Capítulo 12

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Entretanto, naquela noite, Dulce não pode continuar fingindo que estava tudo bem. Não quando seu coração ameaçava se despedaçar.

– Você se importa se eu for dormir mais cedo?

Ela perguntou a Christopher. A fogueira que lhe tinha parecido tão romântica na noite anterior agora  fazia com que ela sentisse seus olhos ressecados e doloridos.

– Você não quer ficar mais?

A voz dele tinha um tom sombrio que ela não conseguia decifrar.

– Eu estou cansada. Isso tudo é novidade para mim.

Para sua surpresa, Christopher a puxou para perto de si.

– Eu lhe peço desculpas, Dulce. Você não reclama e eu acabo esquecendo que esta viagem deve estar Sendo difícil para você.

Ela pousou a cabeça no ombro dele, percebendo que um pouco de sua dor já havia desaparecido.

– Você quer que eu fique por ser sua mulher?

– Sua inteligência é uma das razões por você ser minha esposa. Mesmo que meu povo a aceite por ser a esposa que escolhi, o tanto de respeito que irá receber será determinado por uma infinidade de fatores, entre os quais a capacidade de suportar a aridez desta terra.

Ela compreendeu que a honra dele estava agora inesperadamente ligada a dela.

– Eu vou ficar mais. Você pode me abraçar? Ela estremeceu ao perceber a carência na voz dele.

Dulce sorriu. A dor e a frustração haviam passado.

Quando Christopher retornou de uma consulta de última hora com um dos guias, Dulce já quase dormira. Não chegava até eles a luz da fogueira e nem as vozes dos homens. Ele tirou as roupas e ficou só de calças. Deitou ao lado de Dulce, a abraçou e a deixou descansar.

No meio da noite, ela se levantou e ele pôde que se sentir o medo dela. Ele a pegou nos braços.

– Christopher.

– Eu estou aqui, Dulce. Acalme-se.

– Eles o machucaram.

– Quem?

– Os homens nos caminhões. Eu pensei que o tivessem levado de mim.

– Eu estou salvo. Eles não conseguiram, você não me perdeu. Você não deve se preocupar com estas coisas.

– Eu vou tentar. Deve ter acontecido porque eu estava cansada.

– Não falaremos mais a respeito disto.

– Espere aí!

Ela protestou.

– Eu já decidi. Você pode ficar emburrada se quiser, mas nós não iremos mais falar sobre este assunto.

– Você não pode decidir isto sozinho.

Ela respondeu bruscamente.

– Posso sim.

O tom de voz dele era neutro, mas ela percebeu sua determinação ferrenha. Quando ele fechou os olhos, ela soube que qualquer outra palavra iria apenas servir  para reforçar a sua decisão. Suspirando ela aceitou a sua derrota...
Por aquela noite.

– Vamos terminar o que começamos na noite passada.

– Não, eu não quero incomoda-la.

Meu Sheik do desertoOnde histórias criam vida. Descubra agora