Capítulo XIX

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Sílvia abriu a porta do quarto, estava exausta, já passava das duas da manhã, despiu-se deu um duche rápido e enquanto secava o cabelo, o telefone do quarto tocou.

- Boa noite é para informar que o pedido do quarto vai a caminho? – disse uma voz simpática.

- Pedido? Mas não pedi nada.

- Hum, irei então confirmar, com sua licença. – responderam.

Segundos depois batiam na porta do quarto, Sílvia ia secando o cabelo enquanto abria e sem olhar disse:

- Já falei com a recepção deve ter sido engano.

Quando olhou em frente, viu Ana com uma garrafa de champanhe na mão e dois flutes.

- Tem a certeza? Olha que não e tenho que te dizer há umas horas atrás deixamos algo a meio, vim cobrar!

Sílvia sorriu boquiaberta, não queria acreditar no que os seus olhos viam.

- Agora vai sair mais caro! – disse num tom malandro.

- Estou disposta a pagar o que for preciso! – disse Ana abrindo a garrafa e servindo as duas, deu um copo a Sílvia. – Um brinde a esta surpresa única que o Rodrigo me enviou de Lisboa para o Rio.

Enquanto falavam dirigiam-se até a janela do quarto ficaram ali alguns instantes contemplando a vista sobre o mar e toda a linha de costa cheia agora de pequenas luzes que pareciam piscar ao som de uma lenta mas inebriante bossa nova.

Brindaram, beberam e voltaram de mãos entrelaçadas para o interior do quarto Ana poisou os dois copos.

- Agora sem ninguém para nos interromper me beija!

Sílvia não hesitou, agarrou Ana pela cintura e perderam-se um beijo profundo e incomparável.

Sílvia sentia-se como que a levitar, a doçura daquela boca transportava-a para outra dimensão. Perderam-se entre beijos e caricias por aquilo que pareceu a Sílvia como um segundo, mas que na realidade durava há mais de uma hora. Sílvia estava encostada à parede com os seu corpo pressionado pelo de Ana sentia as mãos desta a percorre-la lentamente por cima da fina blusa que tinha vestida os seus dedos procuravam conhecer cada curva do seu corpo enquanto Sílvia lhe tirava o casaco e beijava o pescoço sentia a pele de Ana arrepiada. Ana afastou-se olhou Sílvia nos olhos e com uma notória vontade de ficar disse:

- Desculpa mas tenho de ir, minha mãe está doente, já estava a meio do caminho para casa quando pedi ao Juca para voltar para aqui, não consegui deixar de pensar em como seria o seu beijo, mas não posso ficar, ela precisa de mim, você entende certo?

- Claro que sim – disse Sílvia, sem conseguir esconder alguma decepção, queria mais – mas quando posso voltar a ver-te?

- Eu tenho o seu numero amanhã te ligo ok?

- Ok.

Trocaram mais um longo beijo e Ana voltou a despedir-se a contragosto.

Depois de Ana sair Sílvia foi a janela e viu o seu carro partir pela avenida até o deixar de ver.

Tudo lhe parecia agora um sonho... teria sido?

Simplesmente Aconteceu (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora