22º

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Thank you very much pelas +1600 leituras! A sério, obrigada!
Boa leitura.

Envolto um braço á volta da sua cintura enquanto outro está nas suas costas, caminho devagar até ao interior da casa, deixando a chuva cair violentamente lá fora e impedindo que o frio leve a melhor. Harry tossica mais umas vezes e o seu peito sobe e desce rapidamente.

O que lhe deu?

Sento o rapaz de cachos molhados no meu sofá e ignoro completamente o facto de ter as almofadas espalhadas pelo chão. Harry encosta as suas costas no acento e deixo-o reconfortar-se. O seu punho continua fechado, como se estivesse a esconder alguma coisa. Tenho montes de preguntas para lhe fazer, mas acho que o melhor é guarda-las para mim e não o massacrar com isso, pelo menos por agora.

- Alexa. – Harry chama-me. Os seus olhos estão levemente fechados, as suas pestanas descansam nas suas bochechas enquanto o seu tronco treme ligeiramente.

Está cheio de frio.

- Shh, está tudo bem Harry. – Tentei tranquilizá-lo e acho que consegui. Harry começou a respirar mais profundamente dando tempo para a sua respiração voltar a ficar regular. – Vou-te buscar algo quente para beberes. Tira esse casaco encharcado que eu vou-te buscar, também, roupa seca. – Virei-me em direcção á cozinha para preparar o chá, para o aquecer. A minha mão ao logo do corpo roça nos joelhos do moreno e o meu coração acelera quando Harry me agarra o pulso. A sua mão fria na minha pele quente. Viro-me de imediato para o encarar. O seu olhar está gelado, mas mesmo assim, consigo ver alguma paz no mesmo. Estão verdes, nada de escuridão e penso sinceramente que o estou a ajudar.

Não fazes mais que a tua obrigação. Depois de o teres magoado, agora ajuda-o!
Obrigado a quem quer que tenha sido por meter os meus pais a trabalhar esta noite.

Os seus olhos pedem para que me deixe estar com ele, ali, na minha sala e não fazer absolutamente mais nada. Sinto as bochechas a arder, apenas por receber e conseguir ler o seu olhar. 

Como é óbvio, isso não vai acontecer. Eu vou apenas buscar algo para o manter quente e confortável.

Lentamente largo o meu pulso do aperto da sua enorme mão e faço-lhe leves festas com os meus dedos, massajando cada nó dos seus.

- Eu volto num instante. Está á vontade. - Falei calmamente para que ele não tivesse reservas comigo. Harry estava estranho, pelo pouco que conheço dele, ele tem as suas coisas os seus segredos, mas é um rapaz inteligente, muito até.

O que lhe deu na cabeça para sair de casa com uma chuva destas?

Os seus olhos voltaram a descansar enquanto clareou a sua garganta. Presumi que assentiu comigo e agora vou mesmo preparar-lhe algo saboroso e quente. Observei-o durante poucos segundos e deixei-me suspirar. Ele é lindo. Cada um dos seus caracóis está agora meio desfeito, devido ao estarem molhados, os seus braços estão ao longo do corpo. Uma mão descansa, pousada no meu sofá, enquanto a outra está fechada. Está assim desde que abri a porta para o ver. O seu corpo quer-se aninhar no sofá procurando por algum conforto.

Num impulso, que não consigo evitar, debruço-me sobre o rapaz. Os meus lábios embatem na sua pele fria e enrugada da sua testa. Está molhada, mas mesmo assim sinto um enorme calor a crescer em mim, devido ao meu acto. Harry nem se moveu, depois disto. Será que não sentiu? Ele parece estar cansado, vai na volta e já adormeceu, o que eu duvido. Volto á minha posição inicial e recomponho as minhas roupas, ajeitando a minha blusa assim como o meu casaco fino de malha. Harry aperta a sua mão já fechada. Não está a dormir.

The Book of Poems (Harry Styles's fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora