capítulo três: ninguém disse que seria fácil

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Juro que pensei que não fosse conseguir, pois foi bem difícil, mas graças a ajuda de alguns filmes que assisti, soube me virar bem. Claro que ainda continuo sendo uma amadora, mas, dando um passo de cada vez, vou chegar lá.

Penso que talvez a dificuldade de se cuidar de uma criança tenha feito Rowan deixar a ideia da mão. Por que, realmente, é bem cansativo.

Mesmo que Dimitri tenha dito que Marnie havia gostado de mim, não parecia nenhum pouco, pois, ela não queria nem ao menos ficar no meu braço e ficava todo o tempo reclamando. Fora que, ela estava bem ruim da barriga. Tive que trocar a fralda dela mais de quatro vezes. Me recusei a ligar para Dimitri, não queria correr o risco que ele me achasse uma irresponsável, justo no meu primeiro dia. Além do mais, sabia que tudo ficaria bem.

Minhas costas estavam latejando de dor e os meus braços já estavam fracos, de tanto que tive que ficar com Marnie nos braços — quando ela deixava. Alguma coisa estava realmente a chateando, já que ela não queria nem ficar dentro do seu berço. E olha que eu havia colocado todos os seus ursos antialérgicos, dentro dele. Alguma coisa estava errada, mas eu não entendia o que era. Seria muito melhor que bebês já nascessem falando. Juro que eu entraria em desespero se não tivesse noção que crianças são assim.

Cheguei a pensar que nem ao menos conseguiria almoçar e dar o almoço dela. Porém, a pequena se acalmou quando seguimos na direção da cozinha. Eu a coloquei na sua cadeira de alimentação e ela ficou bem animada quando comecei a lhe dar um pouco de purê de batatas. Sorte que eu havia conseguido fazer — com um pouco de dificuldade, mas consegui. Dimitri que me perdoe, mas, pelo que ouvi falar, Marnie já tem seis meses, então, já está na hora dela abandonar a mamadeira e se aventurar em comidinhas saudáveis. Espero de todo o coração que Dimitri não me mate por isso, mas é o certo a se fazer. Acho que, provavelmente, a pediatra já deve ter lhe informado.

A minha surpresa foi grande vi um bilhete colado no micro-ondas, dizendo que ele havia me deixado almoço pronto. Será que existe melhor patrão que ele? Bom, pelo visto essa pose toda apática dele, não deve passar de uma casca fina. Olho para os dois pedaços enormes de bife, sentindo o meu estômago roncar. Eu estava com fome, mas, todo aquele alvoroço com Marnie, me fez esquecer de comer. Me sirvo com um pouco de macarrão, salada verde e os dois bifes. Dimitri acertou em cheio, por que, eu amo carne. Começo a comer enquanto também tento concentrar minha atenção na pequena.

Faço uma oração mentalmente, agradecendo a Deus por ter um patrão que se preocupa com meu estômago. Bom, se ele continuar assim eu vou ficar muito mal-acostumada, mas espero que continue.

Coloco um pouco de suco de abacaxi para mim e um pouco na mamadeira da Marnie. Espero até que o suco resfrie para dar para ela. Eu sei que não pode dar nada gelado para bebês, não é por que não tive experiência que sou burra a esse ponto. Porém, por abacaxi ser uma fruta ácida, cogitei a ideia de não dar a pequena.

Marnie estava quietinha, sentada em sua cadeira, enquanto me deixava almoçar tranquilamente. Em um momento de desleixo meu, a pequena sujou-se completamente de suco, deixando-me desesperada. Eu já disse que nunca cuidei de uma criança na vida? Então, isso quer dizer que eu também nunca dei banho em uma. Bem que estava fácil demais apenas limpa-la com lenço umedecido.

Termino de almoçar e ponho os pratos na lavadora. Sempre prestando atenção em Marnie. Depois de guardar os pratos já secos nos respectivos lugares de onde os peguei, viro-me para a pequena.

— Hora de você tomar banho — olho na direção da pequena área de serviço, procurando a banheira para o banho. Não sou besta a ponto de não saber que bebês tomam banho na banheira. — Aonde será que seu pai guarda sua banheira?

Apaixonadamente, Sally  | degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora