Segunda-feira enquanto se preparava para mais um dia de trabalho lembrou-se que tinha um acolhimento de um novo funcionário a fazer e nem sequer tinha aberto a ficha da pessoa para saber um pouco mais sobre ela, tinha que chegar um pouco antes das nove ao escritório para olhar para a ficha antes de receber a pessoa, nem sabia sequer se era homem ou mulher.
Saiu de casa á pressa meteu-se no carro e enquanto conduzia até ao trabalho não pode deixar de pensar naquele fim-de-semana tão estranho que tinha tido, tinha-lhe sabido muito bem pois graças a eles tinha passado quase dois dias inteiros sem pensar na Paula o que para si era algo novo, ao ouvir uma das sua musicas favoritas de Ana por momentos imaginou-se no palco do Campo Pequeno ao lado dela a cantar a sua musica, numa cumplicidade quase provocatória entre as duas, sorriu ao visualizar aquelas imagens na sua cabeça, sabia que nunca iria acontecer mas sonhar por vezes sabia tão bem.
Naquela manhã de segunda o transito esta caótico ouvira na rádios segundos antes que tinha havido um acidente com 3 carros precisamente no trajecto que tinha que fazer para chegar ao trabalho, o locutor avisou quem estivesse naquela estrada para ter paciência pois as primeiras horas da manhã iam custar a passar, Sílvia lembrou-se do colaborador novo que tinha que receber e teve a certeza que não iria conseguir chegar mais cedo.
Quando conseguiu estacionar o carro em frente ao trabalho passava 3 minutos das 9, entrou a pressa no edifício pela entrada lateral que era a mais rápida, quando entrou no seu gabinete poisou as coisas na cadeira de apoio ao lado da secretaria e dirigiu-se ao computador, nesse instante batem-lhe na porta, era Carina.
Carina ainda não tinha 30 anos era morena alta e dona de uns olhos cor de mel muito doces, era uma mulher casada, mas que Sílvia tinha a certeza que nutria alguma curiosidade por si, mais de uma vez tinha apanhado um olhar mais indiscreto para si, e tinha a certeza que Carina se questionava sobre a sua orientação sexual.
- Bom dia, olhe já cá está a rapariga que começa hoje é você que vai fazer o acolhimento?
- Bom dia Carina, sou sim onde esta então a rapariga?
- Na sala de reuniões.
- Olhe acha que dá para ir lá levar dois cafés, é que o transito estava infernal e nem consegui beber café.
- Pois eu ouvi na rádio, ainda assim conseguiu chegar cedo, eu ate já tinha avisado a rapariga que talvez teria que esperar, levo já os cafés.
- Muito obrigado, até já!
- Até já!
Sílvia desistiu de esperar que o seu computador abrisse, olhou para a pasta com o post-it a indicar acolhimentos as 9 horas de segunda-feira.
Abriu e leu a informação mais pertinente, a colaboradora nova chamava-se Beatriz tinha 27 anos feitos há 2 meses, era solteira e tinha um percurso profissional invejável para a sua idade vinha preencher o lugar deixado por o antigo director de compras que como outros tinha ido para Angola em busca de um melhor ordenado, depois do fim da sua relação com Paula a ideia de fazer o mesmo passou-lhe pela cabeça mas não se sentia forte o suficiente naquela altura para deixar a sua comfort zone, ainda não.
Saiu do seu escritório em direcção a sala de reuniões, esta toda em vidro estava com as persianas de bambu entreabertas deixando vislumbrar uma silhueta feminina sentada numa das cadeiras a meio da mesa, não pode deixar de notar que tinha o cabelo pelos ombros de um castanho claro ondulado, estava debruçada sobre a mesa a olhar para algo muito quieta, Sílvia bateu na porta levemente enquanto a abria, a jovem sentada levantou-se de imediato e poisou o telemóvel em cima da mala que estava na cadeira ao lado, um pouco atrapalhada.
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Simplesmente Aconteceu (romance lésbico)
RomansaSílvia era uma jovem e linda mulher na casa dos 30 que tinha posto fim a uma longa relação com aquela que pensava ser o amor da sua vida, uma relação que terminara abruptamente com uma traição, mas muito havia ainda por contar e o seu verdadeiro amo...