O fim-de-semana passou e a segunda-feira assustava-a sabia que tinha que tinha que se cruzar e falar com Beatriz, mas não queria que houvesse um ambiente esquisito ou desconfortável entre elas, no entanto também queria evitar o excesso de intimidade no local de trabalho, não sabia como havia de tratar Beatriz, mas no caminho para o trabalho pensou que teria obrigatoriamente que ser o mais profissional possível.
Entrou no edifício e inconscientemente olhava em todas as direcções procurando Beatriz, ao chegar ao corredor do seu gabinete sentia-se nervosa, as suas mãos transpiravam, olhou para o escritório de frente para o seu e conseguiu nitidamente ver entre as persianas a silhueta de Beatriz, Entro e vou cumprimenta-la? imaginou-se a entrar no gabinete de Beatriz e dar-lhe os bons dias com um beijo demorado tomando como seus aqueles lábio apetitosos, não conseguiu deixar de exprimir um sorriso malandro perante a ideia, ainda hesitou mas não teve coragem, entrou no seu gabinete e fechou a porta atrás de si, ainda bem que não tinha nada de muito importante para fazer hoje pois não conseguia concentrar-se a pensar na mulher que estava no outro lado do corredor.
Algum tempo depois ouviu a porta do gabinete de Beatriz abrir-se ouviu passos e segundos depois bateram na porta do seu, tremeu, era Beatriz.
- Pode entrar! – disse timidamente.
- Bom dia! – era Carina.
Viu Beatriz a passar no corredor.
- Olá, como está? – perguntou enquanto olhava para Beatriz a passar no corredor seus olhares cruzaram-se de relance e Beatriz piscou-lhe o olho e Sílvia não conseguiu evitar um sorriso de satisfação.
Carina um pouco confusa olhou para trás de si.
- Bem obrigado. Olhe é só para informar que o Dr. agendou uma reunião consigo hoje as 16.
- Ok, ele informou-a de qual o assunto?
- Tem a ver com a expansão para o Brasil. – respondeu prontamente Carina.
Já há algum tempo que eram efectuadas analises de risco sobre a abertura de uma sucursal no Brasil, era um mercado muito interessante e a sofrer um crescimento notável, seria de esperar que até ao final deste ano abrissem lá uns escritórios, visto ser um mercado tão apetecível.
- Confirme então a reunião com o Dr. se faz favor. – disse Sílvia.
Carina saiu, e Sílvia tratou de reunir toda a informação que tinha em relação aos estudos sobre o mercado brasileiro, já lhe tinha chegado aos ouvidos que quem provavelmente iria liderar a operação era o director financeiro e braço direito do Dr. Monteiro Neves o dono da empresa.
Quando acabara de reunir toda a informação era hora de almoço, não sabia se deveria convidar Beatriz, para almoçarem juntas como tinham feito varias vezes na semana passada, respirou fundo ganhou coragem, levantou-se olhou ao espelho que tinha por detrás da porta, pegou nas suas coisas e saiu em direcção á porta da frente, pelas persianas o escritório parecia vazio, mas ainda assim bateu na porta, ninguém abriu repetiu o gesto duas vezes e nada, provavelmente Beatriz já tinha saído, não pode evitar de sentir-se um pouco desapontada, tinha ido almoçar sem ela.
As 16 horas já estava sentada numa das pontas da mesa rectangular da sala de reunião, o Dr. acabara de chegar, era um homem muito pontual, não gostava de fazer esperar, mas também não tolerava com muito facilidade que o fizessem esperar, tinha perto de 60 anos, era alto e magro mas com uma barriga que começava a ganhar alguma dimensão, muito educado e cordial, dirigiu-se de imediato a ela e cumprimentou-a com um aperto de mão.
- Olá Sílvia como está? Está cada vez mais bonita! – disse ele sorrindo.
Fazia frequentemente este tipo de comentários mas nunca com uma conotação negativa ou indelicada, fazia parte da sua educação.
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Simplesmente Aconteceu (romance lésbico)
RomanceSílvia era uma jovem e linda mulher na casa dos 30 que tinha posto fim a uma longa relação com aquela que pensava ser o amor da sua vida, uma relação que terminara abruptamente com uma traição, mas muito havia ainda por contar e o seu verdadeiro amo...