O cheiro de pipoca e algodão doce entrava em minhas narinas, fazendo com que mais uma vez, eu tivesse a sensação de voltar no tempo.
- Qual você escolhe? - perguntou o homem da barraca, apontando para os alvos há minha frente.
- O do meio. - ele assentiu e deu licença.
Mirei e atirei.
Acertei de primeira e quase gritei por ter co seguido, já que minha mira era péssima.
- Parabéns! - me parabenizou Alex. O abracei apertado e ele retribuiu. - Sua mira é bem melhor que a minha.
- Nem sempre. - nos afastamos e coloquei uma mecha minha de cabelo atrás da orelha. - Na verdade, essa foi a primeira vez.
Ele sorriu e eu também.
- Aqui menina. - peguei meu prêmio com o homem da barraca e agradeci.
Ele era um lindo urso grande. O abracei e voltamos a andar pelo parque.
Era o mesmo parque onde a mãe dele tirou aquela foto da casa dele, e ele nem percebeu que andávamos em direção a casa dos espelhos.
Até que ele parou, sua respiração pesou e seu olhar congelou no brinquedo há nossa frente.
- Alex? - ele não me olhou. - Podemos ir em outro lugar...
- Não precisa Hannah. - ele me olhou e sorriu forçado. - Aliás, não tenho medo de espelhos.
Sorri forçado e segurei sua mão.
Alex
Desde que eu tinha voltado não fui ao parque ou a nenhum lugar que me lembrasse do meu passado.
Por isso não fui a nenhum lugar que eu costumava ir com a Hannah e agora que isso mudou tenho medo de voltar a ficar daquela maneira.
A Hannah não sabe o que aconteceu com a minha mãe e acho que é melhor assim, pelo menos ela não me julgaria.
A única que sabia era a Keith, más faz tanto tempo que nem sei se ela ainda se lembra. Espero que não.
Ela segurou minha mão e entramos na casa.
Menti quando disse que não tinha medo de espelhos. Eles mostram o que os outros não podem ver e sinceramente tenho muito medo de ver.
Entramos na casa e não olhei para os lados, apenas para frente.
Acho que ela pensou que era porque me lembrava minha mãe, o que em parte era verdade.
Mas do que eu estava reclamando? A ideia de vir aqui foi minha, eu tinha mais é que aguentar e parar de reclamar.
Sinti seu olhar sobre mim quando saímos e durante todo o percurso.
Coloquei um sorriso na cara e me virei para ela quando parou, mas ela estava com os olhos fechados e respirando pesadamente.
Desfiz o sorriso e andei rápido até ela.
- Hannah, você está bem? - ela assentiu mas continuou com os olhos fechados. A levei até um banco próximo e a coloquei lá. - O que você comeu?
- Nada. - ela me olhou, seus olhos cor de mel... Não era pra isso! Balancei a cabeca e voltei minha atenção para ela. - Só o café da manhã e não faz muito tempo.
Era verdade, não fazia muito tempo que ela tinha comido algo.
Ainda com os olhos abertos ela tombou para o lado e eu a amparei.
- Você está tão mal acostumada assim? - brinquei com a intenção de fazê-lá rir e consegui. - Espere aqui, vou trazer sua bolsa.
Ela segurou minha mão mas soltei com um sorriso, a deixando lá.
Fui até o meu carro e peguei a bolsa dela, junto com um comprimido para dor de cabeca e tontura.
Assim que eu me virei dei de cara com meu primo parado a alguns metros de mim. Uma menina segurava sua mão, ela não devia ter no mínimo dois ou três anos.
Ele me olhou e sorriu fraco mas eu continuei serio.
- Olá primo. - cumprimentou, não o respondi. - Filha, esse é o seu primo.
Arregalei os olhos.
- Filha? - minha voz saiu um pouco rouca.
Ele sorriu e a menininha correu até mim. Me abaixei e a peguei no colo.
- Sim Alex, essa é minha filha. - seus olhos brilharam e não entendi como ele tinha uma filha e quem seria a maluca de ficar com ele.
- Qual o nome dela? - ele sorriu outra vez.
- Hannah. - o olhei espantado.
- Não sabia que tinha uma filha e muito menos que tinha se casado. - acrescentei apos olhar em sua mão. - Quem é a mãe dela?
- Dalila. - levantei as sombrancelhas.
Ela corria atrás do meu primo desde que eu me conheço como gente e me adimira muito ela ter continuado correndo atrás dele depois que ele foi preso.
- Então ela continuou correndo atrás de você? - a menininha agora mexia no meu cabelo.
- Ela foi a única pessoa que ficou do meu lado. - o sorriso desapareceu. - Bolsa bonita.
Estiquei meu pescoço e olhei a bolsa na minha mão, me lembrando da Hannah.
- É da Hannah. - coloquei a menina no chão e disse para que voltasse para o pai. - Tenho ir.
Passei por ele mas senti sua mão no meu braco, me segurando.
- Cuide dela. - senti vontade de socar a cara dele. Quem ele pensa que é para mandar eu cuidar dela? - Ela não merece passar pelo que passou outra vez.
- Agora posso protegê-la, e ninguém irá encostar a mão nela.
Ele me soltou rapidamente e eu voltei a andar.
Tá aí mais um capítulo. Espero de coração que estejam gostando ^_^
Sei que devo um pedido de desculpas por esse capítulo ter ficado meio fraquinho.
É que os outros já estavam escritos a um tempo e essa semana estou um pouco sem inspiração, por conta de uma decepção😔
Más jajá estou melhor.
Tchauzinho❤
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De Volta Para Casa #RevelaçãoMaster2018
Novela JuvenilUm menino; Uma menina; Dois amigos. Um rapaz; Uma garota; Um sentimento; Dois corações. Aos sete anos, Hannah foi afastada de seu melhor amigo Alex e agora que dez anos se passaram ela volta para casa. Mas volta com uma companheira inseparável. Com...