Se eu fosse você, continuaria me preservando. Sabe por quê? Se entregar ao amor é doloroso. A gente dá a cara a tapa e apanha, sendo recíproco ou não. Até mesmo quando correspondido, a outra pessoa pode deslizar, cometer um erro. Quem nunca erra? Quem é tão perfeito que não provoca uma briga ou não sente ciúme? Quem já não fez ou falou uma besteira num momento infeliz?
Fique na sua, procure outra pessoa. Esse que está atrás de você? Esquece! Quem desperdiçou uma chance não merece a segunda. Principalmente se você ainda sente alguma coisa. Porque ele sabe, e vai continuar agindo do mesmo modo. Quem acredita que o outro mudou é otário. Ninguém muda! Somos todos iguais na essência e nos mantemos os mesmos. Vide ele: egoísta, mau caráter e um bom mentiroso. Nunca mudará.
Aproveita e apaga o que vocês já passaram. Até as lições. Tanta coisa para guardar e vai levar as burradas que foram feitas só para, lá na frente, lembrar dele? É, porque se você se recordar da situação, vai acabar pensando nele. Então, arranca tudo de vez. O que foi bom, o que foi ruim e o mais ou menos. Ninguém precisa de coisas mornas.
Eu estou falando o que eu faria. Mas, você sabe, se conselho fosse bom, a gente vendia. E eu to falando isso tudo porque eu gosto de você e não quero te ver sofrer. Continue. Preserve-se. Porque o amor – essa coisa nociva que faz a gente dar segundas chances a quem não presta – só serve pra nos fazer quebrar a cara. De novo, de novo e de novo.
Não insista. Preserve-se.
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Destino, Acaso ou Algo Mais Forte (2014)
Short StoryLivro lançado em 2014 pela Verve, Rio de Janeiro, reúne cerca de 70 crônicas do escritor carioca Gustavo Lacombe, que já está em sua quarta obra. Falando de Amor, relacionamento, sexo, amizade e outras coisas que permeiam as relações de qualquer pes...