Destiny ⚓ JIKOOK || KOOKMIN

⚓ Two ⚓

Boa Leitura! ❤

"Nossas atitudes revelam quem somos. Aparências enganam, atitudes nunca."

~ Renato Klein

⚓ JIMIN ⚓

     Três anos, dois meses e sete dias, esse foi o tempo exato que durou minhas esperanças de que tal casamento não se realizasse. Talvez no fundo ainda tenha torcido para Yoongi cair na real e voltar para mim, sonho bobo de alguém que sempre confiou sua felicidade nas mãos de outra pessoa.

     Confesso que foi um balde de água fria receber a notícia de que eles finalmente oficializaram a união, um amor que nasceu de forma errada e possivelmente irá terminar da mesma maneira. Não que eu esteja jogando algum tipo de maldição, apenas sei que a lei do universo não costuma falhar, ainda que suas ações atrasem um pouco.

     Em uma ação de desespero e na tentativa de extravasar o que ainda restou de mágoa, me tranquei no apartamento que dividia com Yoongi, onde passei horas quebrando todos os móveis e rasgando as nossas fotos. Sorrisos e momentos que viraram cinzas sobre a fogueira de briquetes de carvão que fiz no meio da sala, um ato arriscado para quem não estava em seu juízo perfeito.

     Queimei junto todos as cartas e bilhetes românticos que ele me enviava, até mesmo a carta de despedida que rascunhei nas inúmeras vezes que tentei contra minha vida nos últimos anos. Há meses não penso mais nesta saída, porém a morte finalmente encontrou sua maneira de me encontrar após uma mera distração minha.

     Não notei que havia esquecido as janelas fechadas, quando me dei conta já era tarde demais, a toxidade da fumaça produzida pelo carvão me fez refém de seus efeitos em questão de poucos minutos. Faltou o oxigênio, e o único disponível para vir ao meu socorro foi Hoseok, o número que consegui discar na emergência mesmo não tendo conseguido falar muita coisa.

     Meu amigo chegou a tempo de me socorrer, possivelmente ligou para a ambulância durante o trajeto até o prédio além de ter deixado preparada a equipe do hospital. Vi minha vida passar como um filme em minha mente, e pela primeira vez em anos chorei com medo de partir sem conhecer de fato o que é ser feliz, se isso realmente não for uma simples utopia.

    Mesmo com parte da consciência comprometida, além de estar cercado pelo medo, pude notar toda a correria da equipe médica em tentar me salvar. Acreditei que aquele seria meu fim, ainda que não tivesse intenção alguma de partir nesse momento.

     Quando finalmente voltei a abrir os olhos, percebi que estava em um local familiar, além dos inúmeros fios ligados diretamente ao meu corpo. A primeira pessoa que entrou em meu campo de visão foi um médico que acreditei ser um anjo, mas assim que minha mente reativou algumas memórias, surgiu um ódio momentâneo em relação àqueles ser celestial.

     O infeliz lançou uma maldita luz em meus olhos para checar as pupilas, sem mencionar os inúmeras exames para buscar indícios de uma possível sequela. Fiquei livre de alguns dos aparelhos, inclusive o tubo de oxigênio que tanto passou a me incomodar. Claro, sentir vergonha por estar nestas condições diante de alguém tão belo, afinal esse tipo de situação costuma pegar em cheio minhas inseguranças.

     Confesso que pensei em usar meu lado persuasivo para escapar de uma bronca, mas tive que optar pela grosseria quando o médico se mostrou despreparado para lidar com um paciente com tendências suicidas. Então me recordei do momento em que nos vimos pela primeira vez, além de ter notado a reciprocidade com a qual nos entendermos.