Changkyun respirou profundamente antes de aconchegar-se no colo de Kihyun, que mexia em seus fios.
— Meus pais se separaram há um ano — Changkyun começou — minha mãe tinha o sonho de ser atriz, e queria que eu fosse com ela. Mas eu não podia deixar meu pai e meus amigos para trás. Então fiquei.
Kihyun sentia a dor de Changkyun a cada palavra dita.
— Meu pai se casou de novo no mês passado, e minha madrasta não gosta de mim. Ela fala mal de mim e de mamãe — Changkyun suspirou — então, em uma noite, eu disse que sairia de casa. Meu pai disse que tudo bem, desde que eu o visitasse e que eu pagasse tudo.
— Então é por isso que você está trabalhando tanto? — Kihyun indagou e Changkyun assentiu — e sua mãe, ela não volta?
— Ela me visita a cada um mês. Mas como ela tornou-se atriz na China, não acho que venha tão cedo.
Kihyun contorceu os lábios e apertou o corpo do menor contra o seu. Deu um beijo no topo de sua cabeça e suspirou.
— More comigo, Chang.
— O quê? — Changkyun afastou-se — e-eu não posso. O que seus pais vão pensar de mim?
Kihyun riu sem vontade.
— A casa é só minha. Meus pais estão morando em Busan — os olhinhos de Changkyun passearam por todo o rosto de Kihyun — e eles vão gostar de você, amor.
Changkyun enrubesceu. Era a segunda vez que Kihyun o chamava assim, e ao perceber o constrangimento do mais novo, Kihyun deitou-se sobre Changkyun e acariciou sua bochecha.
— Está com vergonha? — indagou.
— N-Não — Changkyun respondeu.
— Então por quê está corado? — Kihyun sorriu travesso — quer que eu pare de te chamar de amor? — Changkyun apertou a camisa de Kihyun em seus dedos, o puxando levemente.
— N-Não — Changkyun murmurou, ainda envergonhado.
— Queria te ouvir me chamar assim um dia — Kihyun fez um bico fofo com seus lábios e Changkyun sorriu. Deu-o um selinho rápido — vamos dormir, amanhã você tem aula.
Changkyun assentiu e Kihyun retribuiu seu selinho, se segurando para não aprofundar o beijo. Porém, quem pediu passagem com a língua foi Changkyun, surpreendendo o mais velho — que aceitou aquilo de muito bom grado.
[...]
— Eu não posso ir sem uniforme, Kihyun — Changkyun disse.
— Bom que as pessoas percebem que você já é compromissado.
Changkyun riu e vestiu a blusa que Kihyun o entregou.
— Te compro algo para comer no caminho — Kihyun disse e beijou sua bochecha. Changkyun sorriu e assentiu, o seguindo pela casa até a garagem.
O mais novo não controlou a surpresa: o carro que Kihyun tinha podia ser considerado uma relíquia.
— Meu pai me deu quando passei na faculdade — disse — era dele — Kihyun sorriu.
— Impalas são muito bonitos — Changkyun disse maravilhado ao contornar o carro, o examinando. Kihyun estava sempre observando Changkyun, seus mínimos movimentos, seus gostos, suas ações, as vezes em que corava, os momentos que eram somente deles e as diversas vezes em que seus lábios se encontravam: Kihyun não queria perder as sensações que Changkyun o proporcionava.
Changkyun adentrou o carro, e Kihyun fez o mesmo, o ligando em seguida.
— Qual é a escola que você estuda? — o maior indagou e Changkyun pôs o cinto.
— Haggeuk — disse e Kihyun acelerou o carro até que estivesse na estrada.
A escola não era tão longe, então chegariam em questão de minutos — para a tristeza de Kihyun, que queria aproveitar seu tempo com Changkyun. Como prometido, comprou pães doces para o mais novo em uma padaria próxima à escola.
Não tardou para que chegassem, e assim que Kihyun estacionou o Impala, Changkyun retirou o cinto e o olhou.— Não vá trabalhar hoje — Kihyun ditou — eu venho te buscar aqui.
Changkyun pensou em protestar, porém Kihyun o selou; um beijo lento, demorado, doce.
— Eu não posso morar com você, Kihyun — Changkyun disse ainda de olhos fechados — meu pai não vai aprovar isso.
— E é por isso que vou conhecê-lo hoje — sorriu e Changkyun abriu os olhos, incrédulo — você chama muita atenção, Chang — Kihyun inclinou a cabeça para o lado, com a mão esquerda no volante e a outra ajeitando o cabelo.
— Universitários chamam muita atenção — Changkyun murmurou e abriu a porta. Kihyun riu baixinho.
— Te vejo mais tarde, amor.
Changkyun corou com o chamamento carinhoso e sorriu. Fechou a porta do veículo e observou Kihyun acelerar, sumindo em meio aos outros carros.
— Nosso filho está crescendo, Hoseok — Hyungwon brincou ao aproximar-se com o namorado. Changkyun os olhou, repreendendo-os.
— Quem era aquele, Chang? — Hoseok indagou.
— Acho que... — Changkyun molhou os lábios e olhou a estrada — ele é m-meu n-namorado.
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CHANGKI É O PODER
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TAXI CAB 「 Changki 」
FanfictionKihyun pega sempre o mesmo táxi para ir ao trabalho pela manhã. Não, não é uma coincidência, é de propósito. O motivo? Yoo Kihyun tem uma queda pelo motorista e sonha em um dia poder beijá-lo. 1ª revisão: 05/01/2019. Capa: aestuantic © pinkihyunnie...