinha sentido isso, nunca tantos sentimentos tinham sido mostrados num beijo nosso.
Ele sorriu-me voltando a juntar os nossos lábios noutro beijo, quando nos afastamos ele puxou-me para ele abraçando-me e fechei os olhos depois de pousar a cabeça no peito dele, senti a sua mão fazer festinhas no meu cabelo, o barulho do mar era como uma canção de embalar e não demorou muito até eu adormecer, mas não sem antes ouvir Luke dizer baixo, como se tivesse medo e para mim foi como se tivesse sido a primeira vez.
“Amo-te”

Yours | l.h. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora