Capítulo 9

1.9K 176 57
                                    

Horas antes


Gina

- Isso é uma acusação muito grave, Gina – a rainha falou com firmeza. – Tem certeza de que isso não é um mal entendido?

- Sinceramente, eu não sei, mas se as provas chegaram ao meu conhecimento, meu dever era trazer ao rei. Eu já fiz isso, então agora a majestade deve decidir o que fazer – eu falei de forma doce. – Tenho certeza de que meu rei fará o melhor! – ele afirmou com a cabeça.

- Sua atitude é louvável, minha querida – disse o rei. – É muito bom saber que meu filho se casará com uma verdadeira dama!

- Eu agradeço, majestade. Agora, com sua licença, preciso cuidar de alguns assuntos – fiz uma reverência, e com a aprovação deles, saí da sala do trono e fui em direção ao jardim.

Depois de tudo eu precisava relaxar um pouco, eu estava com medo do que poderia acontecer. Pedi para que uma das criadas me trouxesse um suco de frutas vermelhas, mas antes que ela pudesse sair para providenciá-lo...

- Com licença – uma voz masculina invadiu o local chamando a atenção da criada. – Eu quero um suco também, por favor, do mesmo sabor.

- Sim, alteza – ela fez uma reverência e se retirou.

- Antes que me pergunte tudo saiu como esperávamos, e o rei...

- Não quero falar sobre Érik, Scarlett ou sobre esse plano ridículo – Jullian me interrompeu enquanto se sentava ao meu lado na mesa. Eu arquiei as sobrancelhas.

- Ah, então porque está tirando a minha paz? – perguntei.

- Será que você pode baixar as armas por alguns mimutos? – perguntou retoricamente. Ele estava diferente. – Eu realmente não queria provocar mais uma discussão entre nós.

- Tudo bem – falei após alguns segundos fitando seus olhos frios e acinzentados que me paralizavam por completa.

- Dessa vez eu gostaria de saber sobre você – ele falou colocando uma das mãos no meu colo, onde minhas mãos estavam pousadas, e pegou uma delas para si. Levantou-a até seu rosto e pressionou as costas de minha mão direita em seus lábios. Senti a maciez dos mesmos e minha respiração pareceu não ser mais a mesma, me faltava ar. – Me conte... Como veio parar aqui? – ele cruzou seus dedos com os meus. Sua voz estava rouca, grave, me fazia sentir arrepios em todo o corpo.

- Eu moro no palácio porque... – eu não estava conseguindo pronunciar as palavras com facilidade. – Meu pai é o regente.

- Eu sei disso, não era isso que eu queria saber – ele falou. – Quero saber da sua infância, sua história, quero saber como você era, o que fazia, o que queria fazer. Me conte? – seus olhos olhavam fixamente para o fundo dos meus olhos, eu me sentia despida, talvez até amedrontada com o efeito que ele tinha sobre mim, nunca ninguém foi capaz disso.

- Eu... Nasci aqui mesmo em Apolônia, nasci em uma família extremamente nobre, que possuía e até hoje possui a confiança do rei – falei. – Eu nunca entendi o porquê de eu ser tão rica, ter tanto e não fazer nada, e descobri que o fato de ter me fazia ter mais ainda, porque meu pai virou o dono do banco, e a partir daí ele conseguia cuidar do dinheiro de todas as pessoas. Por ser uma função de honra, o rei sempre beneficiou meu pai, além de gostar muito de toda a minha família. Desde minha adolescência eu conheço Érik, e desde aquela época eu passei a sonhar com a escola real, porque só assim eu poderia me casar com ele.

- O seu sonho sempre foi governar? – ele perguntou.

- Meu sonho era ser uma princesa – eu falei – E por mais que eu me graduasse, eu seria uma princesa de verdade somente depois de me casar com um príncipe. A coroa, a riqueza, o próprio príncipe e o governo do reino eram apenas consequência para mim. Ser princesa era o que mais importava, porque as princesas eram e são o maior exemplo da realeza. Esse era o meu sonho, exalar tudo o que uma princesa deveria ser. Nobre de um jeito muito maior! Nobre por natureza.

A Escola RealOnde histórias criam vida. Descubra agora