Capítulo 43 ( Rodrigo)

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Estou trabalhando em meu escritório, na verdade estou terminando de organizar minhas reuniões em Londres, preciso urgentemente me afastar da minha esposa. Não entendo esses sentimentos que tenho com ela.

Ontem depois de que terminou a tatuagem, gostei de ver meu nome tatuado no corpo dela, me senti poderoso em saber que sou o dono daquele corpo, posso fazer o que quiser com ela. Sei que minha mãe vai falar muito em meu ouvido, mais pouco me importo.

Vou ser bonzinho em deixar minha esposa na sede da máfia, minha mãe e minhas irmãs estão lá, pelo menos podem fazer companhia a ela, enquanto viajo.

Preciso me afastar ainda mais pelo fato de ter gostado de cuidar da minha esposa, lavei seu corpo e fiz os curativos que precisava, as vezes meu instinto de proteção com ela prevalece, porém não posso deixar esse sentimento me dominar.

Deixei a empregada encarregada de se certificar que Amanda coma, não quero que minha esposa passe fome, acho isso horrível, posso ser um mafioso, porém não quero ninguém se definhando de fome quando a muita comida.

Volto um pouco no tempo, lembro do dia do meu casamento, do nosso primeiro beijo, de como ela ficou linda com as bochechas vermelhas de vergonha, olho para minha mesa e analiso nossa foto. Estamos os dois lado a lado, eu com a mão em sua cintura, no dia do seu aniversário, ela está divina, uma deusa de tão linda. Penso nas poucos vezes em que ouvi sua risada de menina, e tristemente concluo que nunca sua risada foi direcionada a mim. Quando estamos sozinhos a coisa que mais vejo em seu rosto são lagrimas. Me sinto péssimo em saber que não consigo a fazer rir, ou pior não consigo a fazer feliz

Fico olhando para a foto e pensando na possibilidade de dar asas as esses sentimentos confusos dentro de mim, tentar fazer minha esposa feliz, penso em almoços e jantares regados de conversas animadas e risadas, de nossos filhos correndo de mim para a mãe e vice versa, penso em minha esposa gravida com sua barriga protuberante, e eu deitado conversando com nosso filho, enquanto vejo um lindo sorriso em seus lábios. Imagino como seria chegar em casa e ser bem recebido, ver minha esposa me esperando, correndo ao meu encontro para me dar um beijo de boas-vindas.

Desvio meu rosto para a pilha de documento ao lado, onde predomina o símbolo da máfia, e me lembro do meu lugar na sociedade.

O que será que meu pai faria se eu decidisse seguir uma vida normal ao lado da minha esposa? ele provavelmente me afastaria da máfia, e transformaria minha vida um inferno, ou pior será que teria coragem de acabar com a vida da Amanda? Acho que minha mãe não permitiria!

Pego o primeiro documento a minha frente já cansado, o melhor a fazer realmente e me afastar da Amanda, nem digo arrumar outra mulher, pois nenhuma outra até agora me interessou sexualmente, e olha que pretendentes não faltou

Olho para meu celular, já está quase na hora do almoço, vejo uma ligação de minha casa, atendo com o coração acelerado já imaginando que alguma coisa pode ter acontecido com minha esposa.

Logo respiro aliviado, mais com uma pontinha de raiva por saber que minha esposa não tomou seu café, acesso meu computador e procuro entre meus arquivos pessoais a pasta com informações da Amanda, procuro na parte medica e leio um relatório completo sobre essa época delicada do mês, percebo que suas dores são serias pela dosagem do medicamento indicada para combate-la.

Decido dar meu dia por encerrado as dez da manhã e ir cuida da minha esposa. Porem antes de ir para casa passo na farmácia e compro o remédio indicado na ficha, a princípio o vendedor não quer me vender por ser um remédio controlado, mais depois de um bolo de dinheiro consigo quase um lote fechado do medicamento, quando estou saindo da farmácia vejo uma famosa loja de doces, não êxito em comprar alguns chocolates, sei que as mulheres gostam.

Vendida à um DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora