Seu Toque - Acasos do Destino # 2

Capítulo de apresentação

* * * *  * CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS  * * * * *

  *************************************************************************************

A pergunta que escuto todos os dias dos funcionários do Dark é: Quem será o poderoso chefão? A resposta está debaixo do nariz deles. A única pessoa que sabe que sou o dono é minha gerente.

Hoje estou aqui para me apresentar e contar como me tornei dono de um dos clubes mais famosos e secreto de São Paulo.

Meu nome é Ricardo Moraes, mas todos me conhecem como Rick. Tenho 34 anos, sou solteiro e proprietário de um clube BDSM, o Clube Dark, aonde pessoas comuns e celebridades vêm para desfrutarem de um sexo diferente.

Sou de uma família muito tradicional e rica de São Paulo. Fui um filhinho de papai transgressor. Seguir regras não era a minha praia. Perdi as contas de quantas escolas me expulsaram. Esse era um dos motivos da maioria das discussões que tinha com minha mãe, pois ela não gostava de esconder as coisas do meu pai. Nem sei quanto dinheiro ela gastou para que pudesse terminar o ano letivo. E assim foi toda a minha adolescência.

Aos olhos do meu pai eu era o filho perfeito, mas isso mudou quando completei a maioridade e fui preso por dirigir embriagado e quase matar uma pessoa. Minha mãe não estava em casa para me socorrer e encobrir mais um dos meus delitos, pois havia ido visitar meus avós no interior. Então, o único remédio foi ligar para ele. Não preciso nem dizer que quase matei o velho de susto quando disse que tinha sido preso não é?

Fiquei surpreso, ao ouvir o senhor Humberto Moraes dizer que o Dr. Sidney, o advogado da nossa família, iria providenciar tudo.

Algumas horas depois, finalmente fui solto e segui para casa. Peguei carona com Dr. Sidney, pois meu carro tinha dado perda total com o acidente. Durante todo o percurso, ele foi falando aquele velho discurso sobre como eu deveria tomar juízo e dar um jeito em minha vida. Coloquei meus pés sobre o para-brisa e ignorei o que falava enquanto mexia no meu celular procurando alguma notícia sobre o acidente, mas não encontrei nada. Provavelmente a Carla, da equipe de relações públicas das Empresas Moraes já tinha molhado algumas mãos para abafar o caso do filho de um dos homens mais ricos e poderosos de São Paulo tinha sido preso.

Ao chegar em casa, meu pai me esperava na sala. Com um olhar rígido mandou esperá-lo no escritório, enquanto conversava com o Dr. Sidney.  

Antes de entrar no escritório escutei nosso advogado falando sobre meu caso e que eu precisava de uma medida drástica. Quem esse idiota pensa que é? Entrei bufando. Sentei e aguardei alguns minutos até que os dois entraram. Meu pai sentou-se em sua imponente cadeira enquanto Dr. Sidney ficou em pé ao seu lado.

— Ricardo, meu filho. Eu gostaria de saber onde eu errei? Será que meu erro foi ter dar tudo sempre na hora que você queria? Eu te estraguei para o mundo, ou melhor, meu dinheiro estragou. — Ele diz com um olhar triste.

— Pai, eu posso explicar... — Sou interrompido por ele que continua falando.

— Cale a boca e escute. — Diz bravo. Meu pai nunca levantou a voz para mim antes. — Sempre te vi como um filho exemplar. Você não imagina como fiquei ao saber de todos os delitos que você vem cometendo todos esses anos bem debaixo do meu nariz. Sinto-me tão frustrado e decepcionado comigo mesmo por ter sido um pai tão ruim e ter acreditado por tanto tempo em você — suas palavras doem. — Mas irei dar um jeito nisso enquanto ainda é novo. Senão, nunca mais conseguirei te tornar um homem descente e de caráter.

— Pai, todo mundo comete erros. — Tento me justificar.

— Realmente. Todo mundo comete erros, mas os seus já passaram dos limites. Você deveria estar cursando uma faculdade. Ter uma formação, mesmo que não seja para administrar as empresas da família. Só que a única preocupação que tem é gastar o meu dinheiro em farras. Por isso, não me deixa outra escolha... — Não espero terminar a frase. Seu olhar me dá um frio na espinha.