— Olá Charlie.
A mãe de Emília apareceu na sala usando um simples vestido amarelo, com seu salto dourado.
— Olá dona Jade.
Ele a observou e sorriu.
— Não precisava se arrumar tanto apenas para um almoço.
— Não me arrumei porque o almoço era com você, apenas porque eu e meu marido temos poucos momentos como este, então quis aproveitar.
Ela respondeu rispidamente o encarando.
— É claro.
Emília olhou para a mãe surpresa com seu comportamento, e teve que intervir para o clima não ficar ainda mais estranho.
— Vamos Charlie, imagino que já esteja com fome!
Emília o segurou pelo braço e caminhou até a sala de estar.
— Não tenho dúvidas!
Disse Jade caminhando logo atrás. Emília a olhou seriamente, e suspirou voltando seu olhar para Charlie.
— Papai não fala desde o acidente, seja paciente com ele.
— Irei me comportar como um perfeito cavalheiro Emília, não se preocupe.
Charlie sentou-se ao lado de Emília, e sorriu gentilmente para todos.
— É bom revê-lo senhor Johnny! Como anda de saúde? Bom, andar eu acho que não é mais possível, enfim, espero que esteja tudo caminhando perfeitamente bem. Droga, caminhando não Charlie! Desculpe senhor Johnny, sou novo nisso.
Jade segurava-se para não rir enquanto Emília o encarava seriamente, desejando que esse almoço não fosse um desastre completo.
O pai de Emília apenas observava o jovem com o olhar impassível. Charlie passou a mão no cabelo e engoliu em seco, forçando um sorriso. Emília respirou fundo e serviu-se da macarronada que sua mãe havia preparado.
— Então Charlie, conte-me como é a Suécia.
— Bom, costuma ser frio, mas é bem agradável. Eu uso o pensamento de que não sou tão sueco quanto deveria. Sabe, eles tem regras demais e são organizados ao extremo.
Respondeu Charlie olhando diretamente nos olhos verdes de Jade.
— Há muitas mulheres bonitas por lá?
Perguntou ela colocando os cotovelos sobre a mesa, enquanto arqueava uma de suas sombrancelhas.
Emília sentiu o estômago congelar com a pergunta e fixou os olhos em sua mãe. Como ela podia fazer uma pergunta como aquela? Suspeitando dos sentimentos que a filha nutria pelo homem ao seu lado? Charlie estava terminando de se servir e olhou para Jade com um sorriso vitorioso. Como se estivesse acontecendo um interrogatório, do qual ela esperava que ele fracassasse veemente.
— Sim, há mulheres belíssima na Suécia. Mas se tratando de amor, a beleza é o último dos requisitos em minha lista.
Ele colocou o prato na mesa e observou Emília, antes de voltar seu olhar para Jade a fim de completar sua resposta.
— Eu vi uma frase em uma série uma vez que me chamou muita atenção: "O amor não enxerga com os olhos, mas com a mente. Portanto o cupido é retratado com vista deficiente."
— É uma frase e tanto senhor Monroe.
Comentou ela antes de começar a comer. Charlie apenas sorriu e olhou para Emília, que estava admirando-o. Ele tentou aproximar sua mão da dela, que estavam postas sobre a mesa, mas Emília pegou o garfo e começou a comer assim que percebeu o movimento de Charlie. Ele a observou sem desfazer o singelo sorriso e também começou a comer.
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Amor de Infância
Short StoryTodos nós, em um determinado período, já tivemos um amor, algo que floresce no peito. Quando encontramos o primeiro amor, é inesquecível e como todo o amor de verdade, é inabalável. Assim foi a história de dois amigos na infância, que não entendiam...