Capítulo 7

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— Tarde demais? Para quê?

— Acho que sabe para quê. — As feições de Lauren se contraíram em desolação. — Camila...

— O que é?

Lauren respirou fundo, passando a mão pelos cabelos dela com ar pensativo.

— Nada. Só estava pensando... — Lauren lhe acariciava os contornos do rosto com o polegar. — Só estava pensando como está linda assim: com as faces rosadas e os cabelos úmidos da neblina. — Roçou os lábios aos dela. — Tem até o gosto do mar.

O beijo que se seguiu acelerou a circulação do sangue de ambas. No inicio um roçar de lábios, e logo Lauren pediu passagem com a língua, não sabiam onde começava o desejo de uma e terminava o da outra, conscientes apenas da necessidade premente que os unia.

— Meu Deus, o que está fazendo comigo? — Lauren sussurrou, mordiscando os lábios de Camila.

Ofegante e com os lábios latejantes, Camila só conseguia se agarrar a ela. Desesperadamente, tentava ordenar os pensamentos. Pressentia o perigo, mas preferiu ignorá-lo e roçou os lábios úmidos de encontro à face de Lauren.

— Não sei o que está fazendo comigo — Lauren repetiu. — Quanto mais tento tirá-la da cabeça, mais penso em você. Dia e noite, não consigo me concentrar em nada além de você. Só quero estar ao seu lado, te abraçando e tocando...

— Lauren... — Ela esqueceu o que ia dizer diante da avidez com que o corpo dela se moveu contra o seu, excitada. Qualquer protesto que tinha em mente morreu sob as carícias e a pronúncia impaciente de seu nome.

— Camila, meu anjo... Acho que por mais clichê que seja, o destino te trouxe de volta à minha vida quando preciso tanto. — Suas mãos se infiltravam insinuantes sob a jaqueta dela, arrepiando-a. — Camila... Camz, preciso tanto de você...

— Lo.. — Ela arqueava o corpo de encontro ao dela, que se amoldava ao seu.

— Ah meu anjo, como passei esses anos todos sem você?

Camila se abraçou a Lauren, consciente de que agiam irrefletidamente, mas incapaz de outra coisa além de repetir o nome dela num sussurro. Outro beijo ávido e a excitação varreu toda a prudência. As carícias ousadas impediam o discernimento entre o certo e o errado.

Em algum ponto remoto, a buzina de um automóvel soou. Lauren se sobressaltou e rompeu o contato, resmungando algo por entre os dentes. Vagamente Camila percebeu que ela lhe ajeitava a roupa. Ao abrir os olhos, deparou com uma expressão tão terna que sorriu.

— O que foi? — Ela lhe acariciou o rosto. — Algo errado?

— Nada. — Lauren beijou a palma da mão de Camila e se ergueu.

— Temos de voltar para o almoço.

Camila se deixou erguer também, tão atordoada com a mágica de um instante atrás que não conseguia raciocinar direito. Fechou os olhos para pôr ordem aos pensamentos e entender o que acontecia.

— Aqui não — Lauren explicou. — Assim não, anjo. Não quero apenas alguns minutos apressados com você numa praia fria, rezando para nenhum turista aparecer para tirar uma foto do Atlântico coberto de cerração enquanto nos amamos.

Camila concordou silenciosamente, sem condições de falar, e se pôs a bater a areia da roupa. Que atração era aquela que Lauren exercia sobre ela? Nunca experimentara tamanha sensação de perfeição. Nem Matt a pusera tão à vontade para deixar as emoções fluírem.

Uma mudança ocorrera naqueles últimos dias. Há duas semanas, se alguém lhe dissesse que se sentiria tão cheia de vida e paixão outra vez, descartaria a ideia com uma risada sonora. Instantes atrás, porém, desejara ser amada por Lauren. Praticamente a convidara a fazerem amor! Ela corou. Certamente nem Taylor tinha aquilo em mente quando sugerira um romance de verão.

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