Capitulo 11- O giro de mesa.

3 1 0
                                    


Carla estava com uma toalha branca amarrada na altura dos seios e com uma segunda toalha, amarrada nos cabelos, quando ela parou de frente para a porta do banheiro, de frente para o Roberto, que estava paralisado, com os braços tremendo e com os olhos saltados.
- O que foi Roberto? - Perguntou Carla sem entender, quando ela olhou para além do jovem e viu o notebook aberto. - Você não mexeu no meu note né?
Um minuto de silêncio se instalou no ar.
- Não, você não fez isto né? - Incrédula, foi como uma fera, direto para o computador, quando encontrou Roberto como obstáculo.
-Carla o que está acontecendo? Eu quero explicações. Agora! - Disse ele de forma fria e ríspida, olhando nos olhos dela, e com os braços tremendo, como se estivesse contendendo uma energia.
- Eu não te devo explicações nenhuma sobre as minhas coisas, agora sai da minha frente e deixa eu pegar o meu computador.
- Ah você me deve explicações sim senhora. -Disse Roberto segurando-a pelos dois braços, com força e "espumando" de raiva.
- Me larga agora se não eu vou gritar e chamar a polícia! - Disse Carla em tom alto e esbravejando.
- Não sem antes você me explicar o que significa esta putaria.
-Me solta! - Gritou Carla, tentando se soltar, quando Roberto a lança para frente.
Carla trança as pernas, mas não chega a cair.
-Eu não vou ficar mais nem um segundo nesta casa maldita! -Diz Carla aos berros.
Ela se aproxima de Roberto e o empurra pra pegar o notebook. Ele, desnorteado e sem reação, insiste:
- Por que você mentiu pra mim Carla? Me conta a verdade de toda esta merda!
Carla se tranca no quarto e minutos depois, sai vestida com bermuda jeans, camiseta preta com estampado e um tênis preto baixo. Com uma pequena mala de mão, com rodas, na mão direita, e no ombro esquerdo, a alça da pasta de couro que guarda o computador portátil.
- O que você tá fazendo? Você não vai viajar a esta hora, ainda mais depois disto tudo, você me deve explicações. -Disse Roberto com raiva e em tom alto.
A esta altura o prédio inteiro ja estava sabendo do que estava acontecendo.
- Quero ver você me impedir! - Disse Carla em tom desafiador.
- Não me faça usar a força com você.- Disse Roberto contrariado.
- Vai me bater valentão? - Disse Carla indo em direção a porta de saída, forçando Roberto a andar para trás.
- Não é isto, é que...
Quando Carla forçou pelo lado direito de Roberto, o jovem tentou segura-la, braço direito com braço direito, quando por extinto, Carla arranha profundamente o braço de Roberto, do bíceps até a mão. Roberto da um urro, e se afasta como que por reflexo. Carla gira a chave da porta, Roberto pega na mão dela que segura a mala, Carla da um giro de 180 graus e chuta o peito de Roberto, com a sola do pé. O chute foi tão forte, que Roberto foi arremessado contra a mesa, espatifando a tampa de vidro. Roberto fica num estado de quase inconsciência, enquanto Carla sai do apartamento, correndo nas escadas. Quando Roberto retoma a consciência,  Carla já tinha saído com o carro, Roberto levanta com vários cortes por causa dos cacos de vidro, alguns ainda em sua pele, sai do seu apartamento e se depara com os vizinhos, de roupão e pijamas, olhando-o apavorados.
- Ta tudo bem galera, podem ir dormir. - Disse Roberto enquanto descia as escadas.
Ao entrar em seu carro, se deu conta de seu estado deplorável, mas nada fez sobre isto. Assim que tirou-o da garagem, partiu em disparada, porque sabia qual era o caminho que Carla iria pegar. Ultrapassou vários carros de maneira perigosa, praticamente furava os sinais vermelhos, quando passava do limite do sinal amarelo. Quando chegou na br 101, acelerou até chegar a 140km/h, mas nem sinal do carro de Carla. Uma especie de neblina começou tomar conta da auto estrada, ficava cada vez mais difícil de enxergar. Roberto foi obrigado a diminuir a velocidade drasticamente. Ele foi sentindo um cansaço fora do comum, suas pálpebras pesavam, ele foi indo em direção ao acostamento, onde em seguida existia uma grande vala, que seguia por quilômetros, paralelo a estrada, além da vala se encontrava uma plantação de Eucalipto, com árvores imensas. De repente tudo é silencio, tudo é escuridão...

Entre a luz e a sombra - part.1Onde histórias criam vida. Descubra agora