11|Especial: Baú de memórias

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Há muito tempo atrás...

Éramos seis. E logo logo, seríamos sete. Minha mãe estava pronta para dar a luz a mais um(a) da nossa família, eu como a segunda mais velha, achava isso normal para alguém que já tinha cinco irmãos.

Na minha casa, mesmo que não fôssemos a classe mais alta, tínhamos sempre tudo que precisávamos, eu era feliz.

- Mamãe, mamãe! - Crhis chama escandalosamente minha mãe, que cuidava do almoço apressada. - Nós podemos ir lá fora brincar? - Ela diz com uma voz manhosa para que ela deixasse.

- Chris, querida.. você sabe que não pode ir sozinha.. - Antes que ela continuasse, a minha empolgada irmãzinha a interrompeu.

- A Jhully vai comigo mamãe! - E como um chave-mestra, minha mãe balançou a cabeça concordando.

Eu sorri para a pequena, e peguei sua mãozinha. Eu amava todos. Mas por Chris eu sempre tive um carinho maior, eu sempre senti que devia protege-la, a qualquer custo.

Eu tinha 15 anos, a loirinha dos olhos vermelhos - herdados do meu pai, que inveja eu tinha deles -, brincava inocentemente pelo bosque. Eu apenas observava, enquanto via o castelo lá longe.

Por algum motivo aparente, eu tinha a ambição de ir para lá. Era um desejo. Eu sonhava em ser rainha, ou até mesmo a confidente fiel do rei. Era um alto cargo, e de tal importância. Eu estudava muito para conseguir, mas o nosso dinheiro não podia pagar uma escola de vampiros de classe alta.. abaixando minhas chances de um dia chegar até o castelo.

Grito.

O som fino da voz de Chris chega até mim, e continou, eu corri imediatamente até ela o mais rápido que eu podia seguir quem a levava.
Até que o som parou.

Eu parei.

Olhei ao redor e esperei, eu sabia que ela faria barulho de novo, em algum momento, até eu que ouvi, bem longe sua voz me chamando.

- Jhully! - Vinha das trilhas do rei, era uma área restrita aos moradores, mas eu não me importei, Chris estava lá.

Eu corri e cheguei lá.

Mas eu não acreditei na cena que vi. Eram os guardas oficiais do rei. A armadura de ouro brilhava, e na mão de um deles estava ela, sendo puxada contra vontade até um cavalo.

Meu sangue ferveu, minhas unhas se afiaram e minhas presas estavam expostas. Eu o derrubei no mesmo tempo que a segurei em minhas costas. Ele caiu pela surpresa, mas ele era forte, seu poder era.
E ele logo veio para cima de mim.

Eu defendia todos os ataques, até que quebrei seu peitoral, ao meu punho se chocar contra o metal o estrondo foi gigantesco, e podia ver as aves voando para longe. E como eu apareci eu sumi dali, pois sabia que viriam atrás de mim.

Mais tarde.

Minha mãe desconfiou, dos arranhões nos meus braços e bochechas, mas eu apenas respondi em poucas palavras que tinha um porco selvagem, e que estava tudo bem. Chris concordou comigo, e eu fiquei feliz por ela não ter dito nada.

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