Capítulo VII

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O fim-de-semana passou e a segunda-feira assustava-a sabia que tinha que tinha que se cruzar e falar com Beatriz, mas não queria que houvesse um ambiente esquisito ou desconfortável entre elas, no entanto também queria evitar o excesso de intimidade no local de trabalho, não sabia como havia de tratar Beatriz, mas no caminho para o trabalho pensou que teria obrigatoriamente que ser o mais profissional possível.

Entrou no edifício e inconscientemente olhava em todas as direcções procurando Beatriz, ao chegar ao corredor do seu gabinete sentia-se nervosa, as suas mãos transpiravam, olhou para o escritório de frente para o seu e conseguiu nitidamente ver entre as persianas a silhueta de Beatriz, Entro e vou cumprimenta-la? imaginou-se a entrar no gabinete de Beatriz e dar-lhe os bons dias com um beijo demorado tomando como seus aqueles lábio apetitosos, não conseguiu deixar de exprimir um sorriso malandro perante a ideia, ainda hesitou mas não teve coragem, entrou no seu gabinete e fechou a porta atrás de si, ainda bem que não tinha nada de muito importante para fazer hoje pois não conseguia concentrar-se a pensar na mulher que estava no outro lado do corredor.

Algum tempo depois ouviu a porta do gabinete de Beatriz abrir-se ouviu passos e segundos depois bateram na porta do seu, tremeu, era Beatriz.

- Pode entrar! – disse timidamente.

- Bom dia! – era Carina.

Viu Beatriz a passar no corredor.

- Olá, como está? – perguntou enquanto olhava para Beatriz a passar no corredor seus olhares cruzaram-se de relance e Beatriz piscou-lhe o olho e Sílvia não conseguiu evitar um sorriso de satisfação.

Carina um pouco confusa olhou para trás de si.

- Bem obrigado. Olhe é só para informar que o Dr. agendou uma reunião consigo hoje as 16.

- Ok, ele informou-a de qual o assunto?

- Tem a ver com a expansão para o Brasil. – respondeu prontamente Carina.

Já há algum tempo que eram efectuadas analises de risco sobre a abertura de uma sucursal no Brasil, era um mercado muito interessante e a sofrer um crescimento notável, seria de esperar que até ao final deste ano abrissem lá uns escritórios, visto ser um mercado tão apetecível.

- Confirme então a reunião com o Dr. se faz favor. – disse Sílvia.

Carina saiu, e Sílvia tratou de reunir toda a informação que tinha em relação aos estudos sobre o mercado brasileiro, já lhe tinha chegado aos ouvidos que quem provavelmente iria liderar a operação era o director financeiro e braço direito do Dr. Monteiro Neves o dono da empresa.

Quando acabara de reunir toda a informação era hora de almoço, não sabia se deveria convidar Beatriz, para almoçarem juntas como tinham feito varias vezes na semana passada, respirou fundo ganhou coragem, levantou-se olhou ao espelho que tinha por detrás da porta, pegou nas suas coisas e saiu em direcção á porta da frente, pelas persianas o escritório parecia vazio, mas ainda assim bateu na porta, ninguém abriu repetiu o gesto duas vezes e nada, provavelmente Beatriz já tinha saído, não pode evitar de sentir-se um pouco desapontada, tinha ido almoçar sem ela.

As 16 horas já estava sentada numa das pontas da mesa rectangular da sala de reunião, o Dr. acabara de chegar, era um homem muito pontual, não gostava de fazer esperar, mas também não tolerava com muito facilidade que o fizessem esperar, tinha perto de 60 anos, era alto e magro mas com uma barriga que começava a ganhar alguma dimensão, muito educado e cordial, dirigiu-se de imediato a ela e cumprimentou-a com um aperto de mão.

- Olá Sílvia como está? Está cada vez mais bonita! – disse ele sorrindo.

Fazia frequentemente este tipo de comentários mas nunca com uma conotação negativa ou indelicada, fazia parte da sua educação.

Simplesmente Aconteceu (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora