Capítulo Onze: Você sangra?

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Kara acordou no dia seguinte, ainda deitada junto ao corpo de Lena, que respirava profundamente, imersa em um sono pesado. Silenciosamente se levantou, se vestiu e buscou o quadro que estava em um dos quarto de hóspedes. Pela janela do quarto de hóspedes, com o quadro debaixo do braço, tomou rumo ao céu e foi embora para casa, sem se despedir para que não tornasse tudo isso ainda mais doloroso. Kara odiava despedidas.

Chegou em casa e foi procurar um lugar para pendurar o quadro, achou um perfeito em seu quarto, na parede de frente para sua cama. Quando foi pregar o quadro na parede, viu que atrás estava escrito "Para lembrar de mim sempre que olhar. Com amor, Lena Luthor". Kara passou o dedo pela caligrafia em tinta preta de Lena e sorriu.

Pendurou o quadro, trocou de roupa, colocou os óculos e fez café. Ia trabalhar normalmente hoje, talvez fosse a última vez que fizesse isso.

— Um pouco de confiança, Kara, por favor. — Kara disse para si mesma enquanto tomava o café preto na cozinha.

Decidiu ir trabalhar como uma pessoa normal, pegando o ônibus, e não voando como sempre ia. Antes de ir se encontrar com Lex, queria se sentir o mais humana possível.

Quando chegou à CatCo Worldwide Media, seguiu para sua sala sem cumprimentar Cat Grant. Porém não demorou muito para Eve Teschmacher ir chamá-la, dizendo que Cat queria vê-la.

— Queria me ver, senhorita Grant? — perguntou Kara assim que apontou na porta de vidro da sala de Cat.

— Queria, Kera. — Cat analisava papéis por entre as lentes de seus óculos. Parou e olhou para Kara por cima dos óculos. — Não era pra você voltar a trabalhar hoje, o que aconteceu?

As engrenagens do cérebro de Kara começaram a trabalhar a todo vapor para inventar uma desculpa.

— Minha irmã, é... hum... teve um problema e eu precisei voltar.

Cat tirou os óculos e semicerrou os olhos.

— Quando Lena Luthor me ligou pedindo pra que eu te desse uns dias de folga não tive como negar, não tem como dizer não àquela mulher.

"Não mesmo, senhorita Grant, você nem imagina" pensou Kara consigo mesma.

— Quando vocês vão, sabe, assumir esse namoro? Porque seria uma matéria e tanto pra eu publicar.

— Namoro? — Kara riu e ajeitou os óculos. — Somos apenas amigas, senhorita Grant.

— Você acha mesmo que eu acredito, Kara? Uma amiga não leva a outra pra uma súbita viagem a Nova York sem segundas intenções. — Cat semicerrou os olhos para Kara novamente e finalizou: — Você pensa que engana alguém com essas negações, mas a verdade é que você não engana ninguém.

Kara estremeceu com a possibilidade do duplo sentido nessa oração, entretanto fingiu que não entendeu.

— Eu vou trabalhar agora, se precisar de mim estarei na minha sala. — Kara se despediu e voltou para sua sala.

Começou a pensar se Lena a pediria em namoro se tudo isso com Lex passasse, desejava muito que sim.

Quando acabou o expediente, Kara foi voando para seu segundo lugar de trabalho: o Departamento de Operações Extra-normais, mas estava completamente sem ânimo.

— O que vocês têm pra mim? — perguntou a loira assim que chegou.

— Nas exigências de Lex, não podemos fazer nada pra ajudar. Tudo o que podemos fazer é oferecer um ponto, assim a gente ouve o que você ouvir e consegue falar com você. — Alex explicou.

Beyond My Power // Supercorp PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora