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Foi quase uma luta sair de casa para ir ao hospital. Sehun estava bêbado e Chanyeol só aceitou nos levar quando peguei as suas chaves do carro e disse que eu mesmo dirigiria até lá. E bem, eu não sei dirigir, mas se fosse pelo meu amigo eu o faria.

O caminho foi dominado por um tortuoso silêncio. Enquanto Sehun permanecia calado no banco de trás e sem expressão alguma —parecia estar em transe—, era possível sentir a direção se tornar perigosa, tamanhos eram a tensão e o nervosismo de Chanyeol. Às vezes eu arriscava olhar para ele, ficava imaginando as mil e uma coisas que passavam por sua cabeça e isso só me fazia ter um aperto no peito.

Quando chegamos ao hospital, saí do carro sem me importar se Chanyeol ou Sehun estavam atrás de mim, adentrei o prédio e fui diretamente até a recepção, onde encontrei uma moça loira em frente ao computador.

—Boa noite. —a abordei. —Eu procuro por Xiao Luhan.

—Xiao Luhan? Só um minuto.

E que minuto! A mulher ficou um bom tempo mexendo naquela porcaria de computador, ela até mesmo deu um sorrisinho, duvido que estivesse fazendo o que pedi.

—Ele deu entrada na emergência há uns trinta minutos. Está no leito três.

—Obrigado.

Saí à procura do tal leito e confesso que fiquei meio perdido no meio daquele hospital. Devo ter andado até mesmo na maternidade, mas me informei e finalmente achei a área aonde chegavam os traumas.

—Lu! —o chamei, corri em sua direção e o abracei fortemente.

—Baek! —se desvencilhou do abraço.—Que bom te ver!

—Onde está minha caixa? —perguntei antes de qualquer coisa, já que Luhan estava aparentemente bem.

—Eu pedi para uma enfermeira guardar com as minhas coisas pessoais, depois nós pegamos com ela. —soltei o ar em alívio. Aquela caixa poderia me deixar rico.

—Que bom. Mas então, você está inteiro! Só cortou a testa?

—Só? Costuraram minha testa, arranhei minha mão esquerda, cortei meu antebraço e torci minha mão direita. —enquanto falava ele ia mostrando seus ferimentos. —Mas não foi um acidente grave, foi apenas um engavetamento meio brusco.

—No mínimo você estava sem cinto e...

—Luhanie! —fui interrompido por um Sehun meio cambaleando, mas tentando correr em nossa direção. —Eu fiquei tão preocupado, achei você tinha se quebrado todo! A minha bonequinha de porcelana... —ele se agarrou a Luhan, escondeu o rosto em seu pescoço e começou a chorar novamente.

—Ele está bêbado? —perguntou sentindo o cheiro do álcool.

—Sim, quando cheguei em casa ele estava acordado e bebendo. —Luhan arregalou os olhos. —E chorando!

—Sehun, olha pra mim. —ele chamou fazendo o outro se levantar, limpando as lágrimas. —Volta pra casa, por favor.

—Ah, Lu... Eu estava quase pedindo para voltar mesmo, não dá mais para ficar no apartamento do Baekhyun.

—Você quer dizer meu apartamento. —Chanyeol disse atrás de mim, como uma assombração. —Até porque quem paga o aluguel sou eu.

—Mas eu pago a água e a luz. —rebati.

—E quem compra a comida?

—E quem compra as suas roupas? —ele franziu o cenho.

—Minha mãe que compra as minhas roupas.

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