Capítulo Doze: Os dotes de sommelier aparecem novamente

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— Por que vocês não me chamaram?! — Clark esbravejou e sua voz fez tremer todo o andar principal do DOE.

Ele foi voando — literalmente — assim que recebeu a ligação de Winn. Clark estava enfurecido, veias pulsavam na sua testa e ele segurava sua capa com força, tanta força que parecia que ia fazer um buraco nela.

— Kara não quis — respondeu J'onn, cabisbaixo.

— E desde quando Kara está em proporções de querer alguma coisa quando você é o diretor, J'onn? — Clark chegou bem perto de J'onn e sibilou praticamente sem mexer a boca. — Você sabe que Lex não é pra iniciantes, Kara era café com leite, olha o que aconteceu. Eu sabia o que podia ser feito, eu derrotei Lex uma vez, e vocês não me chamaram porque Kara quis bancar a independente e vocês deram corda.

Os que estavam recebendo bronca diretamente eram J'onn e Winn, Alex estava com Kara na enfermaria.

— E você. — Clark olhou para Lena que estava no canto, com os olhos e o nariz vermelhos e lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto, enquanto mordia a boca. O kryptoniano ficou bem próximo da humana e a segurou pelos dois pulsos. — Se eu souber que você está envolvida nisso...

Alex não o deixou terminar a sentença, aparecendo de supetão:

— Ela não tem nada a ver com isso, Clark. Lex foi bem direto no que queria: Kara longe de Lena.

Clark soltou os pulsos de Lena e semicerrou os olhos para ela antes de voltar sua atenção para Alex.

— Os sinais vitais de Kara estão estáveis, os ferimentos estão se curando com certa rapidez, porém não faço ideia de quando ela pode acordar.

Todos ali presentes abaixaram a cabeça e ficaram em silêncio por um bom tempo. Lena se aproximou de Alex e pediu:

— Posso vê-la? — Limpou o rosto com as costas das mãos. — Uma última vez.

— Uma última vez? — indagou Alex.

— Lex deixou bem claro que me quer longe dela, se isso significa que Kara vai ficar inteira e viva, eu aceito. — Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Lena, o que fez o coração de Alex partir em dois.

— Vem comigo.

Alex guiou Lena até a enfermaria, onde a humana encontrou sua amada desacordada. Kara se encontrava seminua na parte superior, apenas de sutiã, para que eletrodos fossem postos no seu peito para contabilizar seus batimentos cardíacos e pressão; tinha uma máscara de oxigênio cobrindo seu nariz e boca, e era bem notável que seu rosto ainda estava bem machucado.

— Quer um momento a sós, Lena? — perguntou Alex.

— Por favor.

Alex deixou o recinto, deixando Lena sozinha com Kara.

Lena se escorou na beira da cama e pegou a mão de Kara, dando um beijo longo na mesma. Com a mão de Kara entre suas mãos, Lena chorava desesperadamente enquanto soluçava.

— Me perdoa, isso é tudo culpa minha. — Lena encostou a testa na parte livre do peito de Kara por um momento e depois levantou. — Eu não deveria ter te metido na confusão que é minha família, eu sempre soube que ser a Luthor boazinha sempre me traria problemas, não sabia que acarretaria problemas a você também.

Durante muito tempo, Lena ficou em silêncio, apenas observando o rosto de Kara, ouvindo o barulho de respiração da máscara e do bip controlado que fazia seus batimentos sendo contabilizados no computador.

Por um momento, Lena deslocou a máscara de oxigênio para o lado e selou seus lábios com os de Kara; acariciou seus cabelos por uma última vez, levantou e foi embora.

Beyond My Power // Supercorp PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora