Eu não sei se o que eu fiz foi errado. Beijar a Hannah.
A verdade é que eu nunca gostei da Keith. Desde que éramos crianças a Hannah é a única que não sai da minha cabeça. E quando eu vi como ela estava linda, crescida, madura... Eu não aguentei.
E o mais engraçado é que ela não rejeitou, ela nem se quer demonstrou resistência. O que me deixou muito feliz.
Agora, nesse exato momento ela está dormindo feito um anjo no meu peito.
Tomo coragem e começo a acariciar seus cabelos. Tão macios. Deposito um beijo naquele lugar.
Se ela soubesse o que me tornei, o quanto eu mudei...ela nem ficaria mais perto de mim.
A chuva do lado de fora continua intensa, o que indica que o pai dela vai demorar para vir busca-la.
O filme acaba e ela não acordou, então aproveito para assistir a qualquer coisa que estiver passando e acabo encontrando uma de minhas séries preferidas.
Fico assistindo até acabar e logo depois começa outra série, só que eu acabo pegando no sono na metade da outra.
Quando acordo já está de manhã, a chuva já acabou e a Hannah está mais a vontade dormindo em cima de mim.
Dor nas costas, espere por mim.,
A campainha toca. Saio com cuidado para não acorda-la e sinto a dor nas costas, más não está muito forte. A campainha toca outra vez e agora estou com a mão na fechadura e abro, dando de cara com o senhor Philips.
– Senhor Phillips, entre. – Abri espaço para ele que sorriu e entrou na minha casa. – Que alguma coisa para beber? Café?
– Aceito o café. – assenti d fui para a cozinha. Quando voltei com duas canecas na mão, ele estava abaixado em frente ao sofá, acariciando o rosto da filha. – Não aconteceu nada de estranho?
Franzi o cenho.
– Não, nada. Ela só tomou banho lá em cima, vestiu uma camisa minha – vi seu olhar e reprovação. – Claro,eu fui para o meu quarto e ela para o banheiro lá em cima. – seu olhar se suavizou. – Depois coloquei um filme e ela acabou dormindo.
– Entendo. Obrigado por cuidar dela. – sorri e lhe entreguei a caneca, indicando outra poltrona que estava ali, enquanto eu me sentei no braço do sofá. – Como tem sido sua vida, Alex?
– Normal. – menti. – Desde... Desde que minha mãe morreu eu me viro sozinho, mas estou bem.
– Deve ter sido difícil... – ele iria continuar falando algo mas a Hannah acordou.
– Pai? Alex? – ela parecia confusa. – Já está de manhã?
– Sim, filha. A chuva durou a noite inteira. – ela assentiu e se sentou no sofá. Pela sua expressão vi que ficou um pouco tonta com essa ação, ela fechou os olhos. – Filha?
– Oi. – respondeu ainda com os olhos fechados. – Eu... Eu vou ver se minha roupa já está seca. Alex?
Assenti, falando que ela podia subir.
Quando ela se levantou, evitei olhar já que seu pai estava perto, só que foi quase que impossível pois ela me chamou.
– Alex? – a olhei. – O seu sanduíche, estava bom.
Sorri e ela também. Logo ela subiu para o banheiro.
– Essa blusa ficou realmente grande. – rimos.
Falamos sobre coisas aleatórias e um tempo depois a Hannah desceu. Seu vestido vermelho escuro, estava combinando com a sua bota de cano alto.
– Pronto. – a observei por mais um tempo.
– Quer café Hannah? – perguntei. Ela fez uma careta.
– Não sou muito fã de café.
– Chocolate? – ela sorriu.
Me levantei e logo voltei com uma caneca de chocolate quente para ela que ficou um tanto animada com ele.
– Obrigada. – nós bebemos e conversamos sobre coisas banais.
O rosto da Hannah estava estranhamente pálido.
– Bom, acho que vamos. – o senhor Philips se levantou e a Hannah também. – Obrigada Alex.
Peguei sua caneca, mas sua filha pegou as duas da minha mão e foi para a cozinha.
Minutos depois ela voltou com as mãos molhadas.
– Pronto, e antes que fale alguma coisa, eu lavei. – nem me deixou falar nada.
– Obrigada?
– Por nada. – ela sorriu e segurou a mão do pai. – Vamos pai?
– Vamos. – os acompanhei até a porta. – Obrigada Alex, apareça em casa um dia.
– Pode deixar, eu apareço sim. – demos as mãos e ele foi para o carro. A Hannah veio e me abraçou.
– Tchau Alex, obrigada. – a apertei mais entre meus braços. – Não some, tá?
– Ok, não some você também. – nos afastamos. – Tchau, Hannah.
– Tchau Alex. – ela me deu um beijo na bochecha mas eu virei a cabeça na hora e o beijo pegou no canto da minha boca. – Desculpe.
Rimos e ela entrou no carro.
Enquanto o carro andava ela girava a cabeça me olhando, até que ele virou a esquina.
Voltei para dentro de casa e me sentei no sofá, pensativo.
Eu agi indiferente com ela, como se nada tivesse acontecido. E ela percebeu.
Espero que não queira se afastar de mim.
Meu celular, que estava em cima do sofá, estava apitando.
Fui até ele e desbloqueei.
– Oiie. – um sorriso se estampou pelo meu rosto.
Era uma mensagem da Hannah.
Esse foi o menor capítulo que eu já escrevi aqui nesse livro.
Tá aí mais um capítulo. Espero de coração que estejam gostando ^_^
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De Volta Para Casa #RevelaçãoMaster2018
Genç KurguUm menino; Uma menina; Dois amigos. Um rapaz; Uma garota; Um sentimento; Dois corações. Aos sete anos, Hannah foi afastada de seu melhor amigo Alex e agora que dez anos se passaram ela volta para casa. Mas volta com uma companheira inseparável. Com...