O pior aniversário

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Hinata tinha apenas três anos quando sua mãe morrera em um acidente de carro. Na época, contaram que ela estava no carro com um homem desconhecido, e más línguas espalharam por Konoha, a cidade onde moravam, que os dois eram amantes.

Como toda desgraça é pouca, um ano depois do acidente, Hiashi Hyuuga se casara com outra mulher, uma não muito bonita por sinal. Tinha cabelos loiros pálidos e olhos de um estranho tom vermelho, que tinha uma filha muito parecida com ela. Chamava-se Shion, e tinha a idade de Hinata. A mulher, chamada Nami, nem chegara direito na casa e já tinha concebido um ódio mortal a Hinata e à sua irmã Hanabi, que ainda não tinha nem um aninho completo. Inventava todo tipo de história ao marido, dizendo que Hinata, principalmente, era um mau exemplo para Hanabi e Shion, que ela só fazia coisas erradas, e outras mentiras. A menina vivia a se desculpar e a se desesperar; mas a bruxa tanto falou, tanto fez, tanto disse, que Hiashi decidiu ignorar por completo a existência da filha mais velha, desprezando-a por completo e não se importando com o que acontecia com ela.

Mesmo depois de ter conseguido esse feito, a madrasta não descansou e passou a falar mal da menina e da mãe para todos, inventando mentiras e outras barbaridades. O povo então passou a olhar a pobre menina com maus olhos, como se ela fosse o fruto de um crime. Hinata cresceu ouvindo a madrasta e o povo falando mal de sua mãe e dela, sendo maltratada e humilhada, não tendo ninguém a quem recorrer, tendo apenas a irmã do seu lado, que assim como ela, não acreditava que a mãe tinha sido uma mulher qualquer.

Os Hyuuga eram uma família rica e próspera, dona de uma empresa de carros de luxo, a Hyuuga Motors. Mesmo morando em uma mansão grande e luxuosa, Hinata não tinha direito nem a um quarto decente. Dormia em um quartinho de empregada, que ficava nos fundos da cozinha, pois a filha da madrasta tomara o seu por ele ser "melhor" do que qualquer um. Além disso, Hinata era obrigada a manter limpo o quarto da meia-irmã, e se desobedecesse, a madrasta a fazia passar fome. Tanto ela como a filha nunca disseram nem fizeram nada a Hanabi porque Hiashi gostava muito dela.

Essa situação perdurou até os quinze anos de Hinata, quando tudo começou a desandar para ela.

Hinata era uma moça linda, doce, boa, tímida e gentil. Mesmo com pouca idade, já era quase uma mulher: seus longos cabelos negros azulados batiam na cintura fina e delicada, os seios eram meio grandes, as coxas eram grossas e torneadas, os lábios eram pequenos e vermelhos, seus olhos eram perolados como os do pai e da irmã, e a pele era alva e macia. Diferente de Shion, que parecia um cabo de vassoura mesmo com os cabelos bem tratados, e sua personalidade era fria, dissimulada e invejosa assim como a mãe.

Tanto na escola como em casa a magrela se achava no direito de maltratar e humilhar a Hyuuga, que nunca lhe fizera nada de mau. Falava mal dela para todos os alunos, pondo nela os defeitos que a própria Shion tinha. A menina só tinha duas únicas amigas, as únicas que não se importavam com os comentários maldosos: Sakura Haruno e Temari no Sabaku.

Apesar de tudo o que passava, as humilhações, o desprezo do pai, os maus tratos da madrasta e de Shion, Hinata tinha um grande sonho: ser uma cantora muito famosa e de sucesso. Cantava tanto em japonês, sua língua, como em inglês e espanhol, a língua em que mais se especializou. Suas amigas a apoiavam no seu sonho, mesmo tendo sonhos diferentes. Sakura queria ser médica e Temari dona de uma boate para dançar pole dance e dança do ventre, ter a melhor boate de toda a Konoha.

Na manhã de seu aniversário, Hinata acordou logo depois de ter sonhado que estava em um palco amplo e cheio de efeitos especiais cantando para mais de 100.000 pessoas, que gritavam seu nome. Quando deu por si, viu sua irmã Hanabi sentada ao seu lado na cama simples, sorrindo.

- Ohayo Nee-sama - cumprimentou a jovem morena.

- Ohayo Hanabi - disse ela em resposta, bocejando. - Não era para você estar se vestindo para ir à escola mocinha?

Uma canção de amor, uma história de espião (+21)Onde histórias criam vida. Descubra agora