Faz exatamente uma semana a última vez que vi Isaac. E desde lá não nos falamos mais. Mais uma vez me empenhei na Casa de Crianças e hoje seria o dia da entrega. Estava tudo pronto e ansiosa para ver a carinha das crianças. Pietra passou várias vezes para ver o processo do trabalho, deu algumas sugestões maravilhosos e hoje ela estava comigo o dia todo. Voltamos a falar normalmente, mas ainda era impossível de olhar para ela e não lembrar do ocorrido. Julia e Joyce, providenciaram uma festa de inauguração, Joyce tinha alguns amigos na mídia e providenciou até um jornal local para falar sobre a decoração e a reinauguração da casa. Convidamos nossos fornecedores que doaram seus produtos e serviços para estar na hora também. Tudo foi bem corrido e em cima da hora, mas quando o ponteiro se posicionou bem em cima do número seis horas, respiramos aliviadas quando o primeiro convidado entrou e tudo estava no devido lugar.
Agradeci por ter lembrado de trazer minha roupa e sai correndo para tomar um banho, me vestir e maquiar da maneira básica e mais rápida possível. Me olhei no espelho que um dos nossos fornecedores colocou no banheiro feminino e sorri com o resultado. Sai e vi Pietra já vestida com seu lindo terninho azul marinho. Linda, como sempre. Sorrimos uma para outra e fomos nos juntar com os convidados. Fiquei abismada com a quantidade de pessoas que já estavam no local, inclusive até repórteres locais, entrevistando Joyce e Júlia com algumas crianças. Falei com alguns funcionários da empresa de Pietra e com os da minha própria empresa. Parei ao ver Ivan e Dani entrando e sorri quando os vi. Eles estavam magníficos e pareciam mais felizes do que nunca. Não comentei, mais um lindo anel de diamantes estava em seu dedo, sorri porque eu sabia que esse era o sonho dela e que bom que Ivan finalmente realizou. Eles pareciam estonteantes. Abracei Isis e Isabel quando chegaram. E abracei mais forte quando vi minha irmã, Richard e as crianças entrarem. Os adultos foram para os bares montados no local e as crianças se prontificaram de inaugurar o excelente parque que projetamos exclusivamente para eles, olhei orgulhosa como Enzo e Claire brincavam com as outras crianças. Como seria perfeito se adultos fossem assim, se aceitassem tão facilmente sem discriminações de raça, classe social e posição. As crianças eram excelentes para nos ensinar sobre tantas coisas. Estava tão perdida nos meus próprios pensamentos que nem percebi quando Bruno chegou, estava ali em pé, estudando meu perfil.
- Oi! - Ele foi o primeiro a falar.
- Oi ... - Nos cumprimentamos.
- Você estava tão concentrada em ver as crianças brincando que me pergunto se esse é um dos daqueles momentos que você prefere ficar sozinha ou quer companhia?
Sorri. Bruno era excelente em nos deixar a vontade.
- Quero companhia! - Me vi falando.
- Ah, que bom! - Ele sentou ao meu lado. - Está bebendo alguma coisa?
- Um champanhe. Não sou de beber, faço isso raramente.
- Bebo pouco também.
Olhei de lado para ele e fiquei me perguntando quantos anos ele tinha. Fui então para os cálculos da fisionomia e por ser amigo de Richard. Eu chutaria trinta seis, trinta e sete no máximo. Ele me olhou e sorriu.
- Pensando em que?
- Tentando adivinhar sua idade!
- Bem direta assim?
- Sempre!
Ele riu.
- Quarenta e um. Muito velho?
- Perfeito! Eu lhe daria trinta e seis, para ser exata.
- Que bom que ganhei alguns anos.
Então tive uma ideia.
- Posso te fazer algumas perguntas?
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Diversas formas do Amor
RomanceAssim que pus os olhos nele, me apaixonei. E eu só tinha dez anos. Isaac se tornou tudo o que eu queria, mas só apenas quatro anos depois que nos conhecemos que nos beijamos pela primeira vez. E quando completei dezessete anos, ficamos grávidos. Nos...