15| Preso á correntes Pt.2

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Um silêncio constante predominou entre eu e o demônio. Aquilo não queria descer pela minha garganta.

Como do dia para noite minha vida foi mudar tanto? Como eu vim parar aqui afinal? É tudo culpa daquele vampiro metido, ele me trouxe aqui. Mas espera.. foi ele mesmo? Aquele que eu convivi por esse tempo que eu estive aqui, era mesmo o verdadeiro Jimin?

— Infelizmente, Jimin não estava seguindo meus passos, tudo que ele pensava era em 'paz, felicidade, igualdade', nada que levaria nosso Reino para frente. Enquanto meu outro filho, já nasceu com problemas.. — Com certa decepção ele diz. — Que trágicos herdeiros. — comentou.

— Do que você está falando?! Oque eu tenho a ver com isso?

— Como você acha que eu pude tornar meus filhos exemplares?! Eu não podia exilar os dois, e você sabe quem ficou aqui. — Óbvio, Jimin. — Então eu tive que intervir.

— O que você fez.. OQUE VOCÊ FEZ COM O JIMIN?! — Eu me exalto ao começar a entender o rumo daquela conversa.

— Eu? Nada. — Ele diz como se nada que tivesse me dito, não tivesse importância. — Apenas o tornei melhor. O tornei um garoto perfeito.

(Flashback, cap. 12)

Foi ele, todo esse tempo, o demônio e ele. Ele armou tudo aquilo para controlar Jimin, para torná-lo desprezível, frio, e acima de tudo.. o vampiro que ele sempre quis. Aquele não é Jimin, então todas aquelas histórias dele e da sua mãe, Jhully estava certa! Ele sempre esteve!

— Oque você fez com o filho do rei?— Olhei novamente para cima á espera de uma resposta. Ouvi apenas um suspiro quente, que passou pelo meu rosto.

— Eu apenas fiz oque ele pediu, ele sempre quis um filho igual á ele, e foi oque eu dei. E agora que ele morreu, eu apenas irei continuar meu trabalho.

— Por que você fez isso?! Você sabia que era errado, que ele não tinha dever sobre isso! Era a vida de uma pessoa que ele ia modificar! — gritei contra o monstro irritado.

— Eu sou um demônio, guri. Você não entenderia. — disse com um tom de voz entediado. — Agora acho que está na hora de você voltar.

— Espera!.. — exclamei mas nada adiantou, pois um clarão apareceu, e quando abri os olhos já estava no castelo.

Minha visão foi se focando, até que percebi que Jhully estava ao meu lado.

— Jungkook! Achei que você tinha morrido! Seu coração tinha parado e-e.. — Foi a primeira vez que vi Jhully se mostrar tão sensível, ela sempre foi a pessoa mais forte que já tinha conhecido.

— Eu estou bem, Jhully. — disse aquilo apenas para acalma-la, já que estava aos prantos. — O rei morreu.. — logo em seguida ela ficou mais séria, e balançou a cabeça concordando.

— Sim, todo reino já sabe. E eu vim aqui buscá-lo, a presença de todos no enterro é tradição do reino. — explicou, e se levantando abriu a porta. — Temos que ir.

Nem por um minuto eu esqueci do que aquele verme tinha feito com o Jimin, mas eu sabia que aqueles vampiros estavam enterrando um caixão vazio, pois eu tenho a polenta certeza que o rei não teria morrido por velhice, ele virou cinzas.

Seria esse meu destino?

Conviver com um demônio? Fazer de Jimin uma marionete pelo resto da eternidade?... E no final virar pó?

Se ele pensa que ganhou.. está muito enganado. — meu pensamento sai alto, e Jhully logo me lança um olhar desconfiado.

— Oque você está tramando? — pergunta baixinho, pondo a mão a frente da boca.

Ela sacou logo de cara?!

— Isso é uma coisa minha, Jhully. — respondo no mesmo tom, observando eles selarem o caixão. — Eu que tenho que resolver.

Eu sabia que ela tinha milhares de perguntas á me fazer, e aquele seu olhar sobre mim me fazia ainda mais tirar aquilo de mim, me livrar daquele demônio, se eu contasse para ela, poderia causar um desastre maior. Talvez ela não aguentasse oque tinha para ouvir da minha boca.
Seria pesado demais.. dizer que toda sua vida foi jogada fora por culpa de um homem egoísta e mau caráter.

Eu corri dali sem nem olhar para trás, eu não teria Jhully do meu lado para ajudar, eu teria que me virar sozinho, e a primeira coisa que eu teria que fazer era fugir dali.

Correndo pelos corredores, finalmente eu tinha achado o quarto que antes eu dormia, e sem sair do ritmo eu apenas coloquei algumas roupas e coisa de valor, para caso eu achasse alguém que soubesse magia.

Eu precisava de comida. E o ponto mais importante.. como eu sairia dali?

— Aonde você pensa que vai, prisioneiro?! — O grave som do guarda foi oque me paralisou, e em segundos eu olhei para trás, tendo de cara com vários vampiros ao meu redor.

— Não deixem que ele fuja! — um gritou para o capitão, que apenas apontou a enorme lança de ferro para cima de mim.

— Fique parado, prisioneiro, você vai voltar para a cela.

Droga! Alguém me dedurou! Ninguém tinha me visto sair, então quem podia ter me deletado para os guardas? Eu não podia continuar aqui. Tentando faze-lo desviar a lança da minha direção corri para os lados, os distraindo e quando a vi a porta livre tive minha chance.

— Jhully?.. — Eu parei frente a porta, impedido de passar. Seus braços estavam cruzados e aquela expressão em seu rosto, me fez duvidar se aquela era a verdadeira Jhully.

— Você ia fugir? Ia.. me deixar aqui? — seus olhos caíram para o chão, sem me encarar, e por impulso, eu lhe abracei.

— Era preciso.. — Foi tudo que eu pude dizer para ela, eu não podia contar! Eu não podia.. Eu nem sabia oque eu estava fazendo direito..

Foi então quando ela me empurrou, forte o bastante para fazer eu cair no chão.

— Eu não quero saber. — sua voz ríspida me fez desacreditar no que ouvi. — Levem esse prisioneiro para a pior cela desse palácio, agora.


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