2º Tentativa

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O escritório estava agitado e eu estava começando a me acostumar com essa rotina. Era maravilhoso acordar todos os dias e saber que você tem algo útil a realizar. O escritório, era um grande vão moderno e muito bonito. Chão de madeira, e paredes cremes e bem iluminadas. Janelas enormes e duas enormes mesas retangulares, divididas para seis funcionários, inclusive eu, agora. As únicas salas que tinham paredes era de Pietra, a sala de reuniões, os banheiros e a copa. Pietra tinha um grande escritório, conjugada por design interiores, assistentes pessoais e departamentos administrativos. A empresa era grande e eu só tive noção do quanto Pietra era renomada, assim que comecei a trabalhar na empresa. A nata da cidade só falava em seu nome e fiquei tão orgulhosa por ela.

Quem sabe um dia, eu seria assim também ....

Eu estava muito feliz trabalhando ali, minha cabeça quase não lembrava mais daqueles meus dias de pesadelo. Claro, as vezes nas noites de escuridão, eu ficava imaginando como ele ou ela seria, mas na medida que os dias iam se passando, tudo ia ficando melhor. Foi no meu dia a dia trabalhando, que também fiz novas amizades. Entre elas, Sophie e Ivan que eram mais velhos do que eu, por volta de sete anos, mas éramos os mais novos ali. Sophie, era noiva e não parava de falar em seu grande casamento que estava para acontecer no final do ano, eu sempre pesquisava com ela na internet sobre decorações e tendências. Ivan era um garanhão, bonitão, mas muito animado. Eu e Sophie sempre escutávamos e ríamos das histórias das paqueras diárias dele. Ele sempre dizia que nunca, nunca iria se casar.

- Até o dia que você conheça a mulher da sua vida. - Um dia falei.

- Que ela não more nesse país, para nunca nos encontrarmos.

Era quase noite de quinta-feira, quando estava me preparando para sair, quando Pietra veio até a minha mesa.

- Ei, como você está? - Ela puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.

- Bem Pietra, bem mesmo. - Eu a olhei - A correria é tão boa aqui, que esqueço de lhe agradecer por esta oportunidade.

- Que bom que está gostando. Falou com Isaac hoje?

- Falamos sim.

- Ele virá esse fim de semana?

- Tudo indica que não, ele está com bastante coisas para fazer.

- Hum ... sei! Olha, amanhã vou fazer uma visita a um cliente, gostaria de ir comigo?

- Sério?

- Sim. Vamos, será bom para você.

- Ah, vou adorar!

Era Natal e eu estava planejando o jantar em minha casa dessa vez, queria organizar o jantar e convidar minha família e a de Isaac. Assim que fiz o convite, todos confirmaram. Fui ao mercado fazer as compras para o jantar e estava escolhendo alguns legumes, quando senti uma leve mão em minhas pernas, olhei para baixo, pois havia levado um susto. E foi quando vi uma pequena menina, puxando minha calça, ela estava chorando.

- Ei .... - Soltei os legumes e me abaixei para falar com ela. - Você está bem?

- Eu me perdi da minha mamãe.

- Oh ... - A peguei no colo e olhei ao redor. - Vamos procurar sua mamãe, está bem?

- Sim ... - Ela chorou mais ainda.

- Como é seu nome?

- Emília.

- Ok Emília me chamo Nick, se acalme. Nós vamos achá-la.

Peguei minha bolsa e comecei a andar pelo supermercado atrás de um gerente ou algo assim. Precisavam anunciar que Emília estava em um local seguro e esperando por sua mãe. Com certeza sua mãe estava desesperada. Emília ainda chorava, enquanto eu caminhava. Ela era linda, tinha cabelos cacheados e olhos bem castanhos, parecia uma boneca de tão linda. Falei com o gerente e sentei à espera dos pais de Emília. O gerente disse que eu poderia voltar a fazer minhas compras, mas achei melhor esperar com Emília, até ver a mãe dela. Escutei o anúncio e ficamos ali, sentadas. Eu tentava acalmá-la, mas nada a fazia parar, até então tive uma ideia, comprei um chocolate e dei para ela.

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