Capítulo 39 ( Amanda)

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Vejo que estou deitada em uma cama muito macia, em um quarto branco, me vejo acomodada em uma infinidade de travesseiros, a cama é como eu sonhava que as princesas dormiam, quando consigo me sentar na cama vejo minha mãe sentada ao meu lado, pulo da cama e vou de encontro com seu corpo em um abraço apertado, assim que sente meu aperto ela protesta gemendo de dor, me afasto dela e vejo seu rosto roxo, uma mancha preta em volta do olho que está fechado de tão inchado, sua boca está cortada, e com sangue seco, em seu cabelo também vejo uma trilha de sangue, seu braço está vermelho, e em uma posição estranha que me faz pensar que está quebrado, vejo suas roupas resgadas, e marcas de mordidas em seu pescoço e colo, algumas com pedaços arrancados por dentes .

- Mãe quem fez isso com você – pregunto desesperada

- filha, não se engane, o final é sempre igual- assim que termina de falar sua voz vai sumindo e seu corpo vai ficando fraco, sinto suas forças se esvaindo, ela vai de encontro com o chão, grito seu nome com todas as forças de meus pulmões, porém não tenho nada em resposta

Vejo seu corpo sem vida em meu colo, e fico sem reação, ela não se movimenta nem respira, nesse momento escuto um barulho muito alto, o quarto que até agora era acolhedor se torna um pandemônio, as paredes começam a descer uma gosma parecida com sanngue, o piso começa a se abrir, homens de preto adentram o quarto armados com fusíveis, sinto algo me atingir, caio no chão com dor em minha barriga, coloco a mão e vejo sangue saindo do meu corpo, logo reconheço meu pai entre os homens.

Peço com a pouca energia que tenho para que ele me ajude, em resposta vejo sua risada sarcástica, ele se aproxima de onde estou se ajoelha ao meu lado, pega meu rosto e me dá um tapa.

- sabe onde seu marido está? – pergunta apertando minha mandíbula com tanta força que acho que a qualquer momento vai ceder – está com Sofia, -diz com ironia – nem para segurar um homem você prestou.

Logo se levanta e sinto um chuto deferido contra meu rosto, sinto alguns dentes se quebrarem, com a força do impacto.

Você vai morrer igual sua mãe, sinto outro chute sendo praticado contra meu rosto, dessa vez sinto muita dor em meus olhos, provavelmente meu nariz foi quebrado no processo, tento abrir os olhos e não consigo, levo minhas mãos até os olhos e sinto sangue saindo deles.

Logo escuto a voz de meu pai novamente, o que me faz ficar em alerta para qualquer barulho no cômodo.

Escuto o engatilhar de uma arma, não sei onde estou ou como cheguei aqui, só sei que esse é meu fim

A voz do meu pai chama minha atenção

- Adeus, Amanda – escuto o barulho do tiro.

***

- Amanda ... Amanda ... Amanda ... acorda – sinto meu corpo ser violentamente chacoalhado.

Abro os olhos devagar e os fecho com força, A claridade me machuca. Logo sinto que estou em braços muito fortes, pelo perfume sei quem é, me relembro de meu sonho e caio em prantos.

Rodrigo não me afasta, me alinha mais em seu peito, me sinto protegida, o que faz com que meu choro se intensifique mais ainda.

- xiiii, Calma acabou, foi só um pesadelo – ele diz com calma como se falasse com uma criança

Tento falar que estou bem, porem os meus soluços não permitem.

- estava preocupado, faz uns dez minutos que estava tentando te acordar, e você só sabia gritar desesperada – diz afagando meu cabelo

Fico ali um bom tempo, acomodada nos braços de meu marido, enquanto o mesmo me embala

- o que aconteceu comigo? – pergunto pois não me lembro de ter ido para cama

Vendida à um DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora