|Capítulo 24|

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O álbum já tinha tocado duas vezes quando o carro finalmente parou. Eu levantei logo os olhos do telemóvel do Luke, onde tinha estado a jogar, e apenas vi carros à minha frente.
“Hum… Luke, porquê?” perguntei um pouco desiludida e confusa porque apenas via carros à minha frente, ele riu-se.
“Olha para trás”
Olhei para trás e lá estava, um parque de diversões gigante, com imensas luzes e imensas pessoas a entrar e sair. Saltei no banco e abri logo a porta com o entusiasmo, ele riu-se ainda mais e saiu também, trancando o carro depois. Ao andamos até à entrada, ele deu-me a mão fazendo-me sentir um pouco desconfortável.
“Apenas não te quero perder… está imensa gente” Eu assenti, achando a razão dele válida e deixei a minha mão na dele apreciando a sensação que, tinha de admitir, era ótima “Então onde queres ir primeiro?”
Olhei à volta pensativa, haviam imensas bancas de jogos e de comida e imensas diversões, era difícil decidir por onde começar, mas lá apontei para os carrinhos de choque.
“Por ali… não, não, não, por ali. Espera… talvez seja melhor por aquele” disse acabando por apontar para quase todos os sítios que nos rodeavam. Ele riu-se, pegando na minha outra mão, fazendo-me parar e olhar para ele.
“Podemos ir onde quiseres, temos todo o tempo do mundo, sim, princesa?” disse ele calmamente beijando-me a testa levemente no final. Eu assenti sorrindo e larguei uma das mãos arrastando-o comigo para uma das diversões, ele riu-se e seguiu-me.
Depois daquela fomos a quase todas as outras diversões e tinha de admitir, estava a adorar passar aquele tempo com ele, riamos imenso, brincávamos um com o outro, falávamos, quase como antes. Quando estávamos a ir embora, reparei numa banca de jogos com prêmios e foi incapaz de não me apaixonar por um unicórnio gigante de peluche que lá estava pendurado. Olhei para o Luke e puxei a manga dele fazendo-o virar a cabeça para mim cim um sorriso.
“Diz, princesa, queres ir a mais algum lado?” Eu apontei para o unicórnio gigante e fiz beicinho o que o fez rir “Queres o unicórnio? Então vamos buscar-te o unicórnio”
Paramos em frente da banca e o rapaz, que parecia ter a nossa idade, explicou ao Luke o que ele tinha de fazer para conseguir o unicórnio. O Luke pagou-lhe e tentou acertar em todas as latas fazendo-as cair, o que não aconteceu pois, mesmo que ele acertasse elas nem se mexiam, depois de mais três tentativas eu disse-he que não valia a pena.
“É o unicórnio que queres?” perguntou o rapaz que estava a tomar conta da banca, tinha o cabelo castanho, os olhos castanhos também, era bonito mas nada comparado com o Luke. Eu assenti, baixando a cabeça depois ao saber que não o ia ter.
“Compro-te os unicórnios que quiseres em casa, princesa” disse Luke tentando animar-me.
“Deixem estar, isto acaba amanhã e é impossível dizer não a uma rapariga bonita como tu” disse o rapaz piscando-me o olho enquanto sorria. Deu-me o unicórnio gigante e eu sorri um pouco pois estava mais assustada com o facto de ele ter falado assim comigo “Mas vais ter de me compensar, porque não vires a minha casa?”
“Não obrigada” disse praticamente correndo dali, Luke seguiu-me pondo o braço à volta dos meus ombros porque eu estava a abraçar o peluche. parecia chateado e eu sabia porquê mas ao mesmo tempo parecia estar a tentar controlar-se, tinha a respiração pesada e a mão que não estava à minha volta tinha formado um punho.
“Estás bem, Luke?”
“Sim…”
“Mesmo?”
“Apenas não gostei de o ver a despir-te com o olhar, nem de o ver a falar contigo como se fosses um objeto sem significado nenhum”
“Deixa… ele não fez nada, não te chateies”
“Apenas não quero que te tratem como te tratei, não mereces. Percebo agora o quão te deixa triste e o quão errado é por isso não vou deixar mais ninguém tratar-te dessa forma”

Yours | l.h. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora