Capítulo 12

137 12 0
                                    

Espero que gostem, boa leitura! 


— Nunca vou terminar isto a tempo — Taylor choramingou. — Levarei um mês só para fazer a barra.

— Há tempo de sobra para terminá-lo. — Ajoelhada, Camila ajustava a bainha do vestido de noiva. — Vire-se agora. Muito bem, ficou ótimo. — A simplicidade era o ponto alto do vestido de corpo justo e saia rodada. — Está linda. Absolutamente linda.

Taylor corou e deu uma pirueta.

— Ainda não acredito no que está acontecendo. Acha o chapéu exagerado demais? — Tirou o chapéu de abas estreitas da caixa, ajeitando a fita e a aplicação de rede.

— O chapéu está perfeito. — Camila ergueu-se, massageando os músculos retesados das costas enquanto Taylor descia da cadeira. — Aliás, tudo está perfeito. Sei que é inútil recomendar, mas pode relaxar. Tudo sairá bem. — Como que para contradizê-la, uma rajada de vento soprou contra o chalé. As janelas vibraram sob a pancada de chuva.

— Se essa tempestade continuar até depois de amanhã, a cerimônia terá de ser cancelada — Taylor resmungou. — Como dar uma festa ao ar livre assim? — Ouviu-se uma trovoada em resposta.

— É só transferir a festa para dentro — Camila sugeriu pacientemente. — A tempestade pode durar um mês que não estragará o seu casamento. Sossegue.

Taylor caiu na risada, lançando um olhar grato à amiga.

— Sinceramente, parece que tenho dezoito anos de novo! Não sei por que estou tão nervosa, se não há dúvidas nem inquietações.

— Nervosismo de noiva. — Camila se ajoelhou diante da lareira para acrescentar lenha à fogueira. Outra rajada de vento fez vibrar as janelas, e ela tentou ver o mar através da cortina de chuva. As ondas se quebravam com fúria, alcançando alturas assustadora?. Um arrepio a fez voltar para junto do fogo. O aroma de café se misturava ao da madeira queimada, criando um ambiente aconchegante. — Quer outra xícara de café?.

— Quero. — Taylor tirava o vestido de noiva. — Estou atrapalhando o seu trabalho, não é? Acontece que com Erik e David no moinho dos O'Brien e Lauren fora também, a casa parecia tão vazia que pensei que enlouqueceria.

— Não seja boba. — Camila voltava à sala com duas xícaras fumegantes de café. — Devia estar trabalhando nas ilustrações para o livro de Jeremy, mas parece que essa tempestade mexe com os nervos da gente. Não consigo me concentrar em nada por mais de dois minutos.

Taylor olhou com curiosidade para a amiga e se sentou de costas para a lareira, a xícara entre as mãos. Ouvia-se o lamento dos pinheiros, seus galhos molhados açoitando o chalé impiedosamente.

— Ouviu batidas na porta? — Camila inclinou a cabeça, atenta.

— Só a tempestade — Taylor respondeu. — Quem estaria aí fora com um tempo desses?

O som se repetiu, não deixando dúvidas desta vez. Camila largou a xícara de café e foi abrir a porta, Uma rajada de vento gélido e carregado de chuva cegou-a momentaneamente. Uma figura alta assomou à sua frente, a capa escorrendo água.

O rosto sério de Lauren se revelou sob o capuz.

— Quero falar com você.

— Claro. — Camila recuou, escancarando a porta. — Taylor está aqui. Aceita uma xícara de café?

— Não. — Ela tirou a capa e a deixou pendurada no encosto de uma das cadeiras na varanda, antes de entrar no chalé. As calças estavam ensopadas até os joelhos.

Lugar DistanteOnde histórias criam vida. Descubra agora