Vendida à um Desconhecido

Capítulo 37

A viagem de carro até o Apartamento foi longa, acho que o clima pesado dentro do carro fez com que a viagem demorasse mais, meu marido não me dirigiu uma palavra, acho que a mulher que me cumprimentou no banheiro tem a ver com o clima estranho

Da para perceber que só o modo que meu marido e Eric troca olhares que eles se entendem.

Com um só olhar Eric já entendeu que iriamos embora do restaurante. Acho incrível a interação entre os dois.

Volto a olhar pela janela, lá fora vejo pessoas andando apressadas, outras estão de mãos dadas caminhando despreocupados, algumas com crianças outros até com cachorros.

Assim que o carro para na calçada um segurança do edifício vem abrir a porta da carro, assim que desço sinto um ar me frio atravessar. Rodrigo logo percebe e passa seus braços forte em volta do meu corpo.

Assim que sinto seu contato, meu corpo todo se arrepia, quando seu perfume entra em minhas narinas, um pânico se apossa de mim, e me lembro da noite de ontem, tento me desvencilhar de seu abraço, porem seus músculos me mantem no lugar.

Quando passamos pelo holl, avisto uma mulher loira de corpo escultural sentada nos sofás da recepção, quando percebe o movimento, ela se levanta e vem em nossa direção

O aperto de meu marido fica mais intenso, a ponto de me fazer franzir a testa. Porem a expressão de Rodrigo permanece a mesma, como se a aproximação dessa mulher não a afetasse

Assim que nos alcança ela se joga nos braços de meu esposo, que em nenhum momento me solta para retribuir

- Roo estava com saudade, faz mais de um mês que você viajou, tenho que te contar uma coisa – diz ainda abraçada com ele, ignorando minha presença

- Sofia, quero te apresentar minha esposa Amanda – diz fazendo com que a mulher não consiga mais me ignorar

Ela fica branca, sua expressão de alegria de minutos atrás se desfaz, dando lugar a um olhar magoado e de tristeza

- co.como assim esposa Roo, você está brincando né? – diz já deixando as lagrimas começarem a cair – você disse que me amava.

Sinto pena dela, a dor que vejo em seus olhos é genuína, imagino que ela deva ser apaixonada pelo meu marido, e que tenham feito planos juntos. Me sinto péssima quando penso na possibilidade de Rodrigo amar aquela mulher e tenha se casado comigo só pelos interesses da máfia. E que ele me trata mal por não ser ela em meu lugar

Uma dor forte me atinge em cheio, ele nunca vai me amar, por que ama ela, nunca vai me tratar como esposa, pois eu não sou ela. Essa constatação me faz querer correr para o mais longe desse lugar, dessa cidade, desse planeta. E me esconder em um lugar que ninguém vá me achar

- Não Sofia, e não posso ficar perdendo meu tempo com você - diz meu marido com um tom gélido

Sinto pena da pobre mulher, Rodrigo se vira e começa a se encaminha para o elevador. Antes de entrar escutamos a voz chorosa da loira

- eu estou gravida Rodrigo

Aquelas palavras fizeram meu coração pular uma batida, aquela mulher teria o filho que meu marido sempre quis, o herdeiro para a máfia, enquanto eu seria uma mulher abandonada.

Antes das portas se fecharem ela continuou

- meus pais me expulsaram de casa, não tenho para onde ir – diz agora mais recuperada

Meu marido coloca as mãos na porta impedindo que o elevador se feche

- vamos conversar no meu escritório- diz meu marido com o semblante serio

A mulher entra no elevador, com a expressão triste, seu rosto antes tão bonito pela maquiagem agora está vermelho e inchado

A cada momento me sinto mais culpada, por estar usufruindo o lugar que deveria ser dela

O silencio do elevador é perturbador, Rodrigo está atrás de mim, me mantendo colada ao seu corpo, me segurando pela barriga. A mulher gravida do meu marido está do outo lado do elevador, com a cabeça baixa, acho que evita olhar para a gente. Até entendo, no lugar dela estaria assim também.

Logo estamos dentro do apartamento. Rodrigo me dá um beijo suave na boca e diz

- Amanda, vou conversar com Sofia, porem a conversa vai ser rápida – diz olhando para ela – me espera no quarto, que assim que terminar vou lá ficar com você.

Me viro

- boa noite – falo porem ninguém me responde

Resolvo fazer o que me foi pedido, subo as escadas, vendo os dois se dirigirem para o escritório.

***

Já no quarto me encaminho direto para o banheiro, quero tomar um banho e tirar essa culpa que está nos meus ombros

Fico ali por alguns minutos, antes de dar o banho como encerrado

No closet me deparo com uma infinidade de camisolas, porem todas são curtas e sexs de mais, nada ali seria uma escolha minha, escolho a mais comportada que acho e um rode combinando por cima

Quando volto no quarto meu marido está parado tirando seu paletó.

Assim que nota meu olhar em suas costas se vira de frente para mim. Fico parada no mesmo lugar, enquanto ele começa a se mover de encontro a mim.

Ele solta a gravata, e a deixa pendurado em seu pescoço, seu caminhar é tão sensual que não consigo desviar o olhar, seu olhar é de um predador pronto para abocanhar sua presa

Quando está a centímetros de mim, sinto minha respiração mais pesada, e o meio das minhas pernas começar a pulsar, não entendo como posso estar excitada só com o olhar e o caminhar do meu marido

Quando sinto suas mãos em minha cintura, a excitação que eu sentia se esvai, deixando medo no lugar, não quero aproximação com ele

Meus olhos se enchem de água, minha respiração fica mais rápida e profunda, e meu corpo treme involuntariamente, sinto um frio congelante subir por minha espinha. Começo a me sentir sufocada, o ar que entra em meus pulmões não é suficiente, minha vista começa a ficar embaçada, e aos poucos vou me abaixando até estar de joelhos no chão

A última coisa que vejo é meu marido gritandopor meu nome