O começo do fim ou o fim do começo?

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Foi o dia mais louco da minha vida. O dia não, o feriado inteiro. Era loucura atrás de loucura. Primeiro rolou um sadomaquismo básico, meu pulso ficou até marcado por conta das algemas. Depois o Fernando apareceu do nada. Eu nunca mais esperava encontrá-lo de novo. E ainda dividindo ele com a minha esposa maravilhosa, que amo mais que tudo nessa vida. Foi muita alegria pro meu coração. O Fernando encostava em mim e minha alma parecia que saia do corpo. Quando ele me penetrava, meu coração explodia. Quando sentia seu gozo em mim, parecia que estava recebendo o universo no meu ânus.

No dia seguinte ainda fomos pra um puteiro, bebemos, alucinados, e transamos de todas as formas possíveis com as garotas de programa. Eu ficava feliz de Maria me proprocionar tudo aquilo. Eu era sortudo demais por ter encontrado uma mulher parceira, disposta a tudo para me fazer feliz.

Mas nem tudo acontece da forma que a gente espera. Há um ditado que diz: "Não há mal que não termine, e não há bem que nunca acabe.".

Depois que saímos do puteiro e fomos para o motel pra "tocar o puteiro", no auge da putaria e da suruba, Maria passou mal. Foi estranho demais. Uma montanha-russa de emoções. Enquanto comia a bunda de Stephanie, tinha uma visão linda de Júlia beijando Maria. Ela levantava os braços e parecia que estava voando, com um olhar esperançoso. Até que de repente ela começou a tossir e seu olhar ficou perdido. Júlia continuava beijando-a, mas Maria tinha parado de responder. Então Júlia deu uns tapinhas na cara de Maria, enquanto ria e dizia:

- Vem, Maria! Me beija!

Maria não respondia. Ela abria e fechava os olhos, como se estivesse acabado de acordar de uma noite mal dormida. Empurrei todo mundo e fui ver o que estava acontecendo com a minha mulher. Levei-a para a banheira e liguei o chuveiro frio. Ela já deu uma acordada. Enquanto estava sentada na banheira, ela virou a cabeça para fora e vomitou no chão do banheiro. Júlia correu assustada para o banheiro.

- Júlia! O que ela tomou? – perguntei aflito

- Não sei. Minha amiga me deixou um saquinho com uns quatro comprimidos, mas não sei o que era. Ela disse que era pra gente ficar tesão e relaxada.

- Porra! Ela tomou quantos?

- Só um! Eu tomei um também, mas eu não misturei com álcool.

Maria continuava vomitando e tossindo. Entrei na banheira e comecei a jogar água em seu pulso, nuca, rosto, até que ela foi se acalmando. Mas o seu rosto estava todo desconfigurado. Não sei se ela tinha misturado várias coisas, se tinha usado muito daqueles comprimidos, só sei que ela estava muito mal. Peguei umas toalhas, e coloquei no chão sobre o vômito de Maria. Fiquei com ela, segurando sua mão, até que uns vinte minutos depois ela voltou a conversar comigo e com Júlia. Carreguei Maria no colo e a levei para a cama, no quarto. Fernando e Stephanie estavam chorando, com medo de Maria ter um troço, mas disse a eles que estava tudo bem. Dei um dinheiro para o Fernando ir embora com as meninas de táxi, e fiquei mais um pouco com Maria, até amanhecer.

- Nossa! Parece que passou um caminhão em cima de mim.

- Cara, Maria. Você preocupou a gente demais ontem. Ainda bem que foi só um susto.

Eu estava todo arranhado, Maria tinha um hematoma na coxa esquerda. Ficamos enrolando mais um pouco, o cara da recepção perguntou se a gente já estava saindo, e então demos uma acelerada. Minha cabeça explodia, mas ainda assim consegui dirigir até o hotel. Subimos o elevador, Maria estava enroscada em meu pescoço, segurando os sapatos, pois quase não conseguia ficar em pé direito. Eu também estava moído, com o cu e o pinto esfolado, mas ainda parecia estar melhor do que ela. Chegamos no quarto, e o Fernando estava saindo, todo arrumadinho para ir pro congresso, já que neste dia ele tinha uma apresentação. Foi só o tempo dele escovar o dente, e antes de sair carinhosamente me deu um beijinho e beijou a testa de Maria.

João & Maria - e os universitáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora