quarenta e nove

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SORRIO para a câmera e escuto o barulho de foto tirada. Hoje era dia de foto pro anuário na escola e eu era uma das primeiras (graças a Deus) a tirar foto.

Saio da salinha e vou até o ginásio onde todos da minha turma estava. Encontro Nate sentando afastado com Sammy e Jacob e vou te eles.

- Oi oi. - digo. Nate me puxa para seu colo e me dá um selinho demorado. - Oi. - sorrio.

- Ainda não me acostumei, ainda não acostumei! -Jacob diz. - Tira suas patas da minha irmã. - Ele diz e me puxa para o lado, me fazendo sentar entre ele e Nate.

- Então... - Samuel começa, Nate bate em sua testa. Lá vem bomba. - Vocês estão namorando?

- Não. - dou ombros. - O que? É a verdade. Eu ainda não pedi, nem ele.

- Espera um pouco... - Maloley diz. - Você planeja me pedir em namoro?

- É né. - reviro os olhos. - Você já foi mais inteligente, cara.

Samuel começa a rir alto e então o supervisor olha para gente repreendendo-o. Dou uma pequena risada sobre isso.

Ficamos conversando até meu irmão ser chamado e um pouco depois, Nate. Me deixando sozinha com Samuel.

- Você tá bem? - ele pergunta. Aceno com a cabeça. - Tenho uma coisa pra te contar.

- E o que está esperando? - pergunto.

- Você tem que ir pra casa mais cedo hoje. Se possível antes que sua mãe, seu irmão e sua irmã. - Ele diz e se mexe desconfortável no banco. - Ele volta hoje. Os caras disseram que irreconhecível.

- O que? - digo baixinho.

Sinto minha garganta fechar e fico meio tonta.

- Irreconhecível como? - pergunto.

- Não faço a menor ideia. Mas sei que ele está atrás de você. - Ele da de ombros. - Os meninos estão voltando.

Vejo Nate e Jacob subindo as arquibancadas e logo vindo em nossa direção. Nate me olha preocupado, talvez por que pareça que eu vi um fantasma ou por eu estar tensa.

Ele senta ao meu lado e me abraça, franzino a testa para Samuel em busca de informações. Dá um beijo na minha bochecha e deixa Jacob se aproximar de mim.

- Carla. - Jacob diz. - Respira. 

Só aí noto que estou prendendo a respiração. Mas não faço nada.

- Respira! - Jacob diz.

- Carla! - escuto Nate gritar e minha visão fica turvoada e logo tudo fica preto.

***

Acordo em uma salinha pequena branca que logo noto ser a enfermaria da escola. Os meninos estavam sentados em um pequeno sofá ali. Não me notaram.

Sammy estava com o rosto enterrado entre as mãos e os cotovelos apoiados nos joelhos. Nate estava conversando com Jacob que estava fazendo gestos exagerados com as mãos, sinal de nervosismo.

Ele me olha e me vê acordada. Dou um sorriso leve e eles vêm até mim. 

- Como você está? - Nathan diz baixinho acariciando meu cabelo.

- Estranha. - minha voz sai rouca. - Quanto tempo eu apaguei?

- Dois tempos. - Sammy diz. - Você está liberada, estávamos apenas esperando você acordar.

- Ah. - digo e o encaro. - Meninos, vocês podem esperar lá fora? Tenho que falar com o Samuel.

Os dois me olham confusos e Nate se recusa a sair. Mas logo Jacob o puxa para fora.

- Você pode me levar em casa? - pergunto. - Por favor.

- Claro. - Ele sorri. - Infelizmente seu irmão soube. Sabe,   do seu desmaio. - Ele revira os olhos. - Tem vigias aqui na escola.

Dou de ombros e levanto da cama, ficando em pé ao lado de Samuel, saímos da enfermaria.

- Samuel vai me levar pra casa. - digo. - Sem reclamações.

Puxo Samuel pela mão enquanto ele acena para os meninos.

***

Pego a chave na minha bolsa e destranco a porta de casa, entrando na mesma. Vou em direção ao meu quarto e jogo minha bolsa em cima da cama.

Passo o olhar pelo local e não noto nada diferente. Apenas minha porta da sacada aberta. Vou em direção à porta, mas volto. Eu lembro de ter fechado essa porta.

Vou em direção à sacada e vejo um garoto alto de costas   para mim.

- Sentiu minha falta, Carlinha?

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ain't my fault - nmm [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora