Capítulo 5

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Não aguentava mais chorar, meu corpo todo doía dos soluços, acho que nunca senti uma tristeza tão grande, nunca na minha vida chorei tanto como hoje. Me levantei do chão, convencida em aceitar meu destino.

Peguei minha bolsa da escola, tirei os livros e cadernos, provavelmente não ia mais precisar deles. Coloquei um caderno que tinha um capa de um anjo na frente, o único caderno que minha mãe tinha comprado, já que o resto do meu material foi fornecido pela escola. Arrumei algumas roupas, 01 vestido, 3 short; 2 calças jeans, 6 blusinhas, 2 pijamas e lingerie. Foi tudo que coube na pequena bolsa. No bolso de fora coloquei um porta retrato com uma foto de minha mãe e meus irmãos. Isso era tudo que eu iria levar

Nem sei descrever o que estava sentindo, era uma dor tão grande, que eu não saberia se iria conseguir seguir em frente.

Tentei abrir a porta do quarto mais estava trancada, então esperei mais alguns minutos deitada na minha cama. Tenho que ser forte, estou fazendo isso para salvar meus irmãos.

Escutei o barulho da porta sendo aberta, minha mãe pareceu, como um olho roxo; marcas de dedos ao redor do pescoço e com marcas nos pulsos, como se tivesse sido amarrada com uma corda.

-Mae meu Deus! o que aquele mostro fez com você

- não se preocupe comigo minha filha, ele já me deixou em condições piores, acredite em mim isso não foi nada comparado ao que ele já me fez, - deu uma risadinha sem graça. – E nada que uma maquiagem não faça essas marcas sumirem – disse isso com um calma, como se fosse para me dizer que está tudo bem

-Mae você tem que ir na delegacia denunciar esse homem, olha o estado que ele te deixou, poxa mãe você está gravida - ela passou a mão no meu cabelo, para me tranquilizar.

- minha princesa se eu fizer isso ele vai fazer muito pior, e nem quero pensar no que é capaz de fazer com vocês, ele tem muito dinheiro pode se safar fácil de um processo, já eu tenho 4 filhos, para pensar, não posso agir por impulso – falou acariciando a barriga já estava bem aparente – já pensei centenas de vezes em denunciar, uma vez cheguei até ir na delegacia, mais não tive coragem de entrar, não sei como ele ficou sabendo, mais me mandou ameaças, numa delas me disse que me mataria. – ela fez outra pausa e olhou pela janela. - lembra aquela vez que eu te disse que eu tinha sido assaltada na saída do restaurante, na verdade foi seu pai, ele quis me lembrar com quem eu tinha me casado e tudo que ele era capaz de fazer.

-Mae – eu a abracei forte como se ela fosse desaparecer a qualquer instante

- filha deixa eu terminar, nunca duvide de nada que seu pai te falar, ele e um homem cruel, mata pessoas por diversão, toma muito cuidado filha, e nunca se esqueça eu te amo, voce tem que ser esperta e não pode confiar em ninguém, me prometa que não vai fazer nenhuma louca. – ela diz com os olhos cheios de lagrimas. - me prometa filha

-Eu prometo mãe – nos unimos em um abraço novamente, era o começo da despedida, as lagrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto.

-Lindo, lindo, lindo, emocionante o momento mãe e filha- disse meu pai batendo palmas, parado na porta nos olhando – agora chega de bobagens e vamos Amanda nosso carro está esperando.

Ele veio até onde estávamos me pegou pelo braço e me levou arrastada pelo corredor, minha mãe veio logo atrás, trazendo minha bolsa, ele abriu a porta da frente da casa, e parado no meio fio tinha um carro enorme, um suv preto. Assim que chegamos perto um motorista saiu do carro e abriu a porta de trás. Meu pai sem delicadeza nenhuma me jogou dentro do carro e fechou a porta. Tentei abrir mais foi em vão eu estava trancada lá dentro.

Ele colocou minha bolsa no porta mala, foi até minha mãe a segurou pela nuca deu um beijo, igual aqueles beijos de filmes. Depois que o beijo terminou ele deu a volta no carro, se sentando do meu lado. Assim que afivela o cinto o carro parte para o transito da hora do almoço

Me viro no banco e começo a distribuir socos gritando com ele

- EU QUERO ME DESPEDIR DA MINHA MAE, E MEUS Irmãos, Você NÃO PODE ME NEGAR ISSO – gritei, tentando com todas as forças machucar ele, mais foi ineficaz ele me pegou pelo cabelo e me fez olhar para seus olhos.

-escuta aqui menina, aqui você não tem o direito de querer nada, você simplesmente faz o que eu mandar, senão seu noivo vai receber uma mulher com alguns ossos quebrados, entendeu bem? Ou você quer que eu te de uma demonstração – balancei a cabeça em sinal de negação. – esqueça essa vida que você levava, se depender de mim, seu novo marido vai te tratar como a puta, morta de fome que você é, e quem sabe, te bater muito para te ensinar a como se comportar como o lixo que vc é.

Essas palavras me atingiram como um soco, como um pai pode chamar a filha de puta, morta de fome e lixo. Depois disso eu encostei a cabeça no vidro do carro, e comecei a chorar baixinho para que ninguém percebesse. O que eu fiz para merecer isso, sempre fui uma boa filha, ajudava em casa, cuidava dos meus irmãos, tentava ser uma boa aluna. O onde eu errei para ser tão humilhada pelo homem que deveria me dar amor e carinho.

Abri os olhos quando senti que o carro parou, olhei para o jatinho particular estava parado na pista bem a nossa frente. Meu pai desceu e foi conversar com um homem alto; loiro, deveria ser o piloto pois estava de uniforme deveria ter uns 45 anos. Depois de conversarem o piloto entrou no jatinho, e meu pai veio ao meu encontro. Abriu a porta do carro e me puxou pelo braço até o pequeno avião

Assim que subi as escadas da cabine me espantei com o que vi, o interior era todo revestido de madeira branca, com detalhes em azul escuro, muito profissional, deveria ter umas 12 poltronas reclinável uma de frente para a outra, muito confortáveis por sinal. Ele me empurrou para sentar perto da janela, nunca tinha voado, não sabia nem o que fazer. Ele se acomodou na minha frente e me indicou a colocar o cinto de segurança.

 Ele se acomodou na minha frente e me indicou a colocar o cinto de segurança

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Após alguns minutos estávamos nos movimentando. O avião começou a levantar voo, acho que meu coração veio parar na boca, sabe aquela sensação de andar de montanha russa, era isso que eu estava sentindo. Depois que acabou subida o piloto autorizou a retirada do cinto e permitiu a movimentação da cabine. Eu estava muito curiosa, queria levantar e observar cada espaço daquela cabine, mais ao invés disso fiquei sentada com medo do que aquele mostro poderia fazer comigo, fiquei olhando pela janela, na verdade não dava para ver nada, parecia que estamos em uma nuvem, era tudo branco em volta.

Sai dos meus pensamentos quando a comissária de bordo veio oferecer bebidas, antes que eu pudesse responder meu pai fez meu pedido, pediu um chá para me acalmar, eu não protestei pois lembrei das palavras de minha mãe "nunca duvide de nada que seu pai te falar, ele e um homem cruel".

Após alguns minutos de um silencio constrangedor, a comissária me entregou o chá e uma taça de vinho para meu pai.

- então minha princesa façamos um brinde a sua nova vida. – disse isso levantando sua taça para um brinde, meio a conta gosto levantei a xícara de chá e brindamos. Levei o chá até a boca, estava muito gostoso era chá de camomila meu preferido, depois que terminei coloquei a xicara na mesinha, e comecei a abrir a boca de sono, foi ai que me toquei.

- você me drogou. – falei isso com os olhos pesados, as pálpebras se fechando, A última coisa que ouvi foi meu pai dizer

- dorme minha princesa amanhã começa o inferno

Até que me entreguei ao sono de uma vez, e apaguei ...

Vendida à um DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora