Capítulo 18

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- Eu acho que estamos chegando a algum lugar. - Dulce disse a Anahí duas semanas depois. Elas estavam vasculhando em uma loja de material artístico de Zulheina. - Ele está falando comigo.

- Falando sobre o quê?

- Negócios, principalmente.

Ela foi atraída pelo cavalete de pi tira no canto.

- Hum, isto é bom, mas e quanto ao relacionamento de vocês?

Dulce correu seus dedos sobre a madeira polida do cavalete. Perfeito. Pegou várias telas preparadas e as prendeu ao cavalete. Christopher sempre gostará de prepará-las ele mesmo, mas aquelas serviriam.

- Eu não quero estragá-lo forçando a barra.

Ela caminhou até as tintas de óleo e começou a escolher os tubos. Azul coral, castanho escuro, matiz negro...

- Você está aguardando por algo?

Anahí perguntou ao acrescentar branco titânico para a coleção de Dulce.

- Eu quero um sinal de... Não sei explicar.

Desde que retornara de Paris, Christopher a havia tratado como se pisasse em ovos, mantendo uma barreira emocional entre eles. Ele não a machucava mais com sua fúria, bem pelo contrário, e ela não conseguia destruir os seus escudos para que ele pudesse confiar nela mais uma vez.

- Não se preocupe em tentar explicar. Faça simplismente o que tiver que ser feito.

Anahí apertou a mão dela.

- Bom conselho, eu imagino.

Mas Dulce pensou, o que ela poderia fazer para destruir o muro que seu enigmático marido havia erguido.

- Você está ocupado?

Ela espiou para dentro do escritório de Christopher.

- Você sempre é bem-vinda, Dulce.

Dulce pegou as compras que havia feito e as colocou sobre a mesa. O cavalete ela deixou do lado de fora, sem querer atrapalhar a surpresa.

- O que é isto?
Ele puxou o cordão que amarrava o presente.

- Um presente. Abra!

Ela andou até ficar ao lado dele e sentou no braço da cadeira.
Ele franziu o cenho e imediatamente envolveu um braço ao redor de sua cintura.

- Assim você vai cair.

Ela se sacudiu e caiu no colo dele.

- Agora o abra.

Ele pareceu perplexo com a inesperada proximidade dela. Ele pegou o abridor de cartas e cortou os cordões. O corpo dele congelou quando ele viu as telas, tintas e pincéis.

- Eu sei que você está ocupado, - Dulce começou a falar, antes que ele tivesse uma chance de recusar. - Mas é claro que você pode tirar uma horinha por dia, não? Pense nisto como um favor para seu reino.

Ele ergueu uma sobrancelha expressiva perante aquilo.

Ela sorriu.

- Um Sheik viciado em trabalho, ficará sufocado e estressado e assim não terá nenhuma utilidade para seu povo. - Ela ignorou a bufada que ele soltou em descrença. - Você costumava pintar como uma forma de aliviar seu estresse diário. Por que não tentar mais uma vez?

Meu Sheik do desertoOnde histórias criam vida. Descubra agora