Armadilhas

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Aqui está, capítulo novo! Boa leitura!

No final de semana Hinata e Hanabi foram fazer um passeio no parque de Konoha, o mais lindo da cidade. O céu estava limpo, sem nuvens, com uma brisa fresca balançando seus cabelos. Estava cheio de famílias fazendo piqueniques, senhores de idade fazendo exercícios e crianças brincando. Hinata costumava levar a irmã para passear no parque desde seus oito anos.

Já a madrasta e a filha tinham o costume de passear no shopping, gastando dinheiro com coisas desnecessárias e que nem precisavam. Muitas das coisas semi-novas que possuíam, em sua maioria roupas e sapatos, elas davam para Hinata vestir. Como por exemplo, o vestido azul-miosótis de mangas compridas que ela usava agora tinha pertencido à Shion, antes dela enjoar a cor e rasgar a saia. Hinata costurou a parte rasgada e ainda modelou o vestido a seu gosto, deixando-o muito melhor do que quando havia sido comprado.

- Olha Nee-sama, vamos tomar um sorvete? - pediu Hanabi apontando para a carrocinha de um senhor ali perto. Hinata fez uma expressão triste.

- Gomen Hanabi, mas eu não tenho dinheiro.

- Tudo bem, eu pago com a minha mesada - disse a menina puxando algumas notas do bolso do short.

Outra coisa humilhante: mesmo sendo rica, Hinata nunca teve dinheiro para nada, para gastar com o que quisesse, nada mesmo. O pai nunca lhe dera nem cinco sen (moeda japonesa), e a madrasta também nunca permitiu. Ela tinha vontade de possuir coisas novas e bonitas, mas não podia. Parecia que vivia na mansão de favor, como uma enjeitada.

Hanabi pagou pelos sorvetes (chocolate branco com castanhas) e se sentaram em bancos de plásticos para comê-los, vislumbrando o laguinho de marrecos ali perto. A mais nova fitou a mais velha que revolvia o sorvete com a colher com uma expressão desolada.

- Você está bem, Nee-sama? - perguntou Hanabi estranhando.

- Mais ou menos - respondeu ela levando a colher cheia até a boca.

- O que é que foi?

- Bem... é que eu fiquei constrangida com você pagando os sorvetes - confessou. - Eu poderia ter pago, mas o papai nunca me deu um centavo. Tudo o que eu tenho, de roupas a móveis é usado, não tenho nada novo. Eu vejo garotas da minha idade tão bem vestidas, bem produzidas, e eu sou a única que não é mesmo sendo rica. É humilhante.

Hanabi morria de pena da irmã. Hinata era a primogênita dos Hyuuga, e como primogênita deveria ter tudo, mas não tinha. Mesmo que Hanabi falasse com o pai para interceder pela irmã, ele nada faria, já que a desprezava e ignorava. Comeram o sorvete em silêncio e em seguida voltaram para casa.

Mal chegou, Hinata já tinha o que fazer. Shion a esperava em seu quartinho minúsculo de braços cruzados, com uma pilha de roupa suja e dez pares de sapatos cafonas.

- O que é isso? - perguntou a morena sem acreditar.

- Coisas minhas para você lavar e passar - respondeu a magrela com simplicidade. - Ah, e quero meus sapatos bem escovados, tá? Vou sair hoje à noite e tudo tem que estar nos trinques. Isso se você quiser comer hoje - e saiu do quarto com o nariz empinado. Hinata teve vontade de tocar fogo em tudo aquilo, mas se conteve e começou a escovar o primeiro par de sapatos.

Quando terminou tudo, foi tomar um banho e almoçar.

*&*


No retorno à escola, Hinata chegou e foi uma das primeiras a ver no quadro de avisos um cartaz que informava que naquela noite haveria uma festa no ginásio da escola, com música eletrônica e tudo. A Hyuuga nunca havia ido a uma festa antes, e aquela seria a primeira vez, mas desistiu da ideia ao lembrar que não tinha uma roupa decente para usar. Na aula de história, esse era o assunto mais comentado pelos alunos. Contudo, Hinata ficou alheia.

Uma canção de amor, uma história de espião (+21)Onde histórias criam vida. Descubra agora