– Leucemia? – minha amiga estava a ponto de chorar. – Então, quer dizer que você tem essa doença?
Assenti.
Fazia no minimo umas duas horas que eu tinha acordado, e agora estava tentando explicar há ela o que ela tinha presenciado.
– E... Ela está em um estado muito avançado. – uma lágrima escorreu.
– Você faz tratamento, não faz? – sorri fraco.
– Não. – ela se levantou rápido da cama. – Decidi parar uma semanas antes de voltar.
– Por que? – ela me olhou. – Por que não se trata? Quer morrer?
– Talvez. – ela me olhou incrédula – Já fazem sete anos que eu carrego essa doença. Não foi fácil para mim passar mais tempo dentro de um hospital do na minha casa! Isso cança, cança muito. E se eu tiver que morrer... Não tem nada que possamos fazer.
– Não! Mas acontece que se você tiver que morrer eu vou perder a minha amiga outra vez! E dessa vez para sempre.
Ela sentou nos pés da minha cama.
– Não foi fácil para você Hannah, más para nós também não. Quando a mãe do Alex morreu eu tive que consolar ele até ele também me deixar! Fiquei sem minha melhor amiga e sem meu melhor amigo por metade da minha vida, e agora que vocês estão aqui você quer morrer e ele não é mais mesmo. – ela tapou o rosto com as mãos. – Não quero ficar sozinha outra vez Hannah. Não quero.
Tirei a manta que me cobria e engatinhei até minha amiga, a abraçando.
– Já contou para o Alex? – perguntou entre seus soluços.
– Não. – respondi afagando seus cabelos. – Eu não quero contar para ele ainda.
Ela se afastou e me encarou.
– Por que? – me sentei ao seu lado e respirei fundo. Eu não planejava falar nem para a Manu e nem para o Alex.
– Porque eu não quero que ele me trate diferente, nem você. – ela abaixou a cabeça.
– Eu não vou tratar você diferente por estar doente, você é a minha melhor amiga e sempre vou tratar você igual.
Sorri em agradecimento, e acabei deixando uma lágrima escorrer.
– Ok, chega de choro. – ela levantou rápido da cama. – Vamos fazer alguma coisa? Assistir qualquer coisa ou só fuçar os status dos outros?
Sorri. Realmente, eu queria ir. Más sempre que eu tinha uma crise, ficava desanimada e cançada.
– Vamos?
– Vamos. – resolvi aceitar, já que eu não queria que ela me tratasse diferente.
Peguei um cobertor e um travesseiro, e ela fez o mesmo.
Descemos para a sala, já que estávamos sozinhas em casa.
Me joguei no sofá de cabeça para baixo e ela para cima. Na TV estava passando The Flash e já que nós duas amávamos, não foi um problema.
Depois de um tempo a campainha toca e eu tomo coragem de ir atender, já que parece que ela nem se quer ouviu.
– Alex! – pulei em seus braços o abrançando. Ele deu alguns passos para trás e quase caiu , más ele me abraçou.
– Eita! – nos afastamos. – Tá tudo bem?
– Sim, tá tudo bem. – eu fiquei receosa por estar mentido para ele, más não queria contar, eu não iria contar. – Então... Quer entrar e assistir The Flash?
– OK. – o levei pela mão até lá e empurrei os pés da Manu.
– Ei Hannah! Cuidado. Ah, oi Alex.
– Oi Manu. Vem cá, vocês estão aqui sozinhas?
– Sim. – respondemos juntas.
– Isso não vai dar boa coisa. – rimos e ele sentou entre nós duas, rejeitando minha coberta. – Você realmente está com frio?
– Um pouco. Por que?
– Não, nada. – ele sorriu e relaxou no sofá.
Ficamos daquela maneira por um tempo, até que a minha mãe entra e acaba nos assustando.
– Oi. Querem algo para comer?
– Obrigada Senhora Philips, más eu estou bem assim. – respondeu Alex com um sorriso.
– Eu aceito Tia. – minha mãe olhou para ela e sorriu, logo depois ir para a cozinha.
– Hannah, na verdade eu vim aqui porque... Vai ter uma festa hoje a noite, e bom, tipo, eu queria saber... Claro se quiser, será que você quer ir na festa comigo?
Sorri. Ele estava todo trabalhado.
– Eu quero. – respondi rápido. – Eu quero ir com você Alex.
Ele sorriu. Um sorriso que me encantou.
– Eu passo aqui então às oito pode ser? Más se você quiser passo mais cedo, ou mais tarde também, você quem sabe.
– Às oito. Te espero aqui às oito horas.
– Tudo bem, então... Eu já vou. – ele levantou primeiro, e eu logo em seguida. – Tchau Hannah, até mas tarde.
O abracei.
– Até. – quando ele foi embora eu fechei a porta e voltei a me jogar no sofá.
– E eu fiquei de vela. – olhei para minha amiga que me olhava com um sorrisinho travesso.
– O que?
– Eu vi como ele te olhou.
– Me olhou da mesma forma que me olhava quando eramos pequenos. – menti. – E o que você está insinuando? Ele tem namorada, sabia.
– Sei, e que por acaso é a minha cunhada.
Comecei a rir.
– A sua sorte é invejada.
– Para! – ela começou a me bater com o travesseiro e eu revidei, dando início a uma guerra de travesseiros.
– OK meninas, chega. – minha mãe estava com dois pratos com bolo de chocolate e um copo de suco, no meu caso com um comprimido do lado. – Manu, você vai ficar para o almoço?
– Obrigada tia, más eu tenho que ir embora. Outro dia eu volto. – Minha mãe sorriu e aproveitou para se despedir de minha amiga.
– Desde quando você chama ela de tia?
– Ontem a noite. – comecei a rir. – Bom Hannah, já comi, agora vou embora. Até mais tarde.
– Tchau Manu.
– Qualquer coisa me liga, OK?
– OK. – então ela foi embora.
Fui até minha mãe e lhe dei um beijo na bochecha.
– Onde está o papai? – perguntei enquanto deitava novamente no sofá e procurava algo para assistir, já que minha série tinha acabado.
– Ele começou a trabalhar no outro emprego, o mesmo que ela tinha antes.
– Na empresa do pai da Manu?
– Sim. – ela estava preparando algo e não me deu muita atenção.
Acabei encontrando um filme qualquer de terror e acabei assistindo, já que não passava nada.
Tá aí mais um capítulo. Espero de coração que estejam gostando ^_^
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De Volta Para Casa #RevelaçãoMaster2018
Ficção AdolescenteUm menino; Uma menina; Dois amigos. Um rapaz; Uma garota; Um sentimento; Dois corações. Aos sete anos, Hannah foi afastada de seu melhor amigo Alex e agora que dez anos se passaram ela volta para casa. Mas volta com uma companheira inseparável. Com...