Prólogo

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" Do pó viemos e ao pó retornaremos". O padre dizia enquanto eu olhava hipnotizada para o caixão de meu pai afundando. Alguém me empurra gentilmente para que eu vá depositar a rosa branca na cova, eu me dirijo mecanicamente até lá, jogo a rosa e fico parada ali mesmo. Não consigo chorar, não tenho vontade de gritar, não consigo pensar em nada. Meu pai nunca foi muito amável e amado,  então poucas pessoas estavam presentes, isso se resumia a quatro pessoas em seu funeral: Eu, minha tia Olga, que não tinha nenhum parentesco com ele, foi amiga de minha mãe, seu filho de 8 anos e o padre. E quando tudo termina sem que eu nemi mesma perceba, me vejo sentada no banco detrás de um carro, seguindo para não sei onde para fazer não sei o quê. Minha vida acabou...e aquele seria o primeiro dia de uma outra vida.

Prólogo 2 - Para entender mais adiante...

Minha cabeça gira e vejo tudo embaralhado na minha frente. Levanto trôpega,  pego meus saltos e me direciono para fora daquela casa, daquele monte de corpos espalhados pelo chão, um bando de gente bêbada e drogada dormindo, vomitando e ainda transando pelos cantos depois da festa.
Saio para rua onde um sol escaldante queima minha pele e fazem meus olhos arderem. Paro próximo a um poste, vomito tudo que não tinha no estômago porque não comi nada na noite anterior, apenas bebi.  Sinto uma mão suave afagar meu cabelo e os olhos negros de uma mulher muito bonita me fitarem.

- Minha menina, você está muito perdida, mas o seu recomeço está muito próximo, logo ali a frente...
- Quem é você? Larga meu cabelo, pôrra!
- Quem eu sou não importa! Trate- me como a cigana que vai ler o seu destino
- Essa é muito boa! Vai embora, caralho! Me deixa vomitar em paz!
- Eu deixo. Ainda vamos nos reencontrar.
- Fodasse você! Fodasse o mundo!

Saí de perto daquela mulher louca e andando sem rumo, porque nem mesmo sabia onde estava, entrei no bar mais próximo porque precisava beber...mas não era um bar.

Uma cigana leu o meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora