The Book of Poems (Harry Styles's fanfiction)

19º

Obrigada pelas +1000 leituras! Boa leitura!

Harrys’ POV

Estou acordado á cerca de meia hora e desde que me deitei ainda não consegui pregar olho. Não consigo deixar de pensar nela. Alexa invade os meus pensamentos sempre que fecho os olhos. Imagino como se deve sentir. Deve estar confusa e ainda mais fortemente frustrada. O calor dos seus lábios não me sai da mente e dou por mim a querer por mais. Mas não. Isso não vai acontecer, por mais que queira, não consigo esquecer o que a rapariga por quem eu aparentemente estava a nutrir sentimentos me fez, ao ter ouvido parte dos meus segredos, parte de mim ficou exposta, completamente á sua disposição. Sei que ela não irá gritar aos quatro cantos do mundo algo sobre mim ou sobre o meu mundo, mas a pouca confiança que estava a ter por ela, evaporou-se, restando agora lágrimas e suspiros dolorosos.

Será que ela está bem? Que chegou a casa?

Enquanto me esforço por mais uma tentativa de adormecer, os barulhos das chaves de casa e da porta de entrada soam captando imediatamente a minha atenção. Arregalo os olhos e levo o braço á mesa-de-cabeceira, pego no telemóvel e reparo que não estou no dia em que pensava que estava. Já passa cinco minutos da meia-noite. Chegou tarde. Como todas as noites que se atrasa, a pessoa em questão entreabre a porta e não consigo evitar em querer fechar os olhos para que pense que já estou a dormir, mas contrariamente á minha vontade, talvez por preocupação e inquietação face Alexa, viro-me num ápice para a porta e acendo o candeeiro que embora dê luz fraca, consigo ver o meu pai no seu fato, mas estranhamente, com a gravata amarrotada e torta no seu peito.

- Harry. – Disse baixo. Gemma já dormia, tinha-se deitado antes de mim que ainda fiquei na sala a deprimir e a ver televisão, ou melhor a passar os olhos pelo ecrã que muito sinceramente ainda era mais deprimente que os meus pensamentos. – Ainda acordado? – Falou soltando um sorriso amável mas ao mesmo tempo uma pontada de preocupação surgiu-lhe no rosto.

- Hum… Sim. – Virei-me mais para si. – Não tenho muito sono. – Continuei. Destapei-me e em menos de um minuto levantei-me pondo-me á sua frente. Lembro-me de quando eu e Gemma éramos pequenos, que o nosso pai nos vinha sempre dar um beijo de boa noite. Desde que a minha mãe faleceu que isso não acontece com a frequência como eu gostava, e ai eu penso que o meu pai já se esqueceu de como éramos felizes na altura. Hoje em dia, apenas quando chega mais tarde do habitual é que passa pelos nossos quartos e através da pequena abertura da porta é que nos fita e murmura um, quase inaudível, boa noite. Sei que talvez não o devia, pois foi ele que destruiu as pequenas memórias que me preenchiam, mas sinto falta das suas brincadeiras quando eu não queria dormir, em que ele quase me derretia em cocegas para que eu fosse para a cama. – Vieste tarde. – Olhei-o nos olhos. A figura masculina parecia estar desconfortável e demasiadamente cansada, quando pegou no nó da sua gravata já amachucada e o puxou levemente soltando um suspiro profundo. Ok, algo não está bem. – Que se passa p-pai? – Questionei. Ele não me parecia bem, nada bem por sinal. Apesar do nosso afastamento, eu conheço-o muito bem  e não me venham dizer que são problemas com a sua namoradeca que, nesse preciso momento, viro-lhe as costas e já não quero saber de nada. Mas foste tu que perguntas-te, oh shut up!

- Hoje foi um dia difícil filho, não te preocupes. – Hesitação na sua voz, confirmando as minhas suspeitas de que algo mais se haverá passado, não somente um dia cansativo.

- Sim pai, eu não me preocupo, mas agora conta-me o que se passou. Não costumas estar assi, desconfortável e pareces-me um bocado preocupado. O que é muito estranho, o grande Des Styles preocupado com alguma coisa? – Falei com ironia. Tenho de o provocar para que me conte o que realmente aconteceu. Os seus olhos semicerraram-se já prontos para me mandar calar. – A não ser que seja preocupado com as contas do teu fútil emprego e … - Não me deixou acabar, interrompendo-me, e ai eu percebi que tinha chegado a altura de me calar.