Capítulo 14

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Scarlett


Naquela manhã, acordei com o pescoço mais solto, Érik tinha levado roupas de cama e isso tinha melhorado meu sono. Dormi separada dele naquela noite, ele não deu notícias, mas procurei ficar despreocupada. Depois de usar o banheiro, voltei para a cela, e me deparei com guardar guardando minhas coisas em sacolas enormes e carregando tudo para fora da cela, incluindo as "decorações" que eu tinha feito.

- O que está acontecendo? – perguntei para qualquer pessoa que quisesse responder.

- Scarlett! – o general Treeman falou atrás de mim e me virei para ele. – É um prazer revê-la, vim lhe trazer uma boa notícia. O rei decidiu de libertar.

- O que? Como assim? – arregalei os olhos, eu acho que nunca senti tanta emoção em minha vida.

- Na verdade, a notícia não é apenas boa – ele falou e se aproximou. – Érik fez um proposta ao pai. Ele voltaria ao cargo, aceitaria de volta a coroa, em troca você seria liberta. Porém, vocês dois não poderão manter contato, e... Você retornará à casa de sua mãe, mas não terá o direito de voltar ao palácio novamente. Sinto muito.

- Meu Deus – eu falei e... Não sabia se devia ficar triste ou feliz.

- Eu posso garantir a você que... Nunca vi Érik tomar uma decisão tão dolorosamente em sua vida – ele falou e forçou um sorriso para mim. – Ele mandou que eu te dissesse que... Ele fará o possível para reverter a situação, mas se ele não conseguir, quer garantir que você tenha uma vida feliz.

- Eu... Não sei o que dizer, o que pensar – eu estava sem reação. – Diga a Érik que sou grata por tudo o que ele fez por mim, jamais o esquecerei. Jamais – falei com lágrimas nos olhos. Aquilo não parecia real.

- Eu direi a ele – disse ele. – Agora, minha função é te levar para casa e garantir a você um lugar onde possa trabalhar, para se sustentar daqui para frente. Sua mãe continuará recebendo o apoio mensal, então poderá se concentrar em você mesma. E antes de ir, você poderá se despedir de Diana. Se não me engano, ela se encontra nos próprios aposentos. E Érik também deseja se despedir em um lugar especial. Não sei onde é, mas ele disse que você saberia.

- Eu posso imaginar – eu sorri. – Muito obrigada.

General Treeman me direcionou à passagem de entrada para os corredores do palácio. Foi uma longa caminhada, e eu, mesmo sendo inocente, me senti indigna, de certa forma, de estar lá dentro novamente.

Antes de tudo, me dirigi ao quarto de Diana. Bati na porta e a criada dela abriu. Ao me ver ali, parada Diana se emociou e veio correndo em minha direção. Ela estava linda, trajada como uma princesa, é claro.

- Scarlett! – ela exclamou ao me abraçar. – Te libertaram? Érik conseguiu? Não acredito!

- Na verdade sim, mas não do jeito que eu pensava – eu falei ainda abraçada com ela. – Ele conseguiu me libertar, mas não estarei de volta na escola real.

- Por quê? – ela perguntou se soltando e olhando nos meus olhos.

- Sendo culpada ou não estou aqui injustamente – eu respondi. – Voltarei para minha casa, e estou muito feliz porque hoje mesmo vou ver minha mãe. Mas não serei mais permitida de entrar no palácio. E por isso Érik não poderá mais me ver. Eu... Acho que vou ter que deixar tudo isso de lado.

- Isso é muito triste – ela falou.

- Fomos nós quem alimentamos algo impossível, Diana, a culpa é mais minha do que de qualquer outra pessoa – eu acrescentei. – Mas estou feliz. Érik voltará a ser o príncipe de Apolônia e eu ficarei livre. Ele fez isso para que eu pudesse ter uma vida.

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