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Foi horrível quando tive que tirar a minha perna daquele pedaço de pau que estava no chão. Não havia sido tão fundo, mas foi o suficiente para abrir um buraco que não parava de jorrar sangue.

Eu fiquei desesperado. Quanto tempo levaria até chegar em um hospital mais próximo? Eu morreria até lá!

Num impulso, Chanyeol rasgou um pedaço de sua camisa e atou na minha perna. Ele me pegou no colo e com um pouco de dificuldade correu para o acampamento. Todos ficaram espantados quando nos viram e Chanyeol imediatamente mandou que alguém pegasse as chaves do carro e dirigisse até um posto de saúde que ele conhecia. Sehun se prontificou, mas Luhan tomou as chaves de sua mão e foi dirigindo ele mesmo.

Entramos no carro, Sehun insistiu em ir ao lado de Luhan e eu fiquei deitado no banco de trás com a cabeça no colo de Chanyeol. Eu sentia minha visão ficar turva, meus braços e pernas perderam a força e eu simplesmente não vi mais nada.

...

Era um lindo campo florido. O céu estava limpo e passava uma brisa leve, mas forte o suficiente para fazer algumas folhas voarem. Eu olhei em volta e não vi ninguém. Era um campo florido e deserto.

Eu estava morto? Um estúpido pedaço de pau no chão havia me matado? Não é possível! Que ridículo!

Fechei os olhos por um instante tentando processar o que estava acontecendo, quando os abri, dei de cara com um garoto na minha frente. Ele devia ter mais ou menos a minha altura, seus olhos enormes me encaravam com uma certa ternura, ele vestia roupas claras e, não pude deixar de notar que a sua boca parecia um coração.

-Onde eu estou? -perguntei logo, estava nervoso já.

-Parece que você resolveu dar uma passeada enquanto seu corpo está lá, tentando ser ressuscitado.

-O quê? Mas eu só machuquei a panturrilha! -ele deu de ombros.

-Quanto a isso, eu não posso fazer nada. -ele se aproximou. -Mas já que está aqui, queria dizer que é um homem de sorte, Byun Baekhyun.

-Sabe meu nome? E do que está falando?

-Eu sei muitas coisas. Também sei que o senhor Lee escolheu você.

-Quem? -ele revirou os olhos.

-Vocês não sabem nada sobre ele, não é? -neguei com a cabeça. -É uma longa história, mas serei breve. As pessoas inventam lendas estranhas sobre ele, dizem que ele esconde algo valioso e amaldiçoado, mas isso não tem nada a ver. Ele só estava esperando alguém que tivesse o sangue dele, alguém que ele tivesse a certeza de que saberia investir e multiplicar o dinheiro da família. Ele se recusa a sair daquele plano. É um velho teimoso.

-Não entendi, mas estou compreendendo.

-Ele já te mostrou o lugar certo, é só ir até lá.

-Então, eu não vou morrer, né?

-Se não voltar logo, provavelmente vai. -ele arqueou as sobrancelhas.

-Então me faça voltar! Mas antes, qual seu nome?

Ele sorriu, pareceu levar seu pensamento longe, tendo um sentimento de nostalgia.

-Meu nome... Faz um tempo que não o escuto, mas ainda me lembro. -ele voltou a olhar para mim. -Me chamo Do Kyungsoo.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, eu apenas sorri e ele me olhava com curiosidade.

-Baekhyun?

Como num piscar de olhos, toda aquela extensão de um campo florido se transformou em um quarto de hospital gélido e pacato. Eu nunca gostei de hospitais, o clima era sempre fúnebre aos meus olhos. Mas para contrastar com a frieza do quarto, encontrei um par de olhinhos rubros e ainda marejados.

Ok, camping!Onde histórias criam vida. Descubra agora