Capítulo 12

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Érik


Depois de me defender, minha mãe me deu uma bronca, mas não na frente do meu pai. Eu já tinha entregado a coroa e o anel real, então, oficialmente eu já não era mais o príncipe de Apolônia. A partir daquele momento, Lord Moore era o sucessor ao trono, e eu não tinha me arrependido da decisão, minha vida já estava destruída de qualquer forma. Com a renúncia do trono, meu casamento com Gina provavelmente estaria cancelado, porque o único interesse de sua família, obviamente não eram meus belos olhos verdes, e eu estava livre para visitar Scarlett onde ela estava (se ela aceitasse me ver).

- Não sei porque tem que complicar tudo! - minha mãe estava sentada na minha cama junto comigo.

- Mãe, tenta... Entender o meu lado - eu falei - Eu... Não sei o que fazer. Eu sei que nunca conversamos sobre isso, mas... Scarlett mexe comigo, de um jeito que eu nunca vi - por incrível que pareca, ela riu. Ela me conduzio para que eu deitasse em seu colo.

- Filho, me conte a verdade sobre essa garota - ela falou enquanto acariciava meu cabelo.

- Nos conhecemos no campo escarlate, antes da convocação real para que as criadas viessem limpar o palácio - eu suspirei relembrando tudo aquilo. - Eu não sabia que ela era uma recrutada, e também não contei a ela que eu era o príncipe, porque quando eu a encontrei ali, encostada em uma árvore e... com os olhos fechados, sorrindo, sentindo o vento em seu rosto, eu senti a necessidade de conhecê-la. Quando ela me viu, falou comigo, achei estranho, porque ela não me reconheceu, então, durante a nossa primeira conversa ela revelou que não entendia nada sobre a realeza, por isso decidi não revelar minha identidade, não queria assustá-la, não queria acabar com aquele... aquele momento - lágrimas já escorriam pelo meu rosto enquanto eu colocava tudo aquilo para fora. - Ela falou comigo, não como uma garota louca por mim, como geralmente acontece. Ela se interessou pelas minhas paixões amadoras, pelas minhas indecisões, pelos meus interesses, meus gostos, meu jeito. É que ela é assim, ela se interessa pelas pessoas, gosta de conversar, de conhecer novas personalidades, gosta de conhecer gente diferente dela, ela é incrível por isso, porque é tímida, mas não se fecha de tudo e todos, porque não gosta de falar com estranhos, mas sua gentileza é tanta que a leva a... Fazer coisas que uma pessoa normal não faria. Ela me aceitou pelo que eu era dentro de mim, não pelo meu título, ou pelo meu dinheiro, e a partir daquele momento eu nunca mais a esqueci. Ela descobriu que eu era o príncipe quando nos esbarramos na escada do palácio. Ela estava aqui para limpar o palácio, porque o baile do meu aniversário estava chegando, e ela não fazia ideia que o príncipe tão falado era o mesmo que assistira o pôr do sol com ela - eu já não sentia que estava em meu quarto, era como se eu tivesse vivendo aquilo tudo novamente. - Ela era a garota mascarada no baile, ela foi porque queria estar comigo, e ela estava de máscara porque os Moore estavam lá, e ela trabalhava para eles, eles não podiam vê-la fazendo aquilo. Ela dançou comigo, disse que não sabia dançar, mas sua delicadeza era tanta, ela parecia uma princesa de berço. Eu me impressiono com o jeito dela até hoje. Eu lancei o decreto para que ela pudesse ser uma princesa, e assim eu poderia escolhê-la como noiva, mas meu pai fez o acordo ridículo com os Moore. Mesmo assim, quebrei as regras para que ela estivesse na escola real, fiz de tudo para que ela estivesse aqui, comigo. Ela nem imaginava que eu tinha feito tudo isso, pelo menos não até ser condenada. Eu a beijei, no campo, aqui, e eu nunca esqueci. Meu sentimento por ela não é só diferente de tudo que eu já senti, mas também é algo que nunca cansa. É como se eu pudesse viver tudo de novo, com a mesma Scarlett, e nunca, jamais eu me cansaria de viver tudo de novo, de novo e de novo. Eu não sei se é amor, não sei o que é, mas passar a vida inteira do lado dela, acordar todos os dias ao lado dela, escutar sua voz todos os dias. Esse talvez seja o meu maior sonho no momento. Eu só não tive a oportunidade de dizer isso a ela. E agora que ela está presa, e ela está presa injustamente, não sei o que vai ser de mim, e não sei se poderei dizer isso a ela algum dia. Mas eu sei que para mim não vale a pena ter o que eu tenho, ser o que eu sou, fazer o que eu faço... Se eu não tiver ela - eu me levantei repentinamente do colo da minha mão e a encarei, ela levou um susto a princípio, depois sorriu. - Mãe! Se possível eu me mudo para a sela dela e fico por lá mesmo! A sela dela pode ser o meu quarto, eu não me incomodaria! - ela riu escandalosamente.

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