09 | Universitários chamam muita atenção

1.8K 342 257
                                    

Changkyun respirou profundamente antes de aconchegar-se no colo de Kihyun, que mexia em seus fios.

— Meus pais se separaram há um ano — Changkyun começou — minha mãe tinha o sonho de ser atriz, e queria que eu fosse com ela. Mas eu não podia deixar meu pai e meus amigos para trás. Então fiquei.

Kihyun sentia a dor de Changkyun a cada palavra dita.

— Meu pai se casou de novo no mês passado, e minha madrasta não gosta de mim. Ela fala mal de mim e de mamãe — Changkyun suspirou — então, em uma noite, eu disse que sairia de casa. Meu pai disse que tudo bem, desde que eu o visitasse e que eu pagasse tudo.

— Então é por isso que você está trabalhando tanto? — Kihyun indagou e Changkyun assentiu — e sua mãe, ela não volta?

— Ela me visita a cada um mês. Mas como ela tornou-se atriz na China, não acho que venha tão cedo.

Kihyun contorceu os lábios e apertou o corpo do menor contra o seu. Deu um beijo no topo de sua cabeça e suspirou.

— More comigo, Chang.

— O quê? — Changkyun afastou-se — e-eu não posso. O que seus pais vão pensar de mim?

Kihyun riu sem vontade.

A casa é só minha. Meus pais estão morando em Busan — os olhinhos de Changkyun passearam por todo o rosto de Kihyun — e eles vão gostar de você, amor.

Changkyun enrubesceu. Era a segunda vez que Kihyun o chamava assim, e ao perceber o constrangimento do mais novo, Kihyun deitou-se sobre Changkyun e acariciou sua bochecha.

— Está com vergonha? — indagou.

— N-Não — Changkyun respondeu.

— Então por quê está corado? — Kihyun sorriu travesso — quer que eu pare de te chamar de amor? — Changkyun apertou a camisa de Kihyun em seus dedos, o puxando levemente.

— N-Não — Changkyun murmurou, ainda envergonhado.

— Queria te ouvir me chamar assim um dia — Kihyun fez um bico fofo com seus lábios e Changkyun sorriu. Deu-o um selinho rápido — vamos dormir, amanhã você tem aula.

Changkyun assentiu e Kihyun retribuiu seu selinho, se segurando para não aprofundar o beijo. Porém, quem pediu passagem com a língua foi Changkyun, surpreendendo o mais velho — que aceitou aquilo de muito bom grado.

[...]

— Eu não posso ir sem uniforme, Kihyun — Changkyun disse.

— Bom que as pessoas percebem que você já é compromissado.

Changkyun riu e vestiu a blusa que Kihyun o entregou.

— Te compro algo para comer no caminho — Kihyun disse e beijou sua bochecha. Changkyun sorriu e assentiu, o seguindo pela casa até a garagem.

O mais novo não controlou a surpresa: o carro que Kihyun tinha podia ser considerado uma relíquia.

— Meu pai me deu quando passei na faculdade — disse — era dele — Kihyun sorriu.

— Impalas são muito bonitos — Changkyun disse maravilhado ao contornar o carro, o examinando. Kihyun estava sempre observando Changkyun, seus mínimos movimentos, seus gostos, suas ações, as vezes em que corava, os momentos que eram somente deles e as diversas vezes em que seus lábios se encontravam: Kihyun não queria perder as sensações que Changkyun o proporcionava.

Changkyun adentrou o carro, e Kihyun fez o mesmo, o ligando em seguida.

— Qual é a escola que você estuda? — o maior indagou e Changkyun pôs o cinto.

— Haggeuk — disse e Kihyun acelerou o carro até que estivesse na estrada.

A escola não era tão longe, então chegariam em questão de minutos — para a tristeza de Kihyun, que queria aproveitar seu tempo com Changkyun. Como prometido, comprou pães doces para o mais novo em uma padaria próxima à escola.
Não tardou para que chegassem, e assim que Kihyun estacionou o Impala, Changkyun retirou o cinto e o olhou.

— Não vá trabalhar hoje — Kihyun ditou — eu venho te buscar aqui.

Changkyun pensou em protestar, porém Kihyun o selou; um beijo lento, demorado, doce.

— Eu não posso morar com você, Kihyun — Changkyun disse ainda de olhos fechados — meu pai não vai aprovar isso.

— E é por isso que vou conhecê-lo hoje — sorriu e Changkyun abriu os olhos, incrédulo — você chama muita atenção, Chang — Kihyun inclinou a cabeça para o lado, com a mão esquerda no volante e a outra ajeitando o cabelo.

Universitários chamam muita atenção — Changkyun murmurou e abriu a porta. Kihyun riu baixinho.

— Te vejo mais tarde, amor.

Changkyun corou com o chamamento carinhoso e sorriu. Fechou a porta do veículo e observou Kihyun acelerar, sumindo em meio aos outros carros.

— Nosso filho está crescendo, Hoseok — Hyungwon brincou ao aproximar-se com o namorado. Changkyun os olhou, repreendendo-os.

— Quem era aquele, Chang? — Hoseok indagou.

— Acho que... — Changkyun molhou os lábios e olhou a estrada — ele é m-meu n-namorado.

[ 🚕 .*+ ]

CHANGKI É O PODER

TAXI CAB 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora