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Depois de algum tempo, saímos da água. Estava anoitecendo e eu queria ir logo tomar um banho, pois aquela água era suja, devido ao barro que tinha no fundo.

Peguei minhas roupas, meus produtos de higiene e fui para o banheiro improvisado que Chanyeol havia feito, mas chegando lá lembrei que eu não sabia como eu tomaria banho lá. Voltei onde todos estavam preparando algo para comermos de jantar.

—Chanyeol, como faço para tomar banho? —perguntei ainda com minhas roupas em mãos.

—É preciso encher o balde. Quer que eu encha pra você? —levantou-se.

—Quero.

Ele foi até o "banheiro", desenganchou o balde com chuveiro de cima do galho —realmente só ele alcançava— e foi até o açude para enchê-lo. Depois enganchou-o lá novamente.

—Não tome banho ainda. —me interrompeu.

—Por quê?

—É melhor esquentar um pouco de água e depois colocar aí dentro, para não ficar tão fria. —sorriu.

Fiz o que ele disse. Peguei um pouco de água e coloquei em nosso fogãozinho para esquentar, mas estava sendo torturante esperar sentado em meio a tantos mosquitos. Eles pareciam me fuzilar de picadas!

—Minha nossa, isto aqui está infestado de mosquitos! —Jackson disse, batendo em seu próprio corpo.

—Alguém trouxe repelente? —Jongin perguntou, parecia desesperado.

—Eu trouxe! —falou Yoora, vindo já com o produto em mãos. —Aqui, venham.

Como era um spray, Yoora se encarregou de espalhar o repelente por todos nós, mas quando veio até mim, recusei, pois minha água já havia esquentado. Então fui tomar o meu banho.

Confesso que foi melhor do que eu pensei, a água saía morninha e o chuveirinho era razoavelmente bom. Mas que foi estranho, foi.

Saí do banho e vi que haviam feito uma fogueira, estavam todos em volta dela. No fogo, havia uma grande panela com água e muito lámen. Logo me juntei a eles.

—Caramba, os mosquitos continuam! —falei pegando uma cadeira e me sentando ao lado de Chanyeol.

—Você saiu do banho agora, precisa passar repelente. —Luhan falou enquanto trazia uma jarra de suco em mãos.

—Não, Baekhyun tem razão. Mesmo eu que passei repelente ainda sinto eles me picarem. —disse Jackson.

—Acho que repelente não é o suficiente. —Sehun concluiu.

—Ah, mas eu sei o que vai espantá-los! —Chanyeol falou e se levantou. Foi até a barraca e pegou sua lanterna.

—Amor, aonde você vai? —perguntei.

—Pegar cocô de vaca seco para queimar. —disse como se fosse óbvio.

—Não pode estar falando sério. —Jackson falou e todos nós rimos.

Como tinha dito, ele pegou algumas merdas de vaca e fez uma fogueirinha menor ao nosso lado para queimá-las. Achei aquilo tudo muito estranho, mas ele alegou que seu pai havia o ensinado, e que sempre dava certo.

Aquela era uma noite em que aconteceria o fenômeno da "Super Lua", ela nasceu por detrás dos eucaliptos que estavam do outro lado do açude e refletia na água junto deles. Aquela imagem era realmente muito linda de se ver, daria uma bela foto.

—Esse lugar é incrível. —falei.

—Concordo, se eu fosse rico, com certeza compraria um lugar assim. —Sehun falou passando o braço pelo pescoço de Luhan, observando o reflexo da lua na água.

—Saia por aí de madrugada. Se acabar encontrando um homem de chapéu, talvez fique rico. —Chanyeol disse e riu, junto de Yoora.

—Que história é essa? —Luhan indagou.

—Eu até poderia dizer que é uma lenda, mas eu e Chanyeol já o vimos. —Yoora disse dando um gole em seu suco.

—E por que vocês ainda não estão ricos? —Jongin perguntou em um tom divertido.

—Não é bem assim. —Chanyeol começou. —A história é que todas estas terras aqui eram dele, e que por algum canto daqui está enterrado algo de muito valor. Mas só ele sabe onde e ninguém sabe o que é.

—E como vocês o viram? —perguntei.

—Foram em momentos diferentes. —disse Yoora. —Quando eu o vi, ele estava sentado em um grande toco que havia por ali. —apontou para um pouco longe de onde estávamos.

—Não vejo toco nenhum. —Sehun disse.

—Claro, pois o Senhor Joon ficou sabendo disso e mandou arrancar o toco. Provavelmente ele acredita na história e foi tirar a prova. —Chanyeol explicou. —Quando eu o vi, estávamos todos dormindo. Eu vi um vulto passar pela barraca e pensei que pudesse ser alguém querendo nos roubar, pois tem como chegar aqui pela estrada. Eu imediatamente peguei um facão que usávamos para cortar madeira e saí para fora da barraca, mas não havia mais ninguém.

Permanecemos um tempo em silêncio, até Luhan se pronunciar.

—Ai, parem. Se não e não vou dormir esta noite.

—Mas você não vai mesmo. —Sehun respondeu.

—Credo, gente. Ninguém veio aqui pra transar. —Chanyeol falou.

—Fale por você, Chanyeol. —Sehun rebateu.

—Sehun, se você acha mesmo que vai ter meu corpinho pra você esta noite, você está muito enganado. —Luhan disse se desgrudando de Sehun.

—E que tal você ter o meu?

—Gente pelo amor de Deus, vocês vão me traumatizar. —Jongin disse tampando os ouvidos.

—Ok, gente. Melhor cantarmos uma música para esquecermos um pouco isso. —Chanyeol se levantou. —Vou pegar meu violão.

Chanyeol voltou com o seu violão e sentou-se novamente do meu lado. Começou os acordes que já eram reconhecidos por mim.

—Não acredito que você vai tocar isso. —falei e pus as mãos no rosto, com vergonha.

Me desculpe vir aqui desse jeito, me perdoe o traje de maloqueiro... De camisa larga e boné pra trás, bem na hora do dorama que a Senhora gosta mais. Faz três dias que eu não durmo direito, o seu filho me deixou desse jeito. E o que ele mais fala, é que a Senhora é brava, mas hoje eu não vou aceitar levar um não pra casa! DONA BYUUUN, DEIXA EU NAMORAR O BAEKHYUUN, prometo que não vou ser só mais u-u-um. Esse menino é um desenho no céu, que Deus pintou e jogou fora o pincel...

Apesar de a música ser bonita, Luhan quase engasgava de tanto rir, e eu queria bater no Chanyeol.

Ok, camping!Onde histórias criam vida. Descubra agora