Az' Vardum

Capítulo 1 - Mundo

Todos atentos a televisão, às ultimas noticias da tragédia que havia ocorrido naquela noite.
— O avião que caiu aos arredores de Newtown — informava a jornalista com o caos de bombeiros e socorristas às suas costas — na madruga de hoje 04:35, causou destruição numa região com alta concentração de moradores. Até agora foram confirmadas a morte de pelo menos cinco pessoas que transitavam na rua no momento que o incidente ocorreu. As vítimas que estavam no avião já passam de 120 e esse número pode crescer conforme as horas seguem. Cerca de 185 passageiros estavam na aeronave que chegava de Berlim....
Do outro lado da cidade, à frente de uma TV que transmitia as informações, paramédicos e enfermeiros corriam se mobilizando para receber os sobreviventes da queda do avião. Era uma corrida contra o tempo.
— Chegaram quantos? — perguntou uma das médicas em cuja identificação dizia "Mikaia".
— Apenas dois foram trazidos para cá, Doutora — respondeu a enfermeira que acompanhava a médica pelos corredores — Um homem e uma mulher que foram encaminhados para as salas de cirurgia. A mulher sofreu traumatismo craniano, o homem perdeu uma das pernas para conseguir ser salvo. Está em coma devido a perca de sangue. Doutor Stenger já se mobilizou, recuperaram a perna, ele tentará religa-la.
— Passou muito tempo, mas o Stenger é bom, talvez consiga — a confiança da médica estava inscrita em seu olhar — Vamos Dena, sala 2?
— Sim, Doutora.
Do outro lado da cidade novamente, na sala aos fundos da torre de controle.
— Mas o que diabos está acontecendo aqui? — o coronel das forças aéreas gritava com o gerente da torre de controle do aeroporto oeste de Newtown — Como um avião alemão cai sem mais nem menos em nosso território e ninguém tem nenhuma maldita explicação?
O gerente engoliu em seco.
— Estamos procurando por respostas, senhor.
O coronel socou a escrivaninha. O gerente se encolheu diante da fúria do homem enquanto encarava a pistola que o mesmo carregava.
— Encontrem logo! Sabe como está meu pescoço com isso? A embaixada alemã quer uma explicação para isso, e não temos uma maldita frase para justificar essa bosta. Quais são os últimos registros? Qual foi o último contato? O que o maldito piloto informou?
— Senhor, não houve nenhuma anormalidade. Os últimos registros estão aqui.
O homem estendeu um maço de papeis para o coronel, que arrancou a pilha de papeis da mão dele.
— O voo estava normal, o piloto não reportou nenhum problema aéreo. O tempo está estável, nenhuma turbulência foi identificada.
— A cabine de controle não se comunicou com a torre no momento da queda?
— Não, senhor. E isso é o mais estranho, o sinal em nenhum momento sumiu, eles simplesmente se mantiveram mudos.
O coronel analisava o documento de uma forma dura, como se tentasse arrancar a força algum sentido para tudo aquilo.
— E o piloto? Já levantaram os dados dele? Histórico?
— Isso está sendo feito, senhor.
O coronel atirou as folhas de papeis novamente para o gerente e se sentou numa cadeira vazia no cômodo apertado.
— É isso, esse maldito piloto matou tudo mundo, filho da puta.
— Coronel, não temos certeza disso...
— E tem outra explicação? Vamos levar o corpo desse maldito a público.
— Tem um problema, senhor. — disse o gerente.
— E qual é?
— O corpo do piloto não foi localizado em nenhum lugar.
O coronel passou a mão pela barba por fazer, sem entender o que o homem queria dizer.

No outro dia no Hospital Oeste.
— Eu sinto muito — Mikaia tentava confortar os pais da garota.
A mãe da moça estava em lágrimas e não conseguia se deixar consolar, o pai estava com uma expressão soturna, incapaz de dizer qualquer coisa, como se não quisesse acreditar na sentença da médica.
Estavam se encaminhando para guichê de compra em busca de informações do voô da Filha quando – não sabiam do ocorrido – receberam o telefonema do hospital. Mal puderam acreditar na hora.
— E agora, Jimmy? — a mãe abraçou forte o pai — o que vai ser de nossa filha?
O homem olhou para a garota que dormia profundamente.
— Ela está viva, meu amor, é tudo o que importa agora.