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OBRIGADA pelas +1800 leituras, quando vi fiquei "o". 

Boa leitura!

Abro os olhos lentamente e sinto uma dor aguda nas minhas costas. Tento rodar o pescoço para encarar o espaço que me rodeia, mas sou novamente atingida por “crack” por parte do mesmo. Ao sentir o pescoço estalar, deixo soltar um suspiro longo e levo uma das minhas mãos ao local afetado. Sinto que estou em cima de alguma coisa, rija mas quente. Como se estivesse deitada sobre alguém. Mexo-me no pequeno espaço, não por vontade própria, mas sim porque algo ou alguém, seja lá o que for que está por baixo de mim, se moveu.

Onde estou? Oh, pois!

Ouço um ruido rouco e novamente mais um movimento por baixo da minha pessoa. Muito lentamente levanto-me, sento-me á berma do sofá, tentando fazer o mínimo de barulho.

Boa, adormeci no sofá…ou melhor adormecemos…

Harry.

Memórias da noite passada enchem-me a mente e não consigo evitar soltar um sorriso. Harry ainda permanece de olhos fechados e em tronco nu. Está sob o sofá, esticado por todo o seu comprimento. Tem um braço por cima da sua testa e o outro está delicadamente pousado na sua barriga, subindo e descendo calmamente em sintonia com a sua respiração.

Ele provavelmente está pior do que eu quanto a dores.

Apercebo-me que dormi por cima dele, o que me faz corar de imediato, mesmo sabendo que ele não está a olhar para mim, sinto-me envergonhada. Lembro-me que ontem, quando acabou o filme, ambos estávamos cansados, mas que, falando por mim, não queria deixar de ter a sua companhia, por isso ainda ficámos a ver um bocado de televisão e a falar.

Estava a ficar tarde, mas sinceramente eu não queria saber, quando estou com ele, o tempo simplesmente pára. Sinto-me bem, sinto-me eu própria e sinto que de uma certa maneira alguém se preocupa comigo. Não falámos mais acerca do assalto, nem de outros assuntos que nos podiam magoar a ambos, mas sim de coisas alegres, como por exemplo as memórias que Harry tinha da sua mãe.

Ele falava da senhora com tanto orgulho, com tanta emoção e felicidade que era de aplaudir o amor que ambos nutriam um pelo outro. Amor de mãe. Seja onde ela estiver, tenho a certeza que estará muito orgulhosa por Harry estar a querer ultrapassar e por estar a melhorar a relação que tem com Des. Também me contou que ambos estavam chateados, por motivos que só Harry tem, mas que agora iria ser diferente.

*A tua chegada marca a minha melhoria. Obrigada.*

Relembro-me da sua frase e volto a sorrir sozinha. Disse-a com os olhos a brilhar e com uma mão pousada na minha bochecha. Há males que vêm por bem, e eu ter ajudado Harry, mesmo não sendo da melhor maneira, foi um mal que veio por bem.

Limitamo-nos a ver televisão, cobertos por uma manta quente, enquanto ele percorria as suas grandes mãos pelos meus compridos cabelos, e eu as apreciava com a cabeça deitada nas suas pernas.

Não dei conta de adormecer, mas pelos visto, o cansaço levou o melhor de nós e acabamos por fechar os olhos e deixar que os sonhos nos invadissem. Juntos.

- Harry? – Chamei baixo quando me levantei do sofá. Estou cheia de fome e certamente já devem ser horas de ir para a universidade. Observo a lareira, e apenas as cinzas dos troncos utilizados ontem estão espalhadas pelo chão do cubículo de pedra.

Mas? Os meus pais? Será que nos viram a dormir no sofá e não disseram nada? Quer dizer, a sua filha a dormir com um rapaz no sofá da sua sala. Sei que não tem mal nenhum, visto que somos amigos. Somos? Mas não sei, duvido que a minha mãe nos visse e deixasse passar.

The Book of Poems (Harry Styles's fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora